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Quais os primeiros sinais de demência em idosos

Estar atento para o surgimento de qualquer dano neurológico é essencial para frear a evolução da doença

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Demência em idosos – ou não – é uma denominação genérica para diversos tipos de doenças que afetam a capacidade cognitiva do cérebro, como o Alzheimer, mal de Parkinson e outros. De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), essa redução da capacidade cognitiva leva a uma diminuição da habilidade relacionada a memória, linguagem e raciocínio.

Essas alterações têm um impacto profundo na qualidade de vida do idoso e seus familiares, reduzindo gradativamente a capacidade de realizar tarefas simples e corriqueiras.

Pessoas na melhor idade tem direito, de acordo com o Estatuto do Idoso, a um atendimento digno na rede de saúde pública, tendo acesso e mobilidade facilitados, através de políticas públicas que visam a inclusão do mesmo na sociedade. Porém, a demência em idosos pode ser um fator limitador para essa mobilidade e inclusão. Veja quais são os primeiros sintomas dessa categoria de doenças.

Sinais de demência em idosos

primeiros sinais de demência em idosos
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De acordo com o Ministério da Saúde, muitos são os sintomas de que algum tipo de demência pode estar se desenvolvendo, devendo acontecer repetidas vezes para ser considerado um sinal. Veja quais são.

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1. Esquecer-se de acontecimentos recentes

Se o idoso passou a esquecer de coisas cotidianas com mais frequência (como a mangueira do jardim ligada, a comida queimando no fogão, a água do café até secar, a roupa na máquina até alguns dias depois) isso pode ser um sinal de que ele esteja perdendo a memória recente.

Da mesma forma, não se lembra de terem conversado sobre determinado assunto no dia anterior ou alguns dias atrás, de passeios que fizeram e até mesmo o que teve no almoço durante a semana, caracterizando – se com frequência – os primeiros sinais de algo está errado.

2. Perder objetos pessoais

Claro que todo mundo perde as chaves de casa em algum momento mais agitado e estressado da vida, mas quando essa perda de objetos pessoais passa a ficar mais recorrente, é um sinal de preocupação.

A perda constante de coisas como as chaves de casa, do carro, documentos importantes como a identidade ou a carteira do idoso, até a própria carteira, com dinheiro e cartões, óculos de leitura ou de uso do dia a dia, são também sintomas iniciais da demência em idosos.

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3. Desorientação progressiva em relação ao tempo

Esquecer datas de aniversário de pessoas muito próximas já é um sintoma inicial, assim como o de compromissos importantes como consultas médicas, viagens ou até mesmo aquele cafezinho com as amigas, já tradicional.

Porém a desorientação vai um pouco além, quando a mente, mesmo que por um lapso de tempo, passa a não perceber a dimensão temporal onde a pessoa está. Coisas como a própria idade ou em que ano ou mês estão podem começar a aparecer.

4. Desorientação progressiva em relação ao espaço

Locais anteriormente familiares e até corriqueiros podem começar a se tornar um desafio na mente do idoso que está começando a sofrer de alguma das demências. Por exemplo, ele pode estar indo até a padaria da esquina e se esquecer completamente do local, sem saber onde está.

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Essa é uma das causas de desaparecimento de idosos, pois as ruas, casas e lojas passam a ser completamente novas e estranhas a eles, como se tivessem sido removidas da memória. Esses apagões são, infelizmente, sinais fortes de que há problemas de cognição se desenvolvendo.

5. Diminuição da concentração

Nem o Silvio Santos consegue mais prender a atenção do idoso, a não ser quando dá suas gargalhadas típicas, trazendo de volta ao foco. A perda de concentração e constante desatenção podem ser bastante comuns no início do desenvolvimento dessas doenças.

A mente simplesmente se desliga do que está fazendo no presente e leva o idoso a algum momento passado, tirando o seu foco e concentração, fazendo com que pareça que ele não se importa com o que está acontecendo ao seu redor.

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6. Perda de iniciativa

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Essa é uma característica mais evidente em idosos que tem hábitos mais ativos, sempre inventando uma coisa nova para fazer. Seja mudar alguma coisa na casa, no jardim, inventar um artesanato, costura ou até um curso ou esporte novo, nada disso faz mais sentido para ele.

Essa falta de vontade de começar algo novo ou até mesmo de fazer as tarefas que lhe são designadas (é fundamental que se sintam úteis e parte do funcionamento de onde moram, de forma leve), são sinais de que algo não está indo bem.

7. Retração social

Mesmo entre os que já não eram tão ativos assim, há chances de acontecer a retração social, buscando o afastamento não somente dos amigos e pessoas queridas, mas também de familiares próximos ou distantes.

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Evita atender telefonemas, fazer visitas e até recebê-las, se for possível. Inventa motivos para ficar sozinho, as vezes na cama – quando não há motivos físicos ou de saúde que lhe impeçam de sair. Pode também ser sinal de depressão, um dos fatores desencadeados pelas demências.

8. Abandono dos passatempos

Deixar de fazer coisas que antes lhe traziam alegria e prazer é um sinal marcante de que há alguma coisa errada com o idoso, mesmo que não seja a demência. Dessa forma, é importante investigar junto ao geriatra ou um psicólogo especializado na melhor idade.

As plantas do jardim começam a secar, as revistas com atividades não estão mais sobre a mesa com a caneta favorita, ele não sai mais de casa para comprar o seu pãozinho e passa mais tempo sozinho e em ambientes fechados.

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9. Mudanças de humor

Mudanças de humor repentinas ou em curto espaço de tempo também são bastante comuns durante a primeira fase de desenvolvimento da demência em idosos. Explosões de raiva, ansiedade, irritabilidade e tristeza fazem parte do quadro.

Então, ao observar qualquer uma dessas alterações, é importante ver com que frequência estão acontecendo e se não há outras causas para tal. Vendo que são variações significativas, é importante consultar o geriatra.

10. Alterações de comportamento

Além das alterações de humor, as de comportamento também fazem parte do quadro do conjunto de doenças. Hiperatividade que surge do nada, querendo fazer mil coisas ao mesmo tempo, falando sem pesar as palavras e até gastando de forma irresponsável é um sinal.

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O contrário também pode acontecer, passando da hiperatividade à apatia em pouco tempo, não como um cansaço comum depois de realizar muitas atividades, mas como uma falta de energia extrema, talvez quase que uma falta de sentido.

O que fazer?

O ideal é evitar que a demência se desenvolva, buscando estimular o cérebro com jogos, atividades físicas e uma alimentação balanceada. A junção desses três elementos é fundamental para retardar ou evitar a doença.

Porém, um outro fator é tão importante quanto os outros três e muitas vezes é esquecido ou negligenciado: as amizades. O convívio social com os amigos de antigamente ativa diversas áreas da memória, tanto de longo quanto curto prazo.

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Porém, se os sinais já começaram a se manifestar, é fundamental que se encaminhe imediatamente para um geriatra, a fim de fazer os exames adequados e determinar alguma medicação ou alimentação especial.

Além disso, o acompanhamento com um psicólogo pode ajudar bastante a retardar os efeitos, através de exercícios mentais práticos, que serão orientados para o dia a dia do idoso. A melhor linha para esse caso é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC).

Claro que muito amor, paciência e acompanhamento inclusivo são fundamentais, sendo assim um trabalho em equipe com o idoso. A família deve buscar formas de estar sempre presente, para ajudar no estímulo da memória e, com o tempo, ter alguém que ajude e acompanhe, nessa fase mais delicada da vida.

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Veja mais dicas de como estimular a mente do idoso no vídeo:

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