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Crédito: Reprodução Internet

Suíça defende neutralidade, mas se opõe à Rússia na guerra contra Ucrânia

País adota pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia

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Nesta segunda-feira (28), a Suíça aderiu às sanções econômicas da União Europeia contra a Rússia. A iniciativa chamou a atenção devido à postura histórica do país em manter a neutralidade, em todo e qualquer assunto. Até agora.

A medida, que vem como reação à brutalidade do ataque de Moscou à Ucrânia, consiste em congelar com efeito imediato bens de personalidades e entidades russas sinalizadas pela UE, e proibir a entrada no país de cinco oligarcas russos e ucranianos que são “muito próximos de Vladimir Putin”. Apesar de não divulgar a identidade dos magnatas, já sabe-se que eles não têm autorização de residência na Suíça, mas mantêm ligações econômicas importantes, especialmente em finanças e no comércio de matérias-primas.

Além das sanções econômicas, a Suíça seguiu recomendações da UE e também fechou o espaço aéreo a todos os voos da Rússia, incluindo de aviões particulares russos. As exceções são apenas para voos com fins humanitários, médicos ou diplomáticos. “Neutralidade não é indiferença. O governo federal dá este passo com convicção, de forma ponderada e inequívoca”, disse o presidente da Confederação Suíça, Ignazio Cassis, durante coletiva de imprensa.

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Consequências financeiras para a Suíça

Os bancos suíços estão entre os favoritos dos detentores das grandes fortunas – negócios realizados entre os bancos e clientes russos em 2021 totalizaram US$ 23 bilhões no terceiro trimestre, sendo US$ 21,4 bilhões na forma de depósitos. Genebra figura como o reduto favorito de elites econômicas, que são atraídas por políticas de baixos impostos e a reconhecida privacidade suíça.

A Suíça também é um importante centro para o comércio de commodities, como petróleo e trigo, importados para Rússia e Ucrânia. A Embaixada da Suíça em Moscou contabiliza que cerca de 80% do comércio de commodities da Rússia passam pelos centros suíços de serviços financeiros, em Genebra, Zug, Lugano e Zurique. Está em jogo não apenas a neutralidade política consagrada no país, mas, igualmente, uma preocupação econômica que passou a figurar nos cálculos suíços.

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