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O que é a síndrome da cabeça explosiva

Essa rara doença do sono faz com que a pessoa escute barulhos altíssimos enquanto dorme

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A síndrome da cabeça explosiva é definida, em um estudo da Oxford Academic, como uma doença do sono mais rara. Ela caracteriza-se por ruídos muito altos, como se fossem explosões ou tiros, dentro da cabeça, que acabam acordando o paciente.

Também denominada choque sensorial craniano episódico, calcula-se que 11% das pessoas saudáveis já tenham vivenciado episódios da síndrome em algum momento da vida. Desse grupo investigado na pesquisa de Oxford, 16,5% deles apresentavam episódios recorrentes.

De acordo com a Associação Americana do Sono (ASA), há diversos tipos de parassonia, um nome genérico para doenças relacionadas à interrupção do sono, seja no ciclo REM ou não-REM. A depender de cada caso, podem acontecer repetidas vezes em uma mesma noite ou levar dias sem nenhuma manifestação.

Para a associação, essas doenças fazem com que o paciente acorde total ou parcialmente a noite, sendo as mais comuns o sonambulismo, terror noturno, pesadelos, apneia e outros. Entre os mais raros está a síndrome da cabeça explosiva, podendo ser a mais impactante de todas as anteriores, dada a intensidade com que acontece.

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O que é essa doença?

síndrome da cabeça explosiva o que é
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Além dos sintomas associados ao som, outras manifestações podem ocorrer, como a elevação dos batimentos cardíacos, pânico, contrações musculares em todo o corpo, convulsões, dores físicas, choques pelo corpo e efeitos visuais, como o de luzes piscando ou clarões.

Os pacientes também observam a paralisia total do corpo, como se não conseguisse se mexer, típico de quando se desperta rapidamente de algum pesadelo mais severo. Também podem vivenciar situações dissociativas do corpo e outras experiências menos comuns do sono.

Para a ASA, as mulheres têm mais chances do que os homens de desenvolverem a doença, relatando também bastante medo, confusão e angústia quando acontece. As crises não seguem um padrão, podendo aumentar ou diminuir ao longo do tempo, estando bastante relacionada à qualidade de vida.

Causas

Apesar de não ter ainda um diagnóstico preciso de quais podem ser suas causas, a Asa aponta alguns fatores que estão sendo analisados e apontados como os principais motivadores das crises.

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Uma das teorias estudadas é que “a síndrome da cabeça explosiva pode estar associada a convulsões menores do lobo temporal”, que não têm impacto direto sobre a saúde do paciente que apresenta essa doença do sono.

Pode também ser causada por alterações bruscas nos componentes do ouvido médio, que contém três pequenos ossos que amplificam e transmitem as vibrações sonoras do tímpano para o ouvido interno. Essas alterações podem ser percebidas como sons exageradamente altos, normalmente associados a tiros, explosões e afins.

Também fatores como estresse e ansiedade estão sendo estudados, para ver se há relação com a doença. Percebeu-se que as pessoas que têm menos horas de sono por dia têm uma maior tendência a ter quadros recorrentes.

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Uma outra hipótese analisada é a de que pode haver prejuízo na sinalização de cálcio e disfunção neuronal do tronco encefálico. Esses dois casos precisam ser estudados mais a fundo, pois, de acordo com o artigo científico, existem poucas pesquisas sobre o tema no meio acadêmico.

Qual o tratamento

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Para a ASA, não há ainda evidências de que exista um tratamento direcionado à síndrome, somente tratamentos paliativos, para reduzir a ocorrência ou suas sequelas psicológicas e sociais, como a síndrome do pânico, fadiga durante o dia e até depressão.

Para isso, podem ser receitados, temporariamente, medicamentos como antidepressivos tricíclicos ou bloqueadores dos canais de cálcio. Esses remédios não podem ser tomados de forma arbitrária, devendo sempre ser recomendados por um médico de confiança.

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Porém, medidas mais simples podem ajudar a evitar o surgimento da crise, melhorando assim a qualidade de vida de quem sofre com a doença. Se alimentar e hidratar corretamente, fazer atividade física e evitar cafeína a partir das 15h pode ajudar muito. É fundamental ter ao menos 6 horas de sono, todas as noites.

Lidar positivamente com as situações complicadas da vida, reduzindo o estresse, também pode ajudar, liberando assim a tensão do dia a dia. Isso pode ser feito através da respiração consciente, meditação, yoga ou outras atividades que tragam paz e tranquilidade para o paciente.

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