Licença-maternidade
Crédito: Freepik

Licença-maternidade: como lidar com a angústia quando está acabando?

Todas as mães sentem tristeza e preocupação nesse momento inevitável

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O art. 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante direito a licença-maternidade de 120 dias. E se a mulher tiver sofrido complicações no parto, ou se o bebê tiver nascido prematuro, a licença pode ser estendida por mais 60 dias, desde que a empresa faça parte do Programa Empresa Cidadã.

Ter esse direito trabalhista é uma grande conquista para as mulheres, sobretudo em um momento tão delicado quanto os primeiros meses com o bebê.

Mas, ainda assim, nenhuma mãe está emocionalmente preparada para voltar ao trabalho e ter que deixar seu bebê com outra pessoa, mesmo sendo alguém da família.

Só que grande parte não tem opção, e deve saber como lidar com a angústia que surge no final da licença-maternidade.

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Como as mães se sentem no final da licença-maternidade?

Em entrevista à revista Bebê, a psicóloga Renata Soares, que é sócia-idealizadora do Instituto Duo (espaço de acolhimento e atendimento psicológico a gestantes, puérperas, bebês e crianças), foi clara com o sentimento das mães no final da licença-maternidade:

“Existe toda uma fantasia de que ela é suficiente, somente ela basta para o bebê: ‘Como é que meu bebê vai ficar sem mim? Será que ele vai se adaptar com a minha ausência? Será que as pessoas vão saber cuidar dele como eu cuido?’. A mulher passa a trazer para si essa nova identidade, ela não consegue mais se enxergar sem o lugar de mãe, e acaba ficando com dificuldade de se separar desse papel que exerce nos cuidados com a criança”.

Como lidar com os sentimentos angustiantes?

A psicóloga dá dicas de como a mulher deve se preparar para o inevitável momento de não estar mais com seu bebê 24 horas do dia.

Ter uma rede de apoio da sua confiança

Sabemos que essa não é uma opção para todas as mulheres. Mesmo assim é importante que a mãe tenha pessoas de confiança à sua volta, nem que seja a professora da creche e uma vizinha, mantendo conversas frequentes, demonstrando sua preocupação e gratidão pelos cuidados com seu filho. Fica muito mais fácil sair para trabalhar quando seu bebê fica aos cuidados de alguém em quem você confia.

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Estar presente de outras formas

No início da volta à rotina normal, longe do bebê, a mãe pode ficar mais tranquila se mantiver contato com ele à distância. Chamadas por vídeo ajudam a acalmá-la, podendo ver o bebê e falar com ele por alguns minutos, ou mesmo vê-lo dormindo, confirmando que está bem.

Suporte psicológico pode ser necessário

A psicóloga deixou claro o que muitas mães pensam acontecer só com elas mas que, na verdade, acontece com muitas.

“Existe um número elevado de mulheres mentalmente adoecidas com a chegada da maternidade (quadros depressivos graves, situações de ansiedade, burnout…), e algumas chegam a, de fato, adoecer pensando nessa condição de voltar ao trabalho”, diz Renata.

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Nesses casos, a especialista vê a terapia perinatal como um fator de proteção e saúde para a mãe, já que favorece o bem estar e permite à mulher desmistificar questões relacionadas à maternidade, permitindo que ela adoeça menos.

Veja também: Exame de sangue pode indicar o risco de depressão pós-parto

Fonte: Bebê Abril

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