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Imagem: Freepik

Primeiro transplante de orelha feita em impressora 3D com células da paciente

A paciente nasceu com microtia, um defeito congênito raro que faz com que a orelha seja pequena e malformada

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Uma empresa de medicina regenerativa dos Estados Unidos, chamada 3DBio Therapeutics, foi responsável por realizar o primeiro transplante de orelha feita em impressora 3D com células da paciente.

A nova orelha, transplantada em março, foi impressa em um formato que combinava exatamente com a orelha esquerda da mulher e continuará a regenerar o tecido cartilaginoso, dando-lhe a aparência de uma orelha natural.

A paciente, que tem 20 anos e é natural do México, nasceu com microtia, um defeito congênito raro que faz com que a parte externa da orelha seja pequena e malformada. Agora, graças a essa nova tecnologia, ela terá as duas orelhas no formato normal.

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Projeto-piloto desse tipo de transplante ainda está em aprovação

Os resultados da cirurgia reconstrutiva foram anunciados pela 3DBio em um comunicado à imprensa. Por questões de patente, a empresa ainda não divulgou os detalhes técnicos do processo.

A companhia informou que os órgãos reguladores americanos revisaram o projeto-piloto e estabeleceram padrões rígidos de fabricação, e que os dados serão publicados em uma revista médica quando o estudo for concluído.

Muitas empresas do ramo já usam a tecnologia de impressão 3D para produzir membros protéticos personalizados, que podem ser feitos de plástico e metais leves.

Mas este implante de orelha, feito a partir de um pequeno globo de células colhidas da orelha deformada da paciente, parece ser o primeiro exemplo conhecido de um implante impresso em 3D feito de tecidos vivos.

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Ela não é a única participante do projeto. O ensaio clínico até agora incluiu 11 voluntários, com idades entre 6 e 25 anos, que serão acompanhados por cinco anos para avaliar a segurança a longo prazo e os resultados estéticos.

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Uma revolução na medicina de transplantes

Os executivos da 3Dbio acreditam que, com mais pesquisas, a tecnologia poderia ser usada para fazer muitas outras peças de reposição do corpo.

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Será possível fazer discos intervertebrais, narizes, meniscos do joelho e tecidos reconstrutivos para lumpectomia, que é uma cirurgia destinada a extrair um nódulo.

No futuro, a impressão 3D poderia até produzir órgãos vitais muito mais complexos, como fígados, rins e pâncreas.

“Se tudo correr como planejado, isso vai revolucionar a forma como o procedimento é feito”, afirmou Arturo Bonilla, cirurgião pediátrico responsável pelo implante da mulher.

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Há pouca informação técnica sobre o procedimento

Como não podem, ainda, passar informações detalhadas sobre esse projeto de transplantes 3D com células vivas, os executivos da 3DBio se limitaram a explicar de forma mais superficial – que já é muito interessante.

O processo de impressão 3D cria um objeto sólido e tridimensional a partir de um modelo digital. A tecnologia geralmente envolve uma impressora controlada por computador que deposita o material em camadas finas para criar a forma precisa do objeto.

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O novo implante de orelha integra várias tecnologias registradas, começando com um método para transformar uma pequena amostra de células de um paciente em bilhões de células. A impressora 3D da empresa usa uma “biotinta” à base de colágeno que é segura no corpo e mantém todos os materiais estéreis.

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Fonte: O Globo

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