o que é hepatite
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O que é hepatite: conheça os tipos, sintomas e transmissão

Conhece todos os tipos dessa doença? Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, inclusive passar de mãe para filho na gestação

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Maior glândula do organismo, o fígado é responsável por manter as reservas de ferro, vitaminas e sais minerais. Em outras palavras, é ele quem fornece a força necessária para mover o corpo. O fígado também produz a bile, líquido ácido responsável pela digestão dos alimentos e pela desintoxicação do organismo após a ingestão de substâncias químicas e prejudiciais. Todas essas funções ficam comprometidas quando o órgão é a cometido por uma doença séria. Você sabe o que é hepatite? Veja agora.

Veja também: doenças causadas por vírus

O que é hepatite?

Uma inflamação que compromete o fígado, podendo levar a óbito. Essa é a resposta para quem quiser saber o que é hepatite. A doença apresenta números alarmantes no Brasil. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de brasileiros são portadores da doença, mas apenas 150 mil foram diagnosticados. De acordo com o Ministério da Saúde, somente no ano de 2017 foram registrados 40.198 casos de hepatites virais.

Tipos

Os vírus responsáveis pela hepatite A, B e C infectam as células do fígado, causando um processo inflamatório e, por consequência, prejudicando o funcionamento do órgão. Dentre os diferentes tipos, o mais preocupante é o causado pelo vírus tipo B, visto ser o mais comum e ter diagnóstico complexo.

Aguda

Com sintomas visíveis, a doença é facilmente identificável, pois os pacientes acometidos pela enfermidade apresentam uma cor amarelada, dor na região abdominal direita e inchaço no fígado.

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Crônica

Silencioso, esse tipo pode levar 10, 20, 30 anos para se manifestar. Durante esse tempo, o fígado se deteriora dia após dia e, quando há o diagnóstico, muitas vezes o paciente já está próximo de um câncer de fígado ou cirrose, que resultam na insuficiência hepática.

Além do consumo exacerbado de bebidas alcoólicas, a cirrose também pode ser causada pelo acúmulo de gordura no fígado ou uso indiscriminado de substâncias tóxicas (como alguns remédios). Doenças hereditárias e alguns tipos de doenças autoimunes, nas quais o corpo ataca a si mesmo, são outras origens da disfunção.

Um medicamento que é muito popular, mas poucos sabem que faz muito mal para o fígado é o paracetamol. Em seu lugar, é preferível utilizar métodos alternativos para aliviar o mal estar, como chás.

Hepatite A

Esse tipo é uma doença infecciosa aguda. É causada pelo vírus VHA, transmitido por via oral-fecal. O vírus pode estar na água contaminada, em alimentos preparados sem cuidados de higiene e pode passar de uma pessoa para outra. É preciso manter as mãos sempre limpas, pois o vírus sobrevive nelas por até 4 horas.

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Quem contrai essa doença uma vez fica imune para sempre. O período de incubação pode levar de duas a seis semanas. Nessa fase não há sintomas, mas a pessoa já pode transmitir o vírus para outras se não tomar cuidado.

Em boa parte dos casos, depois de um ou dois meses a doença se cura espontaneamente. Mas algumas vezes pode levar uns seis meses para a completa eliminação do vírus.

Hepatite B

Causado pelo vírus tipo VHB, esse tipo infecta as células do fígado, causando um processo inflamatório crônico. Essa inflamação pode ocorrer pelo ataque do próprio vírus ou pelo ataque dos anticorpos na tentativa de matar os vírus.

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A incubação desse vírus no organismo varia de um a quatro meses. A doença pode se desenvolver de forma aguda ou crônica, sendo que raros casos podem ser fatais. Muitas vezes a doença se cura sozinha, eliminando o vírus do organismo. Somente em 5% dos casos o vírus permanece e a doença se torna crônica.

Hepatite C

Esse tipo da doença é causado pelo vírus VHC, que é transmitido principalmente pelo sangue contaminado. Por isso deve-se ter muito cuidado com compartilhamento de agulhas e seringas, seja de piercings, tatuagens ou também os instrumentos de trabalho da manicure.

Outras formas de transmissão são o contato sexual e por via perinatal que é quando a mãe passa para o bebê. Essa última é a forma menos frequente.

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Transmissão

Os tipos B e C possuem a mesma forma de transmissão. Somente o tipo A que é diferente.

Tipo A

  • Água contaminada;
  • Falta de saneamento básico;
  • Manipular alimentos com mãos mal lavadas;
  • Não desinfetar alimentos corretamente;
  • De pessoa contaminada para pessoa sadia.

Tipos B e C

  • De mãe para filho durante a gestação ou na hora do parto;
  • Compartilhamento de objetos cortantes com sangue contaminado (alicates de unha, seringas, agulhas);
  • Relação sexual desprotegida.

Sintomas

sintomas de hepatite
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Nos três tipos da doença os sintomas são semelhantes, isso quando se manifestam.

Tipo A

Como esse tipo é assintomático no período de incubação, poucas pessoas vão ter os clássicos sintomas de doenças virais. Esses sintomas são febre, cansaço, dor muscular, náuseas e falta de apetite. Essa doença em específico também apresenta fezes amarelo-esbranquiçadas e urina escura.

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Tipo B

Os sintomas desse tipo da doença são os clássicos, assim como ocorre nos demais tipos. Náuseas, vômitos, mal estar geral, febre, fadiga, dores musculares, pele e olhos amarelados, além das alterações nas fezes e urina.

Tipo C

A hepatite C é do tipo crônica, que só se manifesta depois de anos, quando o fígado já está muito comprometido. Mesmo assim existem casos agudos nos quais a pessoa apresenta mal estar, vômito, náuseas, dor muscular, pele e olhos amarelados, perda de peso e fadiga.

Tratamentos

tratamento de hepatite
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Uma vez que o fígado já está debilitado, o tratamento é feito por meio da hidratação, repouso e alimentação equilibrada. O uso de medicamentos não é aconselhável, podendo agravar o quadro clínico.

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Tratamento para tipo A

Para esse tipo da doença não há um tratamento específico. Nem mesmo o repouso absoluto é recomendado porque não há evidência de que é um tratamento eficaz. A pessoa vai acabar ficando de repouso se tiver sintomas que a deixem sem energia. É muito importante lembrar que, depois de curada, a pessoa não pode ingerir qualquer tipo de álcool por, no mínimo, 3 meses.

Tratamento para tipo B

Nos casos agudos da doença, não determinados antivirais recomendados. Geralmente o tratamento consiste em aliviar os sintomas e prevenir complicações. O paciente não precisa ficar de repouso, mas deve reduzir a intensidade de suas atividades. Nos casos em que se faz necessário o uso de medicamentos, existem opções que atuam inibindo a proliferação do vírus e controlando a inflamação.

Tratamento para tipo C

Esse é um dos poucos tipos de doenças crônicas que tem cura. Não ocorre em todos os casos, mas ainda assim é possível conter o avanço da doença.

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Existem medicamentos que são distribuídos pelo SUS. Dois deles são interferon e a ribavirina. Porém, eles causam efeitos colaterais que precisa ter bastante paciência para lidar. A pessoa pode sentir náuseas, dores no corpo, vômitos, perda de cabelo, febre e anemia, o que não é nada bom.

Além desses, também são distribuídos gratuitamente os novos antivirais telaprevir e boceprevir que são inibidores da enzima necessária para a proliferação do vírus. Logo, é uma medicação que bloqueia a evolução da doença. Essa medicação é distribuída para pacientes com genótipo 1 e estágio avançado.

Outros 3 medicamentos são ainda mais novos, incorporados pelo SUS em 2018, que são Daklinza (daclastavir), Sovaldi (sofosbuvir) e Olysio (simeprevir sódico). Eles causam menos efeitos colaterais e há chance de cura para 90% dos casos.

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Diagnóstico

Em caso de suspeita, um exame de sangue pode comprovar a existência da doença. Contudo, a consulta com um médico especializado (hepatologista) é fundamental, a fim da realização de outros testes mais específicos para verificar o estágio da doença. Quando ainda não souber do que se trata, pode ir ao clínico geral.

Prevenção

A prevenção da hepatite causada pelo vírus A e o B é feita através de vacina, a qual é aplicada nos recém-nascidos ainda na maternidade.

Para o tipo B são 4 doses: ao nascer, com 2, 4 e 6 meses de vida. Pessoas adultas não vacinadas na infância devem seguir um esquema de 3 doses.

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Para o tipo A são duas vacinas. Uma em duas doses com seis meses de intervalo e outra em três doses com seis meses de intervalo também. Esse tipo não é distribuído pelo SUS, mas é recomendado administrar a partir do primeiro ano de vida, quando se torna mais eficaz.

Ainda não há vacina para o tipo C, então o que se pode fazer para ficar um pouco mais protegido é se vacinar contra gripe e pneumonia.

Esse artigo não substitui a consulta ao médico. Cada organismo é único e pode reagir de forma diferente ao mencionado.

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