cigarro eletrônico
Crédito: Freepik

Estudo aponta que cigarro eletrônico não ajuda a largar o vício

O governo estadunidense encomendou uma pesquisa que baixou a moral da indústria do cigarro eletrônico

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Muitas pessoas começam a fumar o cigarro eletrônico como uma estratégia para largar o cigarro comum. Isso porque o produto promete ser uma alternativa menos nociva ao tabaco queimado, além de um caminho para fumantes que querem largar a nicotina.

Pode até ser que funcione para algumas pessoas, mas a propaganda da indústria dos cigarros eletrônicos, que apresenta o produto como uma “porta de saída” para o cigarro comum, não pode ser comprovada.

Os dados que confrontam o marketing dos cigarros eletrônicos foram recolhidos e analisados em uma pesquisa encomendada pelo governo dos Estados Unidos, recentemente publicada na revista Tobacco Control, do grupo British Medical Journal.

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Como foi feita a pesquisa sobre o cigarro eletrônico

O estudo é uma análise conduzida por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA.

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Para entender se o consumo do cigarro eletrônico, apelidado de “vaping”, estava sendo eficaz como porta de saída para o tabagismo, os cientistas levantaram dados do programa PATH (Population Assessment of Tobacco and Health), que acompanha dados sobre consumo de cigarro eletrônico entre 4.900 fumantes e ex-fumantes desde 2017.

O monitoramento desses voluntários inclui, entre outras informações, registros sobre tentativas de largar o vício, como chicletes e emplastros de nicotina, inaladores ou medicamentos como vareniclina e bupropiona.

Os cientistas decidiram incluir dados sobre “vaping” no programa de pesquisa há cinco anos, justamente porque, naquele momento, ocorreu um aumento brusco nas vendas do produto, impulsionada pelo marketing com argumento da “porta de saída”.

O resultado

Agora, com uma análise mais detalhada das informações recolhidas pelo PATH, as evidências parecem contrariar essa tese.

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“O aumento de vendas em cigarros eletrônicos com alto teor de nicotina não se traduziu em um número maior de fumantes usando esses produtos para largar o tabagismo”, escreveram os cientistas, liderados pelo sanitarista John Pierce. “Em média, o uso de cigarros eletrônicos a partir de 2017 não levou a uma interrupção de sucesso nem preveniu recaídas.”

Em 2017, um a cada oito voluntários do estudo que disseram estar tentando parar de fumar recorreram a cigarros eletrônicos.

Segundo os números, o risco de recaídas para cigarro comum entre os “vapers” era 7,3% maior quando comparado a medicamentos pró-abstinência, e 7,7% maior quando comparado a outros métodos não farmacológicos.

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Até mesmo os voluntários que não usaram nenhum tipo de ajuda para tentar largar o vício tiveram mais sucesso que os usuários de cigarro eletrônico, diz o estudo.

Veja também: Dicas práticas para conseguir parar de fumar

Fonte: O Globo Saúde

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