leucemia
Crédito: Freepik

Estudo aponta possível tratamento para curar leucemia

Ainda são necessários mais estudos de caso, mas os poucos resultados foram animadores

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O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, em 2022, sejam diagnosticados no Brasil 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres.

A leucemia é um tipo de câncer de sangue. Ele começa na medula óssea, que fica na cavidade dos ossos, onde as células do sangue são produzidas.

Nessa doença, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa.

Ela começa a se multiplicar rapidamente e morre menos do que as saudáveis. Assim, as células saudáveis vão sendo substituídas por células cancerosas.

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O estudo do novo tratamento para leucemia

Na tentativa de bloquear esse efeito, o dr. David Porter, da Universidade da Pensilvânia, ajudou a desenvolver um tratamento que hoje é conhecido como terapia com células CAR T.

Na época, em 2010, dr. Porter tinha um paciente chamado Doug Olson, diagnosticado com leucemia linfocítica crônica 6 anos antes, quando estava com 49 anos. Olson já tinha feito quatro rodadas de quimioterapia e o câncer não parava de voltar.

Pensando não ter mais chances de sobreviver, Olson teve uma esperança quando o dr. Porter perguntou se ele gostaria de participar de uma nova terapia, que ainda estava em fase de teste.

Na época, a equipe do dr. Porter tinha poucas expectativas de que as células fornecidas a Olson como terapia sobreviveriam. Outros dois pacientes com leucemia linfocítica crônica também haviam recebido a terapia com células CAR T.

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Resultado positivo uma década depois

Dez anos se passaram e a equipe do dr. Porter publicou um novo artigo na revista Nature, relatando que o tratamento com CAR T fez o câncer desaparecer em dois dos três pacientes naquele estudo inicial, sendo Olson um dos felizardos.

A grande surpresa foi que, embora o câncer parecesse ter desaparecido há muito tempo, as células CAR T permaneceram na corrente sanguínea dos pacientes, circulando como sentinelas.

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“Agora podemos finalmente dizer a palavra ‘cura’ com células CAR T”, disseram os pesquisadores no artigo.

Como é a terapia com células CAR T para leucemia?

No caso da leucemia linfocítica crônica, do tipo que Olson tinha, o câncer envolvia células B, que são as formadoras de anticorpos do sistema imunológico.

No tratamento com CAR T, as células T de um paciente são ensinadas a reconhecer as células B e destruí-las. Se o tratamento for bem-sucedido, o resultado é a destruição de todas as células B do corpo.

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Isso significa que os pacientes ficariam sem células B, mas também sem câncer. Assim, eles exigiriam infusões regulares de anticorpos na forma de infusões de imunoglobulinas.

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Ainda não é um tratamento seguro

O problema dessa terapia é que ela ainda precisa de muito mais estudo, já que oferece cura para poucos pacientes e efeitos colaterais sérios em outros, como febre alta, coma, pressão arterial perigosamente baixa e até morte.

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O mecanismo de funcionamento da terapia com células CAR T permanece um mistério cheio de possibilidades. “Seja qual for o mecanismo, o resultado está além da minha imaginação”, disse o dr. Porter.

Ele apenas deixou claro que vão continuar os estudos porque “os oncologistas não usam palavras como ‘curar’ facilmente ou com muita frequência. Eu garanto que não está sendo usada levianamente. Os pacientes que tratamos tinham uma doença muito avançada. A maior decepção é que não funciona o tempo todo”.

Quanto ao paciente Olson, agora com 75 anos, a vida é boa. Ele ainda balança a cabeça com a incrível coincidência de que seu oncologista era um dos pesquisadores naquele ensaio clínico uma década atrás, e se acha um homem de sorte.

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Fonte: O Globo Saúde

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