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Leite empedrado: o que fazer

Esse pode ser o motivo de muitas dificuldades para uma amamentação tranquila

Crédito: Freepik

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De acordo com a cartilha sobre amamentação, distribuída pelo Ministério da Saúde, o leite empedrado ou ingurgitação mamária, tem três componentes básicos: congestão/aumento da vascularização da mama, retenção de leite nos alvéolos e inchaço decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático.

Por que acontece

Com o inchaço, acaba acontecendo uma maior dificuldade de circulação do leite, dos dutos para o mamilo, “prendendo” o leite que acaba sendo reabsorvido, em parte. Essa reabsorção leva ao espessamento do líquido, o que dificulta ainda mais a passagem e acaba acumulando cada vez mais, formando nódulos de leite viscoso, que são popularmente chamados de pedras.

Para a Fiocruz, não é saudável deixar a mama muito cheia de leite (ingurgitadas) porque o leite parado dentro da mama pode “empedrar”. Por isso, sempre que a mulher perceber os seios pesados, doloridos ou com nódulos endurecidos, é necessário fazer massagem e retirar o leite, evitando a dor e o desconforto que o ingurgitamento costuma provocar.

Se acontecer de empedrar, há técnicas que ajudam a aliviar o problema, facilitando a amamentação. Veja quais são logo a seguir.

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Leite empedrado: o que fazer para desempedrar

Crédito: Freepik

Algumas técnicas são unânimes com relação às melhores práticas para desempedrar o leite, porém as compressas são sempre alvo de discussão, inclusive entre entidades especialistas, como a Fiocruz e o Ministério da Saúde.

1. Massagem na mama

Assim que começar a sentir que a mama está ficando mais pesada, você pode fazer uma massagem delicada na região, para aliviar e esvaziar, desobstruindo os dutos e impedindo o empedramento. Se já estiverem empedradas, a massagem é ainda mais importante, devendo ser realizada corretamente.

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Comece pelo mamilo, caso ele esteja inchado, massageando delicadamente com a ponta dos dedos, até que fique mais macio. Em seguida, faça movimentos circulares desde o mamilo até a base do seio, em todo ele. É importante que você o faça delicadamente, para não agravar a situação.

Em seguida, use a bombinha para retirar uma parte do leite e facilitar a sucção pelo bebê. Pode também fazer a ordenha manual, retirando o excesso de leite ao apoiar o seio em uma das mãos, com a palma para cima, fazendo movimentos da base para o mamilo, com leve pressão.

2. Livre demanda

Para resolver esses problemas, a melhor coisa é dar o peito livremente para o bebê mamar. Quando ele quiser e o quanto ele quiser, sem se preocupar com o que dizem sobre vício de colo e fazer seu peito de chupeta.

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É exatamente esse estímulo e drenagem que vai impedir e tratar o ingurgitamento da mama, reduzindo as dores, inchaço, pedras, vermelhidão e todas as características desagradáveis.

Então aproveite o momento e ofereça o peito em livre demanda, sempre que perceber que seu pequeno está querendo mamar. De acordo com a Fiocruz, os sintomas de que o bebê está ficando com fome são os gemidos ou barulhinhos que faz antes de chorar, bem como o lamber e sugar a mãozinha. 

3. Posição correta ao amamentar

É fundamental que a mãe receba ajuda nos primeiros dias, de uma doula ou outro especialista, para aprender a forma correta de amamentar, a fim de evitar o leite empedrado a partir do quarto ou quinto dia de nascimento do bebê, o que ocorre com certa frequência.

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Se o peito não for pego corretamente, pode ser que a quantidade de leite sugado seja inferior ao necessário, tanto para o bebê e seu desenvolvimento, quanto para a mãe e a devida eliminação do leite produzido, que começa a aumentar depois do quarto dia de vida.

Assim, o ideal é que tanto o bico quanto a auréola fiquem dentro da boca do bebê, para que ele possa ter maior controle da sucção e menor entrada de ar, que pode inclusive provocar gases e estimular a regurgitação após a mamada.

4. Ordenha

Sempre que o peito estiver muito cheio e seu bebê sem fome, faça a ordenha manual, para que o leite não se acumule. Você pode congelar o leite para oferecer ao seu bebê caso saia, ou até mesmo ajudar o banco de leite da sua cidade, doando alimento e anticorpos para outros bebês cujas mães não tiveram como amamentar.

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Antes da ordenha, higienize o peito e instrumentos e faça a massagem, como já ensinada anteriormente. Em seguida, retire o excesso e armazene em frascos esterilizados ou em saquinhos específicos para o congelamento do leite materno.

Não se preocupe: ordenhar o leite não irá fazer com que ele acabe, pois você vai continuar ofertando o peito ao bebê, que irá estimular a produção, aumentando também sua capacidade de ordenha, tornando-se um ciclo virtuoso.

5. Sutiã de amamentação

De acordo com o Ministério da Saúde, é fundamental utilizar um sutiã com excelente sustentação para que se mantenha a estrutura das mamas, facilitando a saída do leite. O órgão recomenda o “uso ininterrupto de sutiã com alças largas e firmes, para aliviar a dor e para manter os ductos em posição anatômica”.

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Existem diversos tipos de sutiãs de sustentação, mas o ideal é que sejam de amamentação também, pois eles têm uma abertura frontal que facilita muito a vida da mãe, liberando apenas o mamilo e a parte frontal da mama.

Além de facilitar a amamentação com qualquer tipo de roupa, isso ajuda a manter a estrutura dos dutos mamários, inclusive durante o processo de amamentação, aumentando o fluxo de leite para a boca do bebê.

6. Uso de analgésicos

O uso de analgésicos deve ser feito exclusivamente sob recomendação médica. Então entre em contato com seu obstetra e o pediatra do bebê antes de começar a usar, pois cada organismo age de forma diferente e pode ser que não seja a melhor escolha para vocês.

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Se autorizado, o uso do analgésico melhora a qualidade de vida da mãe, principalmente no ápice da dor, quando parece ser insuportável. O ibuprofeno é normalmente o mais recomendado em caso de leite empedrado, exceto para quem tem alergia ao medicamento.

Além de aliviar a dor e reduzir a temperatura corporal, em caso de febre, ele tem ação anti-inflamatória, ajudando a recuperar mais rapidamente e evitando uma complicação, como a mastite, que envolve outros fatores nesse processo.

7. Compressas frias

Agora, a questão polêmica entre o uso de compressas quentes e frias nas mamas. Com relação às compressas frias, tanto a Fiocruz quanto o Ministério da Saúde concordam que só devem ser utilizadas por mamães que precisam reduzir a produção do leite.

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Seja em casos em que a mãe é portadora do HIV ou outros motivos que a levem a não poder amamentar, as compressas frias são recomendadas.

A compressa fria funciona como um vasoconstritor – ou seja, ajuda a comprimir os vasos – fazendo com que a quantidade de leite produzido seja menor. Isso reduz o acúmulo de leite e futuro empedramento, além de ajudar a tratar a inflamação e amenizar a dor no local.

8. Compressas quentes

Esse é o ponto em que as instituições discordam. Para o Ministério da Saúde, a compressa quente ajuda a expandir os vasos, fazendo com que o leite saia mais facilmente, eliminando o acúmulo de forma menos dolorosa e mais rápida.

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Já a Fiocruz diz que essa dilatação dos vasos sanguíneos, causada pelo aquecimento do local, vai estimular a produção de leite. Tendo a quantidade aumentada, o peito vai ter que lidar com ainda mais leite para expelir, sendo que a demanda não é suficiente ainda.

Dessa forma, fica a seu critério a utilização ou não das compressas quentes, sempre conversando com o seu obstetra e o pediatra do bebê. Se optar por fazer, muito cuidado para não queimar as mamas, fato que acontece com certa frequência em quem adota essa prática.

Sintomas de leite empedrado

Crédito: Freepik

Além do ingurgitamento da mama, que é o aumento desproporcional da mesma, existem alguns sintomas que mostram que o leite está para empedrar ou que já empedrou:

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  • Vermelhidão: a mama começa a ficar mais avermelhada do que o normal, podendo passar de levemente rosada até vermelho mais aparente;
  • Dor: o empedramento causa muita dor, não somente ao tocar, mas o tempo todo, em toda a mama, principalmente no ponto empedrado;
  • Peso: a sensação de peso é um dos primeiros sintomas de que o leite pode empedrar, significa que a mama está muito cheia. Uma rápida massagem e leve esvaziamento podem poupar muita dor de cabeça;
  • Febre: em casos mais graves, ele pode causar febre, sendo recomendada a orientação de um médico para prescrever qual é o melhor remédio a ser tomado;
  • Mamilo alterado: por causa da alteração no tamanho da mama, o mamilo pode ficar achatado, estufado ou menos flexível, atrapalhado a pega do bebê.

O que pode causar?

De acordo com o Ministério da Saúde, é por volta do quarto dia de nascimento do bebê quando pode começar a surgir o problema, principalmente em mamães de primeira viagem, que ainda não sabem como encaixar o peito para o bebê mamar melhor.

Isso gera um acúmulo de leite, quando a produção aumenta, resultado no empedramento. Mas existem também outras causas, de acordo com a instituição:

  • Leite em abundância: pode ocorrer em todas as fases da amamentação, podendo ser evitado apenas ordenhando o leite e doando para o banco da sua cidade;
  • Início tardio da amamentação: algumas vezes as mamães têm que esperar alguns dias para amamentar seus bebês, seja pelo uso de medicamentos ou pela distância física. Para evitar, faça a ordenha e congele ou doe o leite retirado;
  • Mamadas infrequentes: se a mãe tem que trabalhar ou se por outros motivos não pode amamentar o seu bebê com frequência, pode desenvolver o leite empedrado;
  • Restrição da duração e frequência das mamadas: seja por alguma escolha ou por não ter como, a restrição do tempo da mamada pode estimular o processo de ingurgitamento da mama. A livre demanda é normalmente a melhor solução;
  • Sucção ineficaz do bebê: se o bebê não pega o bico e a auréola, certamente terá dificuldades em sugar corretamente o leite. Arrume uma posição que seja confortável para os dois e treine como ajudá-lo a abocanhar corretamente o peito.

Veja mais informações sobre amamentação e leite empedrado nesse vídeo:

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