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Família brasileira tem 4 membros com autismo de alto desempenho

A mensagem é que, embora seja necessário fazer tratamento, o autismo não impede a pessoa de levar uma vida de sucesso

Imagem: Arquivo Pessoal

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O autismo é um modo diferente de enxergar o mundo e interagir com ele. Já falamos aqui sobre alguns dos sinais de autismo para os pais observarem nos filhos, assim como fez a dona Matilde Almeida Alvin, que foi a primeira a perceber todos os casos do espectro da família.

Dos sete filhos que dona Matilde teve, duas meninas eram autistas. Uma delas – que hoje é uma enfermeira de sucesso – se tornou mãe de Emanoel, um jovem de 16 anos que acabou de ser aprovado no vestibular para cursar Medicina na UniFTC, tradicional universidade particular em Itabuna, na Bahia.

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Para eles, foi “apenas uma prova”

A boa notícia veio no dia 28 de março de 2022, e virou notícia local. Mas, Emanuel não entendeu o motivo, já que ele apenas fez uma prova. Para o jovem, que é autista de alto desempenho e aluno da rede pública, ele não fez nada fora do normal.

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Para a família, a aprovação de Emanuel foi motivo de comemoração, mas eles também não se surpreenderam. Dona Matilde, embora seja uma dona de casa simples, já sabia que o neto tinha habilidades especiais, como duas de suas filhas.

Além da mãe de Emanuel, a outra filha de dona Matilde que nasceu com autismo de alto desempenho, Eliete Alvin, de 39 anos, é mestre em Física e doutoranda em Biotecnologia na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

A tia Eliete sempre apoiou a vida acadêmica de Emanuel, tanto que o incentivou a participar do vestibular, mesmo quando faltava apenas um mês para a prova.

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Em entrevista para O Globo, ela contou que a família já tem mais um membro, além do adolescente, com a possibilidade de um futuro brilhante:

Sobre Emanuel, a tia Eliete contou: “Ele disse ‘tia, eu só fiz uma prova, não é nada demais’. Ele não entende que ser aprovado aos 16 anos em Medicina é algo incomum.”

E também aproveitou para contar um pouco sobre a relação da família com o autismo. “Temos quatro casos de autismo na família e queremos mostrar que pessoas com deficiência intelectual podem ter uma vida comum”, referindo-se ao caçula, Enzo, primo de Emanoel, de apenas 4 anos, que já apresenta desempenho escolar acima da média.

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“Associado ao autismo, ele pode ter também savantismo – a síndrome de Savant é um distúrbio psíquico raro, que faz com que algumas pessoas tenham habilidades intelectuais extraordinárias, os prodígios”, disse Eliete.

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Tia Eliete incentiva o futuro dos sobrinhos com autismo

Eliete com dona Matilde/Arquivo Pessoal

Eliete conta que, desde cedo, Dona Matilde percebeu que ela e a irmã eram diferentes. Por ser uma época de muito preconceito, as duas fizeram acompanhamento psicológico. Somente depois de adultas, elas receberam o diagnóstico correto.

No desempenho acadêmico, ela explica que a família tem hiperfoco, uma capacidade maior de concentração mental. No caso de Eliete, é voltado para a área de Física e Saúde, com aplicações biomédicas. “Eu nunca canso de estudar, para mim é lazer. Na verdade, canso do resto”, diz ela, rindo.

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Diante do preconceito, Eliete diz que o caso da família Alvin prova que os autistas são capazes de ocupar o mercado de trabalho.

“Não posso me calar. Pessoas do espectro podem trabalhar, estudar, são normais. Há limitações, mas tem tratamento. Por isso é importante contarmos nossas histórias de sucesso”.

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Fonte reportagem: O Globo

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