Pai cria brinquedo para ensinar Braille à filha que está ficando cega

Uma louvável maneira de lidar com uma situação tão delicada.

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O mundo no qual vivemos é feito para pessoas que possuem todos os 5 sentidos funcionando normalmente. Por isso, quem nasce com alguma deficiência, está fadado a grandes desafios, seja para se comunicar, se locomover ou se localizar.

Este é o caso da pequena Rebecca, de 2 anos, que foi diagnosticada com a Síndrome de Usher, uma doença que gradativamente reduz a visão e a audição do portador. Rebecca nasceu com surdez e usa aparelhos auditivos para ouvir. Agora, também começou a perder sua visão noturna e periférica.

Sabendo o que o futuro reserva para a menina, seu pai, Jake Lacourse, resolveu fazer algo a respeito. Ele é engenheiro de produto e seu trabalho é exatamente criar soluções para diversos problemas todos os dias.

A criação do BecDot

O que ele fez então foi criar um brinquedo para ensinar Rebecca os conceitos primários do Braille, a escrita para cegos. O brinquedo, que ele chama de BecDot, é do tamanho de um tablet, possui uma impressora 3D na superfície e quatro células Braille.

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Jake colocou etiquetas eletrônicas em pequenos brinquedos como uma vaquinha e um porquinho. Quando estes brinquedos são colocados no tablet, os pontos em Braille correspondentes a uma vaca ou um porco, acendem.

Assim, Rebecca começa a assimilar o que representam os pontinhos em Braille e acostuma com o novo tipo de leitura e escrita que fará no futuro, quando não puder mais enxergar.

Por causa da invenção, Jake recebeu uma homenagem no evento Consumer Electronics Show em Las Vegas. O brinquedo pode não ensinar as habilidades táteis que as crianças vão precisar aprender, mas é uma forma de adaptá-las a este novo universo.

Na década de 70 outro caso parecido aconteceu. O engenheiro John Linvill criou um aparelho chamado Optacon para Candy, sua filha cega. Mais elaborado, o sistema continha uma câmera que o usuário podia rolar através de uma linha de impressão. Esta câmera ficava conectada a uma caixa com pinos vibradores que se reorganizavam em forma de letras correspondentes a medida que a câmera avançava.

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O sistema foi tão eficiente que Candy tornou-se doutora em psicologia. E agora, é o que Jake também deseja para Rebecca: aumentar suas possibilidades em um mundo que não irá se adaptar à ela. Jake pretende comercializar o produto para que outras famílias tenham acesso enquanto há tempo, já que a Síndrome de Usher pode levar anos para se manifestar.

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