Tristeza causa câncer
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Tristeza causa câncer, sim ou não?

Muita gente acha que essa relação é verdadeira. Descubra o que a ciência diz sobre isso

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De acordo com um estudo publicado na revista científica Periódicos em Psicologia, o câncer é uma anomalia celular que causa sua multiplicação excessiva, dada a presença de informações genéticas incorretas. E isso dá início à formação de um tumor. Ele apresenta a origem em diversos fatores, internos e externos. E muitas pessoas acreditam que tristeza causa câncer.

Esses fatores internos estão relacionados ao funcionamento do organismo, sua imunidade, acidez e outros aspectos correlatos. Já como fatores externos têm-se “o fumo, o excesso de sol, alguns produtos químicos industriais, algumas substâncias alimentícias, radiações e vírus”.

Também as questões genéticas são citadas como causas, aliando-se também a contribuições psicológicas do paciente, ou seja, se está satisfeito, feliz com sua vida ou se está passando – ou passou por um longo tempo – por processos de tristeza e outras exposições ao estresse.

Porém, o estudo também observou um ponto interessante: “mesmo estando presentes uma ou mais destas causas, muitas pessoas não adoecem”. Será então que tristeza causa câncer, por si só?

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Tristeza causa câncer?

Tristeza causa câncer verdade ou mentira
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Ainda de acordo com a revista científica já citada, há muitos estudos acerca da relação entre o desenvolvimento da doença e o psiquismo, como o da Dra. Evans (1926). Ela fez investigou pessoas que tinham uma vida muito dependente de pessoas e trabalhos e, quando os perdia, ficavam predispostas ao câncer.

Para os autores, as pessoas sofrem alterações físicas causadas pelo sistema nervoso constantemente, voltando ao normal em seguida. Esse é um sistema primitivo do ser humano, estando relacionado à necessidade de ataque ou fuga, frente a situações de perigo.

Quando os ancestrais do ser humano se viam diante de uma fera, por exemplo, eles poderiam atacar ou fugir. Imediatamente seu corpo se preparava para tal, com fortes descargas hormonais que deixavam tanto a musculatura quanto o sistema cardiovascular prontos para a ação.

Porém, nos tempos de hoje, os desafios são outros e o sistema é o mesmo, causando alguns problemas, como o estresse crônico, causado pela inibição da ação de ataque ou fuga. Essa falta de resposta leva a “desequilíbrios hormonais, os quais, por terem um papel essencial no regulamento das funções corporais, levam, consequentemente, ao desequilíbrio destas” funções, além de suprimir o sistema imunológico.

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Tristeza causa câncer, sim ou não
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Observou-se no estudo que “toda mudança no estado fisiológico é acompanhada por uma mudança no estado emocional ou mental, e vice-versa. A mente, as emoções e o corpo são um sistema unitário”. Dessa forma, a mente pode, sim, colaborar para o surgimento ou não do câncer, bem como o tratamento e cura do mesmo.

Outra revista científica ratifica o que foi dito, afirmando que o “estresse deixa o corpo mais suscetível ao câncer”, seja ele algo repentino e pontual, como um assalto ou uma situação onde se esteja envolvido por um longo período, como um trabalho estressante ou falta de emprego.

De um ponto de vista mais técnico, a revista cita que “o estresse psicológico e as respostas afetivas, incluindo depressão e ansiedade, sabidamente produzem respostas neuroendócrinas que podem alterar importantes vias imunológicas, angiogênicas e inflamatórias no desenvolvimento, progressão e controle do câncer”, através da liberação de hormônios como glicocorticoides e catecolaminas.

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Tristeza causa câncer entenda
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Esse dois hormônios estão intimamente ligados aos casos de câncer, sendo comprovada sua participação na modulação, deflagração e desenvolvimento de tumores, a partir do momento em que impedem os anticorpos de defenderem as células.

Uma pesquisa feita na Universidade Federal de Juiz de Fora mostrou que ter uma vida conturbada, com afetos e emoções conflitantes, foi um ponto em comum entre as mulheres entrevistadas, todas portadoras de câncer de mama. Para a autora, “a tristeza profunda e episódios de depressão permearam quase todos os relatos, o que sugeriu uma forte relação entre essas emoções e o desencadeamento de reações fisiológicas no organismo levando ao adoecimento”.

Tristeza causa câncer verdade
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Outra investigação, publicada na Revista Brasileira de Cancerologia, sugere que é importante avaliar a ansiedade e depressão em pacientes com câncer, pois eles afetam o tratamento e evolução da doença. Esse cuidado pode melhorar a qualidade de vida, chance de cura e ajuda “o médico nas estratégias de prevenção e no uso criterioso de antidepressivos e ansiolíticos em pacientes oncológicos”.

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Dessa forma, você pode observar que realmente, apesar da doença estar cercada de mitos e afirmações não fundamentadas, a tristeza profunda, estresse e outros sentimentos relacionados, podem, sim, desencadear o desenvolvimento da doença, porém não são os únicos fatores.

Mitos e verdades sobre o câncer

Tristeza causa câncer estudo
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De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), existe muita desinformação acerca da doença, listando assim os principais mitos e verdades sobre ela, que você confere logo abaixo.

1. Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer

Verdade. Além de proporcionar um frequente estado inflamatório em todo o seu corpo, o excesso de gordura realiza alterações na produção dos hormônios, estimulando a multiplicação celular e inibindo a morte programada das células.

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Isso leva a uma situação facilitadora para o surgimentos de diversos tipos de câncer, como o de esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama, ovário, endométrio, meningioma, tireoide, mieloma múltiplo e possivelmente próstata (avançado) e linfoma difuso de grandes células B.

2. Atividade física ajuda a prevenir o câncer

Verdade. Mesmo que não se esteja perdendo peso, a atividade física “promove o equilíbrio dos níveis de hormônios (reduz a resistência à insulina e os níveis de estrogênio circulantes), reduz o tempo de trânsito gastrintestinal (com isso diminui o período de contato dos tecidos locais com substâncias que promovem o câncer) e fortalece a defesa do organismo”.

Para tanto, o ideal é que se tenha no mínimo meia hora de atividades físicas por dia, porém, para o Inca, para evitar o câncer, o ideal é que se pratique por mais tempo, reduzindo também o tempo em frente a equipamentos eletrônicos, como a TV ou videogame.

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3. A alimentação ajuda a prevenir o câncer

Verdade. Enquanto muitos alimentos ajudam a prevenir o desenvolvimento do câncer, outros favorecem, sendo assim fundamental saber o que comer para manter a sua saúde em dia. O ideal é consumir alimentos mais naturais possíveis, sendo o recomendado, 400 gramas de vegetais, constando dois tipos de frutas e ao menos três tipos de verduras e legumes.

Para o Inca, a ingestão de alimentos ultraprocessados, “como aqueles prontos para consumir ou aquecer e bebidas açucaradas” pode promover o surgimento da doença, devendo-se assim ingerir alimentos naturais ou minimamente processados.

4. Alimentos milagrosos curam o câncer

Mito. A cura do câncer é complexa e multifatorial, então não há alimentos milagrosos. O ideal, como isto no tópico anterior, é manter uma alimentação saudável, com alimentos de diferentes cores. Quanto mais colorida for sua refeição, melhor.

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5. Refrigerante pode favorecer o desenvolvimento da doença

Verdade. Sim, o consumo de refrigerantes pode trazer para dentro do seu corpo, substâncias cancerígenas. De acordo com o Inca, eles “contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

Ela resulta do famosos corante caramelo IV, presente em refrigerantes, provando que não é crendice popular, e sim fato científico. Outro agravante é que o refrigerante comercializado no Brasil tem muito mais corante do que em outros países, com 267 mcg, enquanto nos EUA, por exemplo, são 144 mcg em Washington e apenas 4 mcg na Califórnia.

6. Os benefícios do consumo de alimentos naturais supera os males da ingestão de agrotóxicos

Verdade. Para a instituição, o consumo de alimentos naturais, mesmo que tenham agrotóxicos, compensa, pois seus benefícios irão ajudar o corpo com vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos essenciais para o seu correto funcionamento.

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Porém, existe a opção de se escolher alimentos orgânicos, estimulando os produtores com uma maior demanda, visto que são mais saudáveis e ainda favorecem a agricultura familiar. Vale lembrar que os resíduos de agrotóxicos podem também estar presentes nos alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizza e outros.

7. Forno micro-ondas causa câncer

Mito. Para o Inca, “a radiação do micro-ondas tem apenas a propriedade de cozinhar e/ou aquecer os alimentos, não alterando a estrutura química ou molecular do alimento. Assim, o consumo de alimentos aquecidos no micro-ondas não aumenta o risco de câncer”.

Esse forno é desenhado para conter toda a radiação, podendo porém causar danos à saúde se estiver com problemas estruturais, como má vedação por causa da borracha, desgaste do aparelho, acúmulo de sujeira e afins.

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8. Alimentos em vasilhas plásticas favorece o surgimento do câncer

Verdade. Ao aquecer, seja no micro-ondas ou colocando alimentos muito quentes dentro, as vasilhas plásticas acabam liberando substâncias nocivas e que podem causar câncer, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos.

Isso vale também para as bandejas de espuma e plástico filme, normalmente utilizados para cobrir alimentos, inclusive enquanto estão quentes. Mesmo que não entrem em contato com o alimento, o vapor irá se condensar na superfície plástica e a água que pingar no alimento, poderá estar contaminada.

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