Dormir
Crédito: Freepik

Dormir com claridade não faz bem à saúde, aponta estudo

Se você dorme com luz acesa, cortina aberta ou televisão ligada, saiba esse hábito pode estar prejudicando sua saúde silenciosamente

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É claro que é melhor dormir em um ambiente com claridade do que não dormir. Aliás, nem todo mundo se incomoda ou sente que o sono foi prejudicado só por dormir com uma luz acesa ou com as cortinas abertas durante o dia.

Mas, de acordo com um estudo realizado no Centro de Medicina Circadiana e do Sono da Faculdade de Medicina Feinberg, da Universidade Northwestern, e publicado em 14 de março na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, essa prática pode não fazer bem à saúde em alguns aspectos.

O experimento constatou que dormir por apenas uma noite com uma luz fraca, como um aparelho de TV com o som desligado, elevou o açúcar no sangue e a frequência cardíaca dos jovens saudáveis que participaram da pesquisa.

Conforme explicou a autora do estudo, Phyllis Zee, apesar do fato de os participantes dormirem com os olhos fechados, a luz fraca penetrou pelas pálpebras e atrapalhou o sono.

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Veja também: Doenças cardíacas e sono: outro estudo sugere qual é a relação

Qual é o risco de dormir na claridade?

Enquanto o corpo está dormindo, todos os sistemas reduzem sua atividade para que o organismo inicie sua reparação diária. Mas, a claridade durante o sono pode prejudicar essa redução da atividade, fazendo o organismo entender que o corpo deveria estar acordado, pois está claro lá fora – ou é como ele pensa que está.

Quem cumpre com essa função é o nosso relógio biológico, que regula o nosso sono, entre outros fatores, conforme a claridade do dia. É por isso que a maioria de nós vai ficando com mais sono à medida em que escurece – pelo menos deveria ser assim.

Veja também: Trocar o dia pela noite: veja as consequências para o organismo

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Então, ao entender que o corpo deveria estar acordado, a frequência cardíaca aumenta, assim como os níveis de açúcar no sangue.

Quando a frequência cardíaca se eleva durante o sono, e isso ocorre com muita frequência, aumenta o risco de morte precoce por problemas relacionados ao sistema cardiovascular.

Além disso, quando os níveis de açúcar no sangue se elevam durante o sono, com frequência, aumenta o risco de desenvolver resistência à insulina, que pode levar à diabetes tipo 2.

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Aproveite e veja: Tudo que você precisa saber sobre resistência à insulina

Como foi feito o estudo sobre dormir com claridade

Zee e sua equipe selecionaram 20 pessoas saudáveis, na faixa dos 20 anos, para passar duas noites em um laboratório do sono. A primeira noite foi passada em um quarto totalmente escuro onde “você não seria capaz de ver muito, ou nada, quando seus olhos estivessem abertos”, disse Zee.

Todos os participantes do estudo foram conectados a dispositivos que monitoram uma série de medidas objetivas da qualidade do sono.

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Para que os dados pudessem ser coletados com o mínimo de interferência, eles dormiram com uma agulha intravenosa conectada a longos tubos que serpenteiam pela sala e passam por um buraco que chega ao laboratório da pesquisadora. O sangue foi coletado sem nunca tocar os participantes adormecidos.

“Nós gravamos as ondas cerebrais e pudemos dizer em que estágio do sono a pessoa estava. Gravamos a respiração, a frequência cardíaca, o eletrocardiograma e também extraímos sangue deles para medir os níveis de melatonina (hormônio que estimula o sono) enquanto dormiam”, disse Zee.

Veja também: Efeitos colaterais da melatonina e as contraindicações de uso

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Uma parte aleatória do grupo repetiu o mesmo nível de luz por uma segunda noite no laboratório, enquanto a outra parte do grupo dormia com uma luz fraca no teto, com um brilho equivalente a “um dia muito, muito escuro, nublado ou luzes da rua entrando por um janela”, disse Zee.

Mas, mesmo essa pequena quantidade de luz criou um déficit de ondas lentas e movimento rápido dos olhos enquanto os voluntários dormiam, justamente nos estágios do sono em que ocorre a maior parte da renovação celular.

A frequência cardíaca aumentou, a resistência à insulina também e os sistemas nervosos simpático (luta ou fuga) e parassimpático (descanso e relaxamento) ficaram desequilibrados.

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Prefira descansar em um ambiente o mais escuro possível

Então, como conclusão do estudo, Zee recomenda que as pessoas durmam em um ambiente o mais escuro possível.

“Acho que a força da evidência é que você claramente deve prestar atenção à luz do seu quarto. Certifique-se de começar a diminuir as luzes pelo menos uma ou duas horas antes de ir para a cama para preparar seu ambiente para dormir”, finalizou.

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Fonte: CNN Brasil

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