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Comprimido para a solidão: cientistas procuram solução para o isolamento

Já pensou numa pílula para tratar essa condição que causa doença mental e até morte prematura?

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Uma neurocientista chamada Stephanie Cacioppo conhece muito bem a solidão. Grande parte de sua carreira foi dedicada para estudá-la e o que ela faz no cérebro e no corpo. Além disso, seus últimos nove meses foram, em resumo, de solidão, depois do falecimento de seu marido, John Cacioppo. Agora, Dra. Stephanie se dedica ao “comprimido para a solidão”.

Entenda o que é

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A solidão e o isolamento são experiências compartilhadas pela Dra. Stephanie e inúmeras outras pessoas. Os cientistas acreditam que é uma condição que impede não só a felicidade, mas também prejudica a saúde. O trabalho da Dra. Stephanie, no entanto, pode vir a se tornar um tratamento contra a solidão. Esse trabalho resume-se na criação de uma pílula que pode acalmar a atividade cerebral que faz com que as pessoas se sintam angustiadas e isoladas.

Quase metade dos americanos diz que se sentem sozinhos algumas ou todas as vezes. Os seres humanos são muito sociais e o isolamento emocional que as pessoas sentem pode causar mudanças no cérebro e no corpo.

Pessoas solitárias são mais propensas a desenvolver doenças como diabetes e demência. Além disso, é comum que essas pessoas ocupem-se com hábitos destrutivos como fumar, beber e outras atividades que aumentam seu risco de morte.

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A conexão com a demência foi explorada mais detalhadamente do que qualquer outro efeito da solidão. Acredita-se que mudanças no cérebro ligadas ao isolamento causem inflamação que, por sua vez, promove perda de memória.

A solidão também afeta o coração, o chamado efeito de coração partido. O fenômeno contribui para o chocante aumento de 66% no risco de morte de uma viúva ou viúvo nos primeiros três meses após a perda do cônjuge.

Depois do falecimento de seu marido, que tinha apenas 66 anos, Dra. Stephanie dedicou-se a treinos desafiadores, correndo duro e rápido para sentir algo além de sua perda e combater os riscos que ele representava para sua própria saúde. Ela também se dedicou ao trabalho, investigando o que o isolamento faz ao cérebro e o que ela, como cientista, poderia fazer a respeito.

A pesquisa

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A resposta mais promissora da pesquisadora, até agora, é surpreendentemente direta: pregnenolona, ​​um esteróide que o corpo humano já produz naturalmente. A pregnenolona é uma chave silenciosa para a produção de muitos hormônios, incluindo estrogênio e progesterona, e até mesmo o hormônio do estresse, o cortisol. Seu envolvimento nesses processos chamou a atenção dos pesquisadores antienvelhecimento e daqueles que estudam o isolamento, como Dra. Stephanie.

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Comportamentos, emoções e tendências de solidão são parte integrante da resposta humana primária a uma ameaça. Essa resposta é dirigida por duas regiões do cérebro: a amígdala e a ínsula, que dizem ao corpo para estar em alerta máximo para o perigo iminente.

Pesquisadores da Universidade de Michigan deram a metade dos participantes ansiosos em um pequeno estudo um derivado da pregnenolona e viram que a atividade em suas amígdalas e insulas foi suprimida, comparada com a atividade dos cérebros no grupo placebo. Os participantes disseram que se sentiam menos ansiosos também.

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Embora a solidão e a ansiedade não sejam idênticas, alguns dos mesmos sistemas cerebrais estão envolvidos em ambas as condições. Dra. Stephanie acabou de concluir um ensaio clínico em junho, dando a 96 saudáveis, mas solitários, 175mg de pregnenolona, ​​400mg de pregnenolona ou placebo, e estudou sua atividade cerebral.

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Ela e sua equipe ainda estão analisando os dados coletados do estudo. Enquanto isso, a pregnenolona já está comercialmente disponível, sendo mais vendida por cerca de US$ 17 e US$ 40, como um suplemento antienvelhecimento e pró-memória.

A Food and Drug Administration (FDA) considera um suplemento aceitável (embora não aprovado) se for um extrato do esteróide (retirado de um animal). Atualmente, a pregnenolona não está na lista da FDA de agentes antidoping que são proibidos. Já as formas feitas no laboratório, ou sintéticas, são consideradas drogas não aprovadas e a FDA alertou pelo menos uma farmácia que não pode usar pregnenolona em compostos.

No Brasil, o mesmo composto também é vendido como suplemento vitamínico.

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