abordar assuntos difíceis com crianças
Crédito: Freepik

Como falar de assuntos difíceis com as crianças de até 6 anos

Deixar de falar não é a solução, mas sim, saber abordar os assuntos com leveza, simplicidade e naturalidade

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Antigamente era comum que os pais escondessem dos filhos as “verdades da vida” pelo máximo de tempo possível. Muitas crianças eram tratadas como se não percebessem o mundo à sua volta, e quando questionavam os pais, recebiam respostas como “porque sim”, “porque não” e “você não tem idade para entender”.

Porém, o mundo mudou e o comportamento das crianças também. Com tanta informação de todos os lados, os pais precisam estar preparados para serem surpreendidos com questões que são até simples, mas que exigem explicações cuidadosas, de acordo com a capacidade de compreensão do filho.

O que não pode é evitar abordar assuntos delicados, pensando que vai proteger a criança. Os pequenos têm um raciocínio rápido, absorvem muita informação, e por isso vale mais a pena ter conversas francas dentro de casa do que deixar seu filho saber das coisas pela fonte errada, fora de casa. Então, veja como fazer isso.

A criança tem uma visão mais simples do mundo

As crianças de até 6 anos de idade ainda não têm experiência de vida o suficiente para compreender todos os elementos envolvidos em assuntos complexos. Eles também não compreendem conceitos abstratos e estão vivendo em uma mistura de fantasia e realidade.

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Portanto, quando for falar sobre a morte de uma pessoa querida ou animal de estimação, por exemplo, aborde apenas a parte do assunto que a criança vai conseguir absorver, e seja breve, a menos que ela continue perguntando.

Não invente uma história da carochinha que será desmentida logo depois, nem precisa explicar a fundo o que aconteceu. Responda só o que foi perguntado pela criança, ou resuma a questão entre: o que causou a morte e para onde a pessoa/animal foi, de acordo com a crença que você está ensinando.

Utilize termos e explicações simplificados

Dando continuidade ao tópico anterior, os adultos precisam ter um repertório de explicações simplificadas para dar às crianças quando precisam falar sobre temas mais pesados, como a violência. Por exemplo, “alguém usou uma arma para machucar outras pessoas” ou “alguns grupos de pessoas ainda não estão sendo tratados com igualdade/justiça”. Assim, você vai dizer a verdade, e conforme a criança for crescendo, saberá que pode confiar em você para perguntar sobre tudo, com cada vez mais complexidade.

Evite termos pejorativos

Quando for falar com a criança sobre um assunto delicado, e for mencionar outras pessoas, refira-se apenas como “aquele homem”, “uma mulher”, “essa criança” e assim por diante. Evite separar essas pessoas por características como branco, preto, gordo, sem-teto, pobre, rico, bonito ou feio. Esse é um cuidado essencial para evitar que a criança comece a criar raízes preconceituosas, mesmo parecendo ser algo inofensivo no momento.

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Tranquilize a criança

De modo geral, as crianças podem fazer perguntas sobre assuntos difíceis quando percebem mudanças no estado emocional das pessoas à sua volta. Elas são sensíveis às emoções dos pais/irmãos/avós, e tendem a pensar que são culpadas pela tristeza ou pela raiva dos outros.

Então, quando não for possível explicar o real motivo das mudanças emocionais em casa, a conversa com a criança deve ter o objetivo de tranquilizá-la.

Converse olhando nos olhos, abrace e diga que ela está segura, que está tudo bem e que você a ama. Se necessário, dependendo do assunto, diga que ela não precisa ter medo, pois você e as outras pessoas da casa estão ali para protegê-la.

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Fale sobre os sentimentos abertamente

Para que o seu filho pequeno cresça se sentindo seguro ele precisa aprender a reconhecer, desde cedo, os sentimentos. Não esconda do seu filho quando você estiver chorando, triste ou se ficar com raiva de alguma coisa na frente dele.

Acalme-se e diga que esse sentimento é normal, e que você vai respirar e refletir para que passe. Assim, seu filho vai seguir essas orientações quando estiver se sentindo da mesma forma.

Quando a criança estiver triste, magoada ou com raiva, você deverá ajudá-la a entender esse sentimento, dizendo que tudo bem sentir isso, e explicando como fazer para se sentir melhor. Assim, quando outras situações semelhantes surgirem, a criança vai estar consciente de como lidar, evitando traumas e sentindo que tem o apoio da família, sempre.

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