Cientistas conseguem gerar porco-humano em laboratório

O desenvolvimento de seres híbridos tem o objetivo de produzir órgãos para doação.

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Cientistas do Instituto Salk, que realiza pesquisas biológicas na Califórnia, anunciaram neste ano o sucesso na geração de um ser híbrido, unindo células de porco e humano para comprovar que os órgãos humanos conseguem se desenvolver fora de um corpo humano.

Antes que você ache tudo isso uma heresia, esta pesquisa teve (e ainda tem) o principal objetivo de encontrar uma solução para acabar com a falta de órgãos humanos para doação.

Ao conseguir que células humanas cresçam e se desenvolvam em um embrião de um animal hospedeiro, começa a ser possível a produção de órgãos para fins de reposição aos debilitados.

Para chegar a estes primeiros híbridos humanos-animais, os cientistas injetaram células humanas em um embrião de um porco e estas se desenvolveram junto com o embrião até as 4 semanas de vida, tempo necessário para comprovar a eficácia dessa etapa do projeto.

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A falta de órgão para doação hoje é um problema sério, já que, nos Estados Unidos, uma pessoa é incluída na lista de espera de órgãos a cada dez minutos. Desta mesma lista, vinte e duas pessoas morrem por dia sem conseguirem o órgão que precisavam.

Então, os cientistas pensaram: seria uma solução melhor poder desenvolver órgãos humanos em animais em vez de esperar um doador?!

Essa pesquisa realizada pelo Instituto Salk criou o que chama-se de quimera, ou seja, um organismo com células de duas espécies distintas.

Mas ainda há dois grandes problemas a enfrentar: conseguir financiamento público para a continuação das pesquisas e ultrapassar as barreiras culturais da opinião pública, que ainda não consegue conceber o fato de começarem a existir seres híbridos.

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As formas de criar uma quimera

Existem duas formas em que os cientistas podem trabalhar para criar uma quimera. Uma delas é colocar órgãos de uma espécie na outra, ambas já desenvolvidas. Mas esta opção é mais arriscada devido à ação natural do sistema imunológico do animal hospedeiro em rejeitar o órgão implantado.

A outra forma é a que obteve um sucesso inicial nessa pesquisa: implantar células de uma espécie em um embrião de outra espécie e aguardar que se desenvolvam juntas, como partes do mesmo organismo, reduzindo as chances de rejeição, pois aquele sistema imunológico hospedeiro vai se desenvolver habituado com as células implantadas.

Mas para alcançar este resultado, muitos anos de pesquisa foram necessários, iniciando por testes na mesma espécie, colocando células-tronco de ratos saudáveis em ratos doentes, observando sua evolução.

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Depois de constatarem que era possível a adaptação de células de um corpo para outro na mesma espécie, era hora de ir além e testar em espécies diferentes. Ainda, existia a barreira de que nas espécies diferentes os órgãos possuem formatos e tamanhos diferentes, o que necessitava de ainda mais engenhosidade dos cientistas para essa adequação.

Foi então que surgiu a hipótese mais assertiva de misturar porcos e humanos, pois ambos possuem órgãos em tamanhos e formatos bem parecidos, apesar do período gestacional dos porcos ser menor.

Demorou até que os cientistas descobrissem qual era o tempo certo de implantar as células humanas nos embriões porcos para que estas sobrevivessem e se desenvolvessem junto com o animal.

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Como resultado, eles conseguiram 186 embriões híbridos sobreviventes, com cerca de 100 mil células humanas em cada um.

Entretanto, os resultados ainda não são considerados ideais, pois ainda é necessário estudar outras diferenças cruciais no desenvolvimento das células de cada espécie. É provável que mesmo desenvolvendo um órgão humano em um porco, ao implantar esse órgão em um humano, ele seja rejeitado, devido a grande presença de células do animal. O que eles precisam testar agora é a inclusão de uma maior quantidade de células humanas nas quimeras.

Contudo, estas respostas, mostram que a equipe de cientistas ainda tem muito trabalho pela frente, mas consideram que tiveram um grande avanço nas pesquisas biomédicas para produção de órgãos e estão intrigados para solucionar as próximas etapas. Vamos aguardar o que vem pela frente.

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O que você acha dessa nova “espécie” híbrida que está para surgir nos próximos anos?! Consegue imaginar a mistura de animais e humanos como nas mitologias de anjos, sereias e minotauros?! É de se pensar…

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