Suicídio entre idosos
Crédito: Freepik

Suicídio entre idosos: fatores de risco, sinais e como evitar

Idosos que tiram a própria vida têm motivos para fazer isso, e acontece mais do que se imagina, basta se importar em saber

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De acordo com o relatório epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em 2017, a taxa geral de suicídio entre os brasileiros é de 5,8 para cada 100 mil habitantes, mas, entre pessoas com mais de 70 anos, essa taxa sobe para 8,9 por 100 mil habitantes. Esse é um número bem alto e é preciso refletir a respeito para entender os motivos, perceber os sinais e poder ajudar a evitar. O que faz uma pessoa idosa querer se suicidar?

O acúmulo de experiências negativas e o “cansaço de viver”

Uma coisa é certa: quanto mais tempo uma pessoa vive, mais experiências ela acumula. Em muitos casos, as experiências negativas são mais marcantes, como a perda de vários amigos e entes queridos ao longo da vida, doenças crônicas, problemas financeiros, o sentimento de solidão e inutilidade após a aposentadoria.

Para quem vê de fora, a dor dessas experiências não têm o mesmo peso. Por isso, é mais fácil julgar e ignorar do que procurar compreender e oferecer apoio. Muitos idosos apenas se comportam de forma rabugenta, sem falar sobre as verdadeiras causas de suas lamentações, mas elas existem e podem vir à tona quando alguém se aproxima com a verdadeira intenção de ajudar.

Além disso, os transtornos mentais comuns em idosos favorecem os pensamentos suicidas, principalmente quando o idoso é sozinho e tem outros problemas para lidar. O cansaço da mente e do corpo, depois de tantos anos, vai trazendo a vontade de desistir, pois os momentos de infelicidade se tornam mais frequentes.

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Quais são os sinais?

Desistir de fazer atividades que achava prazerosas, isolar-se em casa, perder o interesse pela vida em sociedade, como sair com amigos e visitar parentes. Falar, frequentemente, que já cumpriu com sua missão de vida, que não quer mais viver. Deixar de cuidar da sua higiene pessoal como costumava, doar seus pertences, conversar com as pessoas como se estivesse se despedindo ou até falar claramente sobre uma intenção de suicídio.

Para perceber os sinais de que uma pessoa idosa precisa de ajuda é necessário prestar atenção aos detalhes. É comum achar que o comportamento é normal da idade, ou que a pessoa está reclamando e dizendo tudo da boca para fora. Mas, pode ser sério, e não adianta lamentar depois que acontecer.

Mesmo que a pessoa idosa não vá, de fato, cometer o suicídio, esses sinais mencionados indicam problemas como depressão ou demência, e merecem atenção imediata, com cuidados médicos, evitando deixar a pessoa sozinha.

O que fazer para ajudar?

Dar atenção. Se sentar, ouvir o que a pessoa tem a dizer, mesmo que isso signifique ficar algumas horas ouvindo as mesmas histórias de sempre. Prestar atenção na pessoa idosa, observar o que ela diz e como se comporta, é a melhor forma de ajudar. Isso é prestar apoio emocional, e pode mudar a vida de uma pessoa com intenção de suicídio.

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Se notar que há algo errado, é importante conversar com parentes para buscarem suporte profissional ou, se for o caso, ir direto a um psiquiatra ou psicólogo e agendar uma consulta de avaliação. Os tratamentos vão variar de acordo com cada caso diagnosticado, mas esses dois passos inicias são os mais importantes.

Se puder ajudar oferecendo ao idoso outras coisas que lhe faltem para trazer mais qualidade de vida, é ótimo também. Consertos na casa, ajudar no agendamento de consultas médicas, na mobilidade, inseri-lo novamente em grupos sociais, conscientizar as pessoas sobre a importância dos idosos e sobre o respeito que eles merecem na sociedade.

Artigo com informações de profissionais de saúde mental entrevistados por VivaBem UOL

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