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Crédito: Wikimedia Commons

Soluço em bebê pode ser benéfico para a aprendizagem

O estudo foi feito em um berçário e mostra a relação entre o soluço e o desenvolvimento primário

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Um estudo lançado recentemente por uma Universidade britânica mostra que o soluço em bebê pode ser mais do que um simples incômodo. Ele, na realidade, está totalmente relacionado ao desenvolvimento do cérebro e seu aprendizado. 

O soluço do bebê e o cérebro

Pesquisadores financiados pela University College London (UCL) publicaram um estudo que pode mudar a forma como se compreende o cérebro. Encontrado na revista científica Clinical Neurophysiology, ele fala sobre a relação entre o soluço nos primeiros dias de vida e a aprendizagem do bebê.

Para isso, foram estudadas as ondas cerebrais de 13 recém-nascidos. Eles tinham a idade gestacional entre 30 e 42 semanas ou, em outras palavras, eram alguns prematuros e outros a termo. Para a pesquisa, era fundamental que tivessem essa idade, pois queriam avaliar a situação no último trimestre da gravidez.

Apesar de ter um caráter científico, todo o processo foi realizado com cuidado e o acompanhamento de profissionais no berçário. Para isso, foi cedido o espaço na maternidade Elizabeth Garret Anderson, que fica na UCL. O pessoal da área de Neurociência, Fisiologia e Farmacologia também estava presente.

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Como ocorreu a pesquisa

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Crédito: Verywell Family

O soluço em bebê ou adulto pode ser bem chato, às vezes ate preocupante. Mas com essas novas informações, talvez não seja mais necessário colocar uma linha com higiene suspeita na testa do pobrezinho. É um fato que os bebês soluçam bastante, principalmente se prematuros. Eles podem passar até 1% do seu tempo soluçando! Isso dá cerca de 15 minutos ao dia, sendo um padrão bem estabelecido.

Como não se sabe ao certo quando o soluço virá, os pesquisadores deixaram os recém-nascidos com toucas especiais que contêm eletrodos de eletroencefalografia. Outro equipamento foi usado em conjunto no experimento: um sensor de movimentos que identificava quando o bebê soluçava, associando às ondas cerebrais captadas pelos eletrodos.

A ideia era compreender a relação entre o soluço e o que acontece no cérebro e verificar se há alguma relação. E os resultados não poderiam ser mais interessantes, mostrando que o soluço não é apenas um incômodo indesejado. Na realidade, ele é fundamental para a vida adulta e o controle da respiração.

Resultados

Em resumo, o soluço é uma ferramenta de aprendizagem para o cérebro. De acordo com os pesquisadores, “as contrações do diafragma no soluço evocavam uma resposta pronunciada no córtex cerebral – duas grandes ondas cerebrais seguidas por uma terceira. Como a terceira onda cerebral é semelhante à evocada por um ruído, o cérebro pode ser capaz de vincular o som ‘hic’ do soluço à sensação da contração muscular do diafragma”.

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Mas de que forma isso é importante? Além de criar inúmeras conexões neurais – fundamental para a cognição do bebê – ele também ajuda a monitorar e controlar a musculatura relacionada à respiração. Ou seja, é um aprendizado para no futuro conseguir controlar o ritmo ao respirar, fazendo isso de forma consciente e não mais automática. Assim, você hoje só pode controlar a respiração durante aquele filme tenso por causa do soluço quando era apenas um bebê.

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