Acumulador compulsivo
Crédito: Joint Base Langley-Eustis

Acumulador compulsivo: quando se torna um problema

Conheça mais sobre a doença, bem como a diferença entre o acumulador e colecionador

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O acumulador compulsivo sofre tanto quanto seus familiares e vizinhos e possui uma doença que deve ser tratada. Um misto de ansiedade e outras comorbidades pode estar levando a esse comportamento, sendo necessário um tratamento amplo.

Você já assistiu a algum programa falando sobre uma pessoa que guardava todo o tipo de tralha e lixo dentro de casa a ponto de ficar insuportável viver no local? Além disso, também gatos e cachorros podem ser a fonte de atenção dessas pessoas. Pois saiba que não se trata de uma característica ou “esquisitice”. O acumulador compulsivo sofre muito e deve ser tratado como um paciente complexo.

O que é

Conhecido como transtorno de acumulação, esse é um comportamento característico de pessoas com diversas patologias. Está relacionado com o medo da perda, da solidão, alta sensação de ansiedade e até depressão. Infelizmente, pode levar um tempo até ser diagnosticada, pois vai piorando gradualmente.

A demora no diagnóstico também pode se dar pelo tempo que se leva para que a acumulação tome proporções preocupantes. Enquanto as tralhas estão relativamente organizadas, ou em locais onde não atrapalham, tendem a ser ignoradas. Porém, quando tomam todo o chão e se misturam com lixo e animais perigosos, fica mais fácil de se perceber.

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Sintomas

Como já foi dito, eles começam de forma mais sutil, sendo melhor percebidos principalmente pelo paciente, o que não é fácil. Porém, pode ser que alguns sinais sejam notados mais facilmente, enquanto outros levem mais tempo para aparecer. Veja quais são os principais:

  • Não descarte de objetos: o paciente tende a se sentir muito ansioso ao se desfazer de objetos e até mesmo, papéis e coisas sem utilidade ou apego emocional;
  • Acúmulo: ele tende a sentir vergonha do acúmulo, além da sensação de sufoco, por não conseguir se livrar das coisas;
  • Relacionamentos fracos: os relacionamentos ficam cada vez mais complicados, em que a família reclama do acúmulo e o paciente sempre tem a sensação de que jogaram alguma coisa fora;
  • Aumento do espaço: é muito comum que um quarto, ou mais do que isso, acabe virando depósito. Com o tempo, a bagunça vai se espalhando e a casa passa a ter cada vez menos espaço;
  • Falta de controle: chega a um ponto em que o paciente desiste de tentar deixar tudo em ordem e perde o controle sobre a bagunça;
  • Mudança de comportamento: passa a se isolar, evitar contato até com familiares e amigos queridos. Quando se torna inevitável, fica irritadiço e com grandes chances de conflito.

Causas

A causa do problema pode estar na forma com que o cérebro funciona. Além de toda ansiedade e incapacidade de decisão, há diferenças na utilização dos campos do órgão. Um acumulador compulsivo tende a ter erros no processo executado pelo córtex cingulado anterior, parte do cérebro responsável por tomar decisões e correr riscos.

Foi percebido que os pacientes não acumulam coisas porque gostam ou precisam, mas sim porque não conseguem saber o que fazer com eles. O medo do risco de se desfazer e precisar depois é maior que o discernimento com relação a sua saúde e relacionamentos.

Diferença entre colecionador e acumulador

Por mais que ambos guardem uma quantidade significativa de objetos, há diferenças expressivas entre eles. O acumulador o faz por incapacidade de decisão. Já o colecionador o faz porque admira determinado item, como um hobbie, uma escolha consciente e pensada.

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Outro diferencial importante é que o acumulador tende a se isolar, tentando se afastar das pessoas o máximo possível. Já o colecionador caminha na direção oposta, buscando outros que compartilhem do mesmo interesse para poder fazer trocas interessantes.

Tem tratamento?

O tratamento é complexo e demanda tempo e paciência, mas é absolutamente possível. Ele deve ser feito com o apoio de um psicólogo e um psiquiatra, abordando partes diferentes do mesmo. Em muitos casos, é necessária a administração de psicofármacos, com a intenção de dar os primeiros passos em direção à cura.

Além disso, a intervenção psicológica irá buscar encontrar a causa psicológica da compulsão, dando ferramentas para que ele aprenda a lidar com a indecisão, ansiedade e socialização. Visitas na residência do acumulador podem ser necessárias para definir quais são as áreas em que se precisa trabalhar.

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Quais as complicações

Quando o acumulador chega a níveis extremos, ele sofre diversas complicações, principalmente se forem idosos. Isso porque o isolamento pode aumentar as chances de desenvolver demência, além do aumento das chances de queda em meio ao caos.

Infestações por insetos e roedores são muito comuns nessas situações, expondo o paciente aos mais diversos tipos de doenças. Além disso, há um forte impacto sobre a saúde mental do paciente, agravando cada vez mais o quadro.

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