Medicina teranóstica
Crédito: Freepik

Medicina teranóstica e o tratamento do câncer de próstata

Ainda bem que podemos contar com a constante evolução da medicina para tratamentos de doenças graves.

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Os estudos sobre tratamento de câncer não param de evoluir. Talvez você nunca tenha ouvido falar em medicina teranóstica, mas essa é uma possibilidade de tratamento bastante eficaz para alguns casos, em especial o câncer de próstata com metástase, que é o tipo que mais acomete os homens brasileiros, com mais de 60 mil casos ao ano, segundo dados do INCA.

O que é a medicina teranóstica?

O termo teranóstica é a junção de duas palavras: “tera”, que vem de terapia, e “nóstica”, de diagnóstica. Ou seja, a medicina teranóstica é algo capaz de acusar uma doença e tratá-la seguindo o mesmo princípio.

No caso do câncer de próstata com metástases, a medicina teranóstica têm ajudado muito. Por meio dessa intervenção é possível localizar metástases invisíveis aos exames de imagem e, ao mesmo tempo, matá-las.

Depois de algumas sessões, as metástases param de se desenvolver e o paciente que estava desenganado pode ganhar alguns meses (às vezes mais de um ano) de sobrevida.

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Nos casos em que não é possível dar sobrevida ao paciente, o tratamento com a medicina teranóstica ao menos encolhe os tumores metastáticos, aliviando as dores do paciente.

Como funciona?

Como explica a médica nuclear Elba Cristina Sá de Camargo Etchebehere, professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), “nós usamos radiação, mas o que fazemos é bem diferente de uma radioterapia. Na radioterapia, você tem uma fonte de radiação externa apontando para um alvo, que no caso é o paciente. A máquina, então, irradia aquela região onde está localizado o câncer. Mas, se falamos em teranóstica, a radiação não vem de um aparelho dirigido ao seu corpo.”

O que acontece no tratamento com teranóstica é muito interessante. Primeiro, os médicos devem encontrar uma molécula que aquela célula acometida pelo câncer costuma usar naturalmente para funcionar.

Então, essa molécula é preparada para se tornar um radiofármaco. Isso quer dizer que ela é ligada a uma partícula radioativa antes de ser injetada de volta no corpo, usando um PET-scan, que faz a tomografia por emissão de pósitrons, ou uma câmara de cintilografia, que não emite nenhuma radiação.

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“Como aquela molécula usada pelas células é absorvida depressa por elas, levando a partícula radioativa junto, o equipamento encontra a sua localização exata”, complementa a médica.

Dessa forma, os especialistas em medicina teranóstica colocam uma partícula radioativa de gálio para dentro do tumor para sinalizar ao equipamento o lugar certo onde ele está, denunciando os locais adoentados.

“Uma vez flagrados os pontos de câncer, em outra ocasião eu vou injetar a mesma molécula, mas dessa vez a partícula radioativa que colarei nela, o lutécio, emitirá ondas potentes, capazes de quebrar a fita de DNA, isto é, o código genético das células doentes, matando-as”, finaliza a médica.

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Não é indicado em todos os casos

Embora pareça uma forma revolucionária que serve para livrar todos os homens do câncer de próstata com metástase, não é bem assim que funciona. Durante o 38º Congresso Brasileiro de Urologia, a Dra. Elba Cristina explicou que, “não é porque o paciente com câncer de próstata tem metástase que ele é necessariamente candidato à teranóstica”.

Acontece que, em 10% dos casos, as células doentes se multiplicaram de maneira tão alucinada e se diferenciaram tanto que não agem como antes. Irreconhecíveis, alteradas, distantes do que eram, elas deixam de captar a molécula que é usada para reconhecê-las e matá-las, através do tratamento. Ou seja, o tratamento deixa de ser útil.

Mas, esse método de diagnóstico e tratamento de metástases ainda vai evoluir bastante. Inclusive, para avaliar a escolha de remédios usados no câncer em geral, marcando-os também com alguma partícula radioativa para observá-los em plena ação.

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Veja também: 7 alimentos para prevenir o câncer de próstata

Artigo com informações de UOL Viva Bem

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