varíola
Foto: Public Health Image Library of the Centers for Disease Control and Prevention.

Varíola dos macacos: mais um alerta mundial de doença viral

Essa doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa, mas o contato deve ser bem próximo e mais prolongado. Mesmo assim, vale o alerta!

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Para conseguir lidar emocionalmente com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas preferem pensar que “depois disso, tudo vai melhorar”. Bem, é importante manter a esperança. Mas, os novos casos de varíola dos macacos pelo mundo nos mostram que não podemos baixar a guarda.

Por mais que seja exaustivo começar a se preocupar com outra doença viral, infelizmente precisamos falar sobre o assunto para evitar que outras milhares de pessoas sejam vítimas em mais uma pandemia.

Então, saiba agora o que é a varíola dos macacos, quais os sintomas e o que fazer caso notá-los, e saiba também como está a situação atual dos novos casos dessa doença no mundo.

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O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma infecção viral rara, semelhante à varíola humana. A transmissão normalmente acontece do animal para a pessoa, em florestas da África Central e Ocidental, onde o vírus é endêmico.

Antes desse surto, a doença era normalmente identificada em pacientes que viajaram ao continente africano. Só que, agora, os novos casos têm sido relatados em pessoas que não visitaram essas regiões.

Segundo a conselheira médica chefe da Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA), Susan Hopkins, a transmissão comunitária na Europa – quando o contágio é entre pessoas no mesmo território sem histórico de viagem ou origem definida – já é uma realidade.

Portanto, casos de contágio entre seres humanos podem acontecer. Quando ocorrem, são pelo contato próximo e prolongado com lesões, fluidos corporais (inclusive contato sexual), compartilhamento de materiais contaminados e vias respiratórias.

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A varíola dos macacos começa por se manifestar através de:

  • Febre
  • Arrepios
  • Dor de cabeça
  • Dores musculares
  • Dor nas costas
  • Exaustão
  • Inchaço dos nódulos linfáticos

Aproveite e veja: Banho ajuda a baixar febre? Veja como fazer do jeito certo

Cerca de 1 a 3 dias após o surgimento da febre, podem aparecer erupções cutâneas, primeiro no rosto, espalhando-se depois para outras zonas do corpo, incluindo órgãos genitais.

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Essas erupções passam por algumas fases e, quando as crostas caem, a pessoa deixa de ser infecciosa (não pode mais contaminar os outros).

A varíola dos macacos é autolimitada em semanas – a maioria dos doentes recupera em 2 a 4 semanas – e o seu tratamento tem como objetivo o alívio dos sintomas.

Atualmente, não existe um tratamento específico para a varíola dos macacos. Nos casos severos, pode ser considerado um medicamento antiviral específico, sobretudo em casos de internamento hospitalar.

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Tem vacina?

Conforme informações da OMS, não existe uma vacina específica para a varíola dos macacos, mas os dados mostram que os imunizantes utilizados para erradicar a varíola tradicional, em 1980, são até 85% eficazes contra essa versão.

Mitos e verdades da vacina: saiba por que vacinar

Como prevenir a varíola dos macacos?

Embora possa ser transmitida de pessoa para pessoa, o contágio dessa forma exige um contato mais prolongado e bem próximo da pessoa infectada.

Então, o risco de contágio ainda é maior para pessoas que vão viajar para países da África Central ou Ocidental. Se for o caso, é importante tomar os seguintes cuidados:

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  • Fazer a higiene frequente das mãos, sobretudo após o contato com animais ou pessoas infectados, lavando as mãos com água e sabão ou usando álcool-gel.
  • Não se aproximar de animais selvagens, incluindo animais mortos.
  • Evitar contato com materiais, como roupa de cama ou toalhas, que possam ter estado em contato com pessoas infectadas.
  • Não ter contato próximo com pessoas que não se sintam bem e que possam ter varíola dos macacos.
  • Ingerir apenas carne bem cozida.
  • Não ingerir ou tocar em carne de animais selvagens.

Aproveite e veja: Por que não se deve lavar carnes antes do preparo?

Casos em vários países

Desde o início de maio de 2022, foram registrados casos no Reino Unido, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, Suécia, Espanha, Portugal, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Canadá, Israel, Suíça e Áustria.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que 92 casos e 28 suspeitos já foram identificados em países onde o vírus não é endêmico — e alertou que mais infecções provavelmente serão confirmadas em breve.

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Na Alemanha, um dos casos registrados foi de um brasileiro, que também passou por Portugal e Espanha, e permanece na Alemanha em tratamento. Ainda não há registros de casos no Brasil.

Bélgica decreta quarentena para conter a doença

A Bélgica se tornou o primeiro país a introduzir uma quarentena obrigatória para as 4 pessoas infectadas com a varíola dos macacos (monkeypox, em inglês).

Quem tiver o diagnóstico confirmado para a infecção será obrigado a cumprir um período de 21 dias de quarentena, sem contato algum com outras pessoas.

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De acordo com o jornal belga La Libre, a decisão foi tomada na sexta-feira (20/05) pelo Grupo de Avaliação de Riscos da Bélgica (RAG) e autoridades de saúde do país.

A região vive o maior surto da varíola dos macacos já registrado, de acordo com o serviço médico das Forças Armadas da Alemanha.

Veja também: Atraso de 1 minuto em voo obrigou passageiros a cumprir 10 dias de quarentena

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Caso na Argentina

O Ministério da Saúde da Argentina anunciou, no dia 22 de maio de 2022, que foi detectado o primeiro caso suspeito de varíola do macaco do país, e também da América Latina.

De acordo com o portal Infobae, o paciente, que mora na província de Buenos Aires, mas viajou à Espanha entre os dias 28 de abril e 16 de maio, está isolado e apresenta bom estado clínico geral.

Veja também: Em Honduras, quem fura a quarentena é obrigado a limpar as ruas

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Fontes: MSD Manuals/O Globo

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