Tratamento para esclerose múltipla com transplante de células-tronco

A atriz Cláudia Rodrigues passou por esse procedimento arriscado, mas a espera é de resultados positivos

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A atriz Cláudia Rodrigues renovou suas esperanças na luta que trava há 17 anos contra a esclerose múltipla. Diagnosticada com a doença em 2000, ela foi liberada do novo e moderno tratamento ao qual foi submetida, com transplante de células-tronco.

A esclerose múltipla é uma doença para o qual ainda não foi encontrada a cura, cuja origem continua sendo desconhecida pela ciência. Após vários tratamentos, Cláudia se submeteu ao método experimental com transplante de células-tronco. Ainda não há provas de que o mesmo funcionará para todos os pacientes que sofrem com essa doença.

O tratamento envolve, entre outras coisas, a necessidade de um isolamento praticamente total entre 1 e 2 meses: afinal, o transplante fragiliza a imunidade, o que torna o organismo mais suscetível a outros problemas de saúde.

Caso o tratamento tenha êxito, a esclerose não evolui mais. Estamos na torcida por ela.

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O que é a esclerose múltipla?

Essa doença pode ocorrer sem qualquer manifestação ou herança genética: os seus sintomas são imperceptíveis e podem demorar muito anos para se manifestarem.

Na esclerose múltipla, o próprio sistema imunológico acaba atacando a película protetora que defende as fibras nervosas que se encontram no cérebro, na medula espinhal e no nervo óptico. Com isso, começam a acontecer “curtos-circuitos” dos fluxos nervosos.

Sempre que ocorre um surto, se desenvolvem distúrbios no cérebro que podem deixar sequelas estragos irreversíveis.

Os efeitos da esclerose múltipla acabam variando de acordo com cada pessoa. Há pacientes que podem sentir cansaço e fraqueza, enquanto outros apresentamj tremores e confusões na fala.

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Conheça as 4 fases do transplante de células-tronco

1. Produção de células

O paciente passa por um pequeno ciclo de quimioterapia, que incentiva o corpo a produzir células-tronco hematopoiéticas (células brancas que são extraídas pela equipe médica).

2. Quimioterapia intensa

Ao longo de 10 dias, o paciente passa por uma intensa quimioterapia, e seus efeitos adversos são muito fortes.

O sistema imunológico, que já se encontra fragilizado, é completamente destruído pela quimioterapia.

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Os pacientes podem sofrer de fadiga extrema, enjoos e todo o tipo de infecções.

3. Reinserção das células

As células-tronco que foram extraídas do próprio paciente são avaliadas e delas são retirados quaisquer vestígios da patologia.

Depois da quimioterapia, as células voltam a ser inseridas no organismo e o sistema imunológico recomeça do zero.

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Daí o grande benefício desse transplante: o paciente não tem de passar por uma doação da medula, não existindo o perigo de rejeição.

4. Recuperação

O sistema imunológico ainda não fica totalmente regenerado depois da reinserção e o paciente permanece vulnerável a sérios problemas de saúde, como embolia pulmonar.

Além disso, nos primeiros 2 meses, o perigo de desenvolver infecções é bastante elevado e, por isso, o paciente tem de ficar em isolamento quase total.

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Nos 2 anos seguintes, é preciso manter o cuidado para evitar contaminações.

Perigos e resultados

Como é um procedimento com algum risco, o transplante somente é recomendado quando as outras opções tradicionalmente utilizadas já não apresentam resultado. E o médico só aprova que seja feito o transplante depois de comparar cuidadosamente o perigo desse procedimento e o perigo da patologia.

Porém, os resultados parecem ser compensadores: o maior estudo sobre esse transplante, feito pelo Imperial College de Londres, comprovou que 73% das pessoas com esclerose múltipla não pioraram após o procedimento.

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Dados ainda mais animadores revelam que 46% desses pacientes até melhoraram neurologicamente no espaço de 5 anos. Os resultados são mais positivos em pessoas mais novas ou cuja doença ainda se encontra no começo.

Contudo, há casos em que o perigo aumenta: devido ao tratamento, houve a morte de 8 pessoas até 100 dias após o transplante.

Além disso, no Canadá, uma pesquisa da Universidade de Ottawa indicou um risco de ainda maior: logo depois de o procedimento ter sido testado, o índice de mortalidade alcançou os 8%.

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Mas esse trabalho do Canadá também trouxe respostas positivas: a esclerose deixou de evoluir – e até regrediu – em 7 dos 10 pacientes. De resto, houve a reversão de sintomas mais sérios, como a cegueira, em 4 dos 10 doentes.

Saiba mais sobre o caso da atriz Cláudia Rodrigues, assistindo a esse vídeo:

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