Criar um filho perfeito pode ser prejudicial para ele
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Criar um “filho perfeito” pode ser prejudicial para ele

O melhor que você pode fazer pelo seu filho é guiá-lo pelo caminho da boa conduta, respeitando quem ele é

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Uma educação mais rígida com a intenção de que a criança respeite regras e pessoas é importante. Mas há limites para tudo.

A partir do momento em que você priva a criança de descobrir o mundo e encontrar caminhos e respostas por conta própria, sempre puxando ela de volta para “a linha”, você está prejudicando o desenvolvimento dela.

Não existe ser humano perfeito. O mais próximo disso é uma pessoa livre para pensar, que foi ensinada a refletir sobre tudo e usar a criatividade para solucionar as coisas a partir da sua própria visão sobre o mundo.

O “filho perfeito” é uma expectativa inalcançável

Para grande parte dos pais, o filho perfeito, exemplar, é aquele obediente, que não faz malcriação, que tira boas notas, sabe se comportar nos lugares e é querido com as pessoas. Tudo bem, existem crianças que são assim sem que os pais exijam que elas sejam. Mas muito pais querem moldar esse padrão em crianças que têm uma personalidade muito diferente disso.

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Filho não é uma coisa que você escolhe o modelo na loja e compra do jeito que você quer. Ele é um ser humano com personalidade própria. Ele não nasce para satisfazer as expectativas e os desejos dos pais. Ele deve sim ser guiado pelo caminho da boa conduta, mas respeitando quem ele é.

Não é porque seu filho é levado que você deve anular todas as qualidades que ele tem. Aliás, ser levado é uma qualidade, basta que você, o tutor, saiba modular essa característica da personalidade dele para beneficiá-lo. Uma criança levada é corajosa, curiosa, desbravadora, criativa e tem muito potencial a ser desenvolvido.

Baixa autoestima, insegurança e medo

Quando uma criança se sente obrigada a pensar e agir da forma que os pais mandam, pois assim é o correto e o esperado, ocorre um efeito rebote que vai atrapalhar o desenvolvimento dela e sua forma de lidar com o mundo.

Essa criança desenvolve o medo de perder o amor dos pais e de decepcioná-los se não for como eles esperam que ela seja. Além disso, ela nunca se sente boa o suficiente para nada, o que afeta diretamente sua autoestima.

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O que ela vê diante do espelho é uma pessoa insatisfeita, rigorosa, que não aceita errar e que sofre por causa disso, pois errar é humano, importante para aprender. Com relação aos outros, a tendência é se sentir inferior e não saber se valorizar, o que a coloca em alto risco de ter relacionamentos tóxicos.

Criando filhos com inteligência emocional

Fazer parte de uma família não significa concordar com tudo e todos que ali vivem. Você deve dar ao seu filho o direito de pensar e agir diferente, desde que respeite os outros.

Seu filho não precisa querer dividir tudo com os outros, sempre. Um pouco de egoísmo é saudável, pois assim ele valoriza as próprias coisas.

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Deixe seu filho errar, pois é errando que se aprende. Quando ele falhar em alguma coisa, apenas diga que ele pode tentar de novo e está tudo bem. Não o obrigue a fazer de novo até acertar nem diminua a capacidade dele de acertar.

Quando o seu filho estiver com dificuldade de fazer alguma coisa, mostre a ele quais são as possibilidades e esteja ao lado incentivando-o a conseguir. Não pressione, não brigue, apenas guie.

Não ameace seu filho com surras ou castigos severos se ele não atender a sua expectativa. Ninguém aprende nada de bom na base da ameaça e da violência.

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É perfeitamente possível criar filhos educados e obedientes apenas com amor, atenção e dando a liberdade para serem quem eles são. Claro, para isso, é necessário dedicação. Mas, se você teve filhos, precisa assumir essa responsabilidade pelo bem deles e pelo seu.

Veja também: Como criar bons filhos: atitudes que fazem a diferença

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