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Crédito: Freepik

Mulher dá à luz dentro do banheiro da Santa Casa e denuncia omissão do hospital

Com atendimento controverso, Viviane pariu sua filha dentro do banheiro e a bebê bateu a cabeça no chão

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Depois de atendimento controverso, uma gestante deu à luz dentro do banheiro da Santa Casa de Ribeirão Preto. Um fato absurdo por si só, fica ainda pior. O bebê bateu a cabeça no chão e, depois de ter alta, a mãe sofreu hemorragia. Ela era hipertensa e sua obstetra tinha recomendado uma cesariana. Provavelmente, mais um caso de violência obstétrica.

O momento do parto é visto como quase mágico, realmente especial. Apesar do medo, da dor ou das condições, sempre há aquela sensação de encantamento. Porém, as coisas foram bem diferentes para Viviane Borges Gomes, gerente de vendas, com 33 anos e mais dois filhos, um do seu casamento anterior e outro do casamento anterior do atual marido.

Eles estavam pedindo por atendimento, sem nenhuma resposta e acabaram tendo que lidar com a  situação sozinhos, dentro do banheiro. Para agravar a situação, ao nascer, a pequena Alice bateu a cabeça no chão, pois o pai não conseguiu segurar. Na realidade, ele só teve tempo de agarrar o cordão umbilical, que partiu com o peso da bebê.

Ela deu à luz dentro do banheiro

deu à luz em banheiro da santa casa
Crédito: Reprodução Uol

Desde o momento em que entrou no hospital e o parto se passaram 14 horas. Ao chegar, ela recebeu o atendimento, com indicações da sua obstetra para que induzissem o parto, visto que ela era hipertensa. Se não ocorresse naturalmente, a indicação era de que se realizasse uma cesárea, para proteger a mãe e a bebê.

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Foram colocados quatro comprimidos intravaginais com o objetivo de aumentar a dilatação, induzindo assim o parto. Isso ocorreu entre as duas da tarde da sexta-feira e quatro da manhã do sábado, quando a bebê nasceu sozinha, dentro do banheiro do quarto, com o apoio do pai e mais ninguém. Por todo esse tempo, ela pediu para que o médico fizesse a cesárea, já que não funcionava.

De acordo com Viviane, ele foi grosseiro e se negou a fazer o procedimento, como indicava sua obstetra. Ao final, concordou, dizendo que ela assinaria um termo de responsabilidade e que seria a última da fila.

Viviane e o marido chamaram por ajuda durante toda a noite e não conseguiram que o médico avaliasse sua situação. De acordo com ela, o profissional afirmou que não teria como estar em dois lugares ao mesmo tempo e que estava fazendo outros partos. Depois do último comprimido, ela entrou em trabalho de parto.

Conversou então com o médico, que se recusou a examiná-la, mesmo ela tendo contrações e um grande sangramento. Pediu então para que a equipe trocasse os lençóis, cheios de sangue. Ao se levantar, se sentiu muito mal e correu para o banheiro, quando a bolsa estourou. Não tinha ninguém no quarto e ela não conseguia caminhar mais.

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O parto

Seu marido a acompanhou até o banheiro e, ao chegar lá, a bolsa estourou. Eles chamaram por ajuda, mas ninguém apareceu. Foi então que a pequena Alice nasceu, somente com sua mãe e seu pai. Ele tentou segurá-la, mas conseguiu alcançar somente o cordão umbilical, que se partiu e a bebê bateu a cabeça no chão.

Nesse momento, uma enfermeira e uma técnica apareceram, ajudando com o cordão umbilical e evitando um desfecho trágico. Elas tiveram alta no dia seguinte, porém Viviane ainda apresentava muito sangramento. Foi então que ocorreu a hemorragia, fazendo com que ela voltasse ao hospital, onde fez novos exames. Ainda não se tem informações sobre seu estado.

Foi aberto um Boletim de Ocorrência por omissão médica e, durante esse processo, a irmã da gestante chamou a polícia até o local, que questionou o médico. Ele disse que não houve negligência ou omissão médica. O hospital nega o não-atendimento e diz que o estado de saúde da gestante era normal, sem indicação para o parto cesáreo. Porém, está investigando o caso.

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Esse tipo de coisa não deveria acontecer, principalmente em um momento tão mágico, repleto de medos, dores e insegurança. Por isso, cada vez mais gestantes estão optando pelo parto humanizado, muitas vezes na própria casa. Existem também maternidades que estão cada vez mais com esse olhar. Que venham muitas outras assim, pela saúde das mamães e dos bebês.

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