Obesidade ultrapassa fumo como principal causa de câncer
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Obesidade ultrapassa fumo como principal causa de câncer

Os casos de obesidade no Brasil aumentaram 60% em uma década

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Cada vez mais pessoas têm contato com alguém que já teve câncer, seja um parente ou amigo. Os casos da doença estão aumentando de forma descontrolada e pesquisadores buscam entender os motivos. Entre as principais causas está o fumo, carregado de elementos químicos, venenos e fumaça. Porém um estudo britânico mostrou que a obesidade também contribui.

Os casos de obesidade no Brasil cresceram 60% em apenas 10 anos, atingindo quase 20% da população. Isso pode levar a um crescimento desordenado das células, sendo assim um facilitador para o câncer. Para o Ministério da Saúde, essa doença é fruto do “crescimento desordenado de células que invadem órgãos e tecidos”.

Já o Cancer Research UK, uma organização não-governamental inglesa, a obesidade é a maior responsável por quatro tipos de câncer. Nestes, ela é responsável também por mais mortes do que o próprio tabagismo. Conheça o estudo.

Veja também: os tipos de câncer mais comuns no Brasil

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Entenda o estudo

De acordo com a entidade, os cânceres de intestino, rins, ovários e fígado são mais causados pela obesidade do que pelo vício em cigarro. Para você ter uma ideia da gravidade, veja alguns dados encontrados no estudo:

  • São quase 23 mil novos casos de câncer anualmente causados pela obesidade, enquanto o tabagismo é responsável pela maior parte, em geral (55 mil).
  • Por outro lado, o de intestino tem como causa a obesidade em 4.800 casos, enquanto o cigarro causa 2.900 deles.
  • Nos rins, são 2.900 casos causados pela obesidade contra 1.600 do tabagismo.
  • No fígado, a obesidade é responsável por 1.300 casos, enquanto o cigarro fica com 1.200.
  • Já nos ovários, a obesidade causa 490 casos. Já o fumo causa 25 casos por ano.
  • No Brasil, 9,3% da população adulta fuma e 18,9% está obesa.

Com esses dados em mãos, a organização começou uma campanha de conscientização, associando o tabagismo à obesidade como doenças a serem tratadas. Isso gerou muita polêmica, pois foram acusados de gordofobia. A instituição se defendeu, afirmando que não está criticando o excesso de gordura, mas sim alertando para os riscos dele.

De acordo com o site do estudo, existem alguns principais tipos de câncer associados à obesidade. Entre eles estão o de “mama (em mulheres após a menopausa), intestino, útero, esôfago (tubo alimentar), pâncreas, rim, fígado, estômago superior (cárdia), vesícula biliar, ovário, tireóide, mieloma (um tipo de câncer no sangue) e meningioma”.

Como a obesidade causa o câncer

Os pesquisadores buscaram explicar de forma simplificada o porquê do excesso de gordura aumentar as chances de desenvolver câncer. Para iniciar, é importante saber que a gordura é importante como um depósito de energia. Por isso, se comunica com o corpo, afetando o “crescimento celular, reações químicas nas células e os ciclos reprodutivos do corpo”.

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Resumidamente, a gordura não fica somente estocada, aguardando ser utilizada. Ela envia sinais para todo o corpo, principalmente para as células, dizendo o que fazer em muitos casos. Essas mensagens equivocadas, podem causar danos diversos, afetando inclusive a produção hormonal.

A obesidade faz com que o corpo aumente a quantidade de hormônio do crescimento, fazendo com que as células se dividam mais rapidamente. Esse ritmo nada natural aumenta as chances de má formação e surgimento de células cancerígenas.

Ela também aumenta a quantidade de inflamações no corpo, fazendo com que anticorpos se concentrem na região. Isso faz com que haja uma tentativa de remoção de células adiposas e mortas, intensificando a inflamação. Em seguida, com a multiplicação acelerada das células, aumenta a chance de câncer.

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Também o estrogênio tem seu papel nessa dinâmica, aumentando as chances de câncer de mama e útero. Como o índice desse hormônio está relacionado à quantidade de gordura, ele acaba fazendo com que as células dos seios e útero se dividam desordenadamente. Como resultado, maiores chances de câncer.

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