mitomania
Crédito: Freepik

Mitomania: o que é e como ajudar alguém que tem compulsão em mentir

Você conhece alguém que mente sobre algumas coisas desnecessárias? Ela pode ter um problema

Publicidade

Não é fácil conviver com alguém que sofre de mitomania, ainda mais se não foi diagnosticada ainda. Essa pessoa tem a terrível propensão a não contar a verdade em diversas situações do cotidiano, criando muitos problemas. Entenda o que é essa doença e como é realizado o tratamento.

O que é

De acordo com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), “a mitomania, também conhecida como mentira patológica e pseudologia fantástica, é a tendência duradoura e incontrolável para a mentira”. Em outras palavras, é um desejo intenso e incontrolável de mentir, sem nenhum objetivo em mente. Desenvolve níveis de detalhamento complexos, envolvem outras pessoas e negam a mentira com outras mentiras, mesmo que sejam pegas no flagra.

Como reconhecer um mitômano

Segundo a SPDM, o mitômano é compulsivo, sejam pequenas mentiras ‘inofensivas’ até histórias mirabolantes extremamente detalhadas. Ele apresenta algumas características bem demarcadas:

  • Boas histórias: quem mente compulsivamente sabe articular as palavras e ideias, criando histórias muito bem contadas, com diversas referências ao mundo real, chegando a confundir o interlocutor;
  • Mente para diversas pessoas: independente do meio onde esteja, ele irá conter mentiras – desde as pequenas até outras complexas e comprometedoras;
  • Heroísmo: a criatividade é sem dúvidas uma característica do mitômano, com grande tendência a ser o centro e herói de suas narrativas;
  • Sem interesse: ao contrário de um psicopata, suas mentiras não têm o objetivo de tirar vantagem ou qualquer tipo de recompensa.

Como é feito o diagnóstico

Se você observar esse comportamento em alguém próximo, deve sugerir que ele vá a um psiquiatra qualificado e, de preferência, especialista na doença. Isso porque, como são extremamente hábeis com as palavras, tendem a ludibriar um médico menos atento. Normalmente está associado a outras doenças como o borderline e antissocial.

Publicidade

A SPDM afirma que “se a pessoa mente com muita frequência e continua a fazê-lo mesmo quando suas mentiras já estão reveladas, e se ela enfrenta dificuldades recorrentes com outras pessoas e ou com as autoridades por mentir tanto, isso é sinal de uma doença e aí o diagnóstico pode ser feito”.

Também o tipo de mentira ajuda no diagnóstico, pois elas tendem a ser muito exageradas, dramáticas e fantasiosas. Além disso, outro ponto importante para o diagnóstico é que o paciente não busca vantagens ao mentir, mas “simplesmente porque não consegue parar, não consegue controlar”.

Tratamentos para ajudar

Se for corretamente diagnosticado, o que muitas vezes não acontece por causa da habilidade em distorcer e adaptar situações, o tratamento pode ser aplicado. Assim como a identificação, o tratamento também é complicado, pois o próprio paciente muitas vezes não entende sua situação como uma doença.

Porém, o tratamento é feito através de um processo longo e investigativo, analisando as tendências e outras doenças relacionadas. Da mesma forma que a mitomania pode aparecer associada ao borderline, também existem outras condições relacionadas como a ansiedade ou depressão. Para isso, vai depender da psicoterapia para determinar e poder adequar os medicamentos ao paciente.

Publicidade

Tem cura?

A SPDM  afirma que “também é difícil falar em cura porque mentirosos patológicos não costumam procurar ajuda por conta própria, já que não acham que estão fazendo mal a ninguém”. Mas depois de passar por todo o processo de análise e busca de doenças correlatas, com medicação, pode, sim, ter chance de grande melhora.

A cura irá depender de muitos fatores, sendo fundamental o autoconhecimento, medicação, terapias diversas e, é claro, o acompanhamento de bons profissionais. Então, se você conhece alguém que precise desse apoio, converse com ela e compartilhe esse artigo, para que, com paciência e informação, se possa modificar a realidade.

PODE GOSTAR TAMBÉM