De acordo com o Dr. Drauzio Varella, a cauterização do útero é um procedimento muito importante para tratar lesões intrauterinas causadas pelo HPV, que é sexualmente transmissível, e pode infectar sem apresentar sintomas. Para isso, é necessário fazer o exame papanicolau uma vez ao ano, que permite a detecção da doença. Assim, o médico poderá determinar se é preciso fazer esse procedimento.
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O que é?
Cauterizar o útero pode ser uma necessidade quando existem feridinhas abertas dentro do órgão, geralmente causadas pelo HPV, o Papiloma-vírus Humano.
Essas feridinhas, quando são de baixo grau, podem ser cauterizadas, ou seja, “fechadas” pelo procedimento de cauterização para prevenir que evoluam para o câncer de colo do útero.
Porém, quando as lesões estão em estágio avançado, a cauterização não basta. Nesse caso, é necessário fazer uma intervenção cirúrgica chamada conização, que exige anestesia.
A cauterização cura o HPV?
Não. A mulher infectada com o HPV não vai ficar curada do vírus por fazer a cauterização. Apenas vai ter as feridinhas fechadas para evitar que evoluam para um câncer de colo do útero. Inclusive, são essas feridas as principais responsáveis por esse tipo de câncer.
Mas o vírus pode ir embora do organismo sozinho, combatido pelo sistema imunológico, então, tem cura. Quanto mais forte estiver o sistema imune, melhor. Mesmo assim é importante se vacinar contra o vírus e usar preservativo nas relações sexuais para prevenir o contágio.
Mesmo quando a pessoa já se curou do vírus, pode ser necessário cauterizar as feridas, pois o fato de essas lesões evoluírem para um câncer não tem totalmente a ver com a presença do vírus. É a lesão em si que pode evoluir por ser um ferimento aberto que não está secando sozinho.
Como é feita
A cauterização do útero pode ser feita no consultório ginecológico mesmo, em um procedimento que lembra o exame papanicolau.
Preparo
A mulher precisa retirar suas roupas da cintura para baixo e deitar na maca ginecológica com as pernas afastadas, como faz para o exame papanicolau.
Anestesia
Então, o médico vai abrir o canal vaginal com o espéculo, que segura o canal aberto para que seja possível realizar o procedimento. Depois o médico aplica uma anestesia interna para que a mulher não sinta dor.
Cauterização
Quando a anestesia fizer efeito, o médico vai introduzir um aparelho mais comprido no canal vaginal, chamado cauterizador (mostrado na imagem acima), até chegar nas feridinhas, e vai queimá-las, que é mesmo que cauterizá-las. Assim, elas vão se fechar e o corpo vai começar a produzir novas células sadias no local. Esse procedimento leva uns 15 minutos. Depois a mulher pode se levantar, colocar a roupa e ir para casa.
Como é a recuperação da cauterização no útero?
Para fazer a cauterização é recomendado que a mulher vá acompanhada de uma pessoa da sua confiança que posa dirigir de volta para casa. Ela deve evitar dirigir ou mesmo ir caminhando sozinha por causa do efeito da anestesia.
Possíveis efeitos colaterais
Como cada organismo é único e pode ter reações adversas, algumas mulheres podem sentir cãibras abdominais nas primeiras horas após o procedimento.
Além disso, em até 6 semanas depois da cauterização é normal que ocorram pequenos sangramentos.
Até que esteja totalmente recuperada, a mulher deve evitar relações sexuais com penetração.
O que não é normal na recuperação?
A mulher deve ficar de olho nos sintomas que está tendo após o procedimento, pois alguns não são normais e é preciso voltar ao médico para ver se houve algum problema:
- Febre alta;
- Sangramento aumentado;
- Corrimento com odor fétido;
- Vermelhidão na região vaginal;
- Muito cansaço.
Caso tenha algum desses sintomas, o médico deve ser procurado imediatamente, pois há o risco de infecção ou hemorragia.