perdeu pai por negligência médica
Crédito: Reprodução

Pai morre na emergência depois de 5 horas de espera no Rio de Janeiro

Ele sofreu um infarto e não resistiu à espera, falecendo ao lado do filho, por negligência médica

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Em um caso escandaloso de negligência médica, filho perde seu pai depois de esperar 5 horas por atendimento. Ele chegou com sinais claros de ataque cardíaco e foi ignorado, colocado como mais um caso ordinário. Hoje, mais uma família chora o luto de um pai amoroso, por causa da falta de atendimento nos hospitais públicos.

Infarto e 5 horas de espera

De acordo com o Ministério da Saúde, “o infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa”. É extremamente grave e deve ser tratado com cuidados médicos com a máxima urgência.

Alguns cardiologistas também apontam que, se atendimento demorar, o coração pode perder 1 terço de sua musculatura. Por isso, o ideal é que o paciente seja encaminhado a um hospital o mais rápido possível. E foi exatamente isso o que o motoboy Isaac de Sousa fez. Ao ver que seu pai, Paulo Roberto de Sousa estava sentindo fortes dores no peito, o levou imediatamente ao hospital.

Primeiro parou na emergência do Hospital Municipal Miguel Couto, mais próximo de sua residência. Porém, mesmo com o pai tendo um infarto, disseram que não atenderiam. Isso porque lá eles só poderiam atender casos em que a pessoa estivesse sangrando ou gravemente ferida. Disseram para ele levar o pai até o Coordenação de Emergência Regional (CER) do Leblon.

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Veja também: como sobreviver a um infarto se estiver sozinho

Negligência e angústia

Paulo, uma paizão e gari de apenas 53 anos, chegou ao CER do Leblon às 16 horas. Às 22 horas já não estava mais vivo. Um absurdo, dadas as circunstâncias em que tudo aconteceu, já que sua vida poderia ter sido salva, bastando o que é de direito básico a qualquer um.

Issac tentou de todas as formas conseguir atendimento para seu pai, que nem tinha passado pela triagem ainda. Foi somente quando ele falou com uma médica que estava de passagem, que conseguiu alguma atenção. Encaminharam Paulo para a triagem e realização de um eletrocardiograma às 18 horas, que detectou o infarto.

Então, ele finalmente foi encaminhado para a sala amarela, onde são tratadas as emergências. E lá chegando, nada aconteceu. Ele foi simplesmente deixado em uma maca, sentindo fortes dores no peito e todos os sintomas. Nenhum médico ou enfermeiro foi ver como ele estava, até, claro, que seu filho não suportasse mais a angústia e se fizesse ouvir.

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Espera e morte

Foi então que, somente às 20:40, foi realizado outro eletrocardiograma. Detectaram o infarto novamente. E, para o desespero de Isaac e Paulo, nada foi feito. Foi assim que, às 22 horas, seu coração não suportou mais e ele faleceu. Uma perda sem igual para a sua família e um sofrimento ainda maior, por saberem que era totalmente evitável.

Um caso absurdo de negligência médica e falta de humanidade. Issac, depois de perder o pai, disse que “no momento de dor, a lembrança que eu tenho é do meu pai sofrendo no hospital. Fora isso, só restam as lembranças boas. Nossa convivência era muito boa. Perdi maior paizão”. Além dele, Paulo deixou esposa e três filhos, que hoje sofrem um luto que poderia ter sido evitado.

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