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Ameba que “come cérebro” está se espalhando pelo mundo

Argentina e Espanha já encontraram casos dessa doença altamente mortal

Crédito: Wikimedia Commons

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Altamente mortal, a meningoencefalite amebiana primária, também chamada de ameba que “come cérebro”, é letal em 97% dos casos. Espanha e Argentina tiveram registros neste ano, porém já foram encontrados casos na Austrália e nos Estados Unidos.

Não se deixe alarmar demais pelos números, sua contaminação é extremamente rara, de acordo com os casos confirmados. No Brasil, foram identificados 5 casos na década de 80, porém a doença evolui muito rapidamente.

Ao mesmo tempo, a autópsia, exame feito para determinar a causa da morte, com análise do cérebro da vítima, demora a ter resultados. Dessa forma, fica mais difícil compreender as causas da mesma, podendo ter sido confundida com meningite comum.

Somente nos Estado Unidos foram registrados 34 casos oficiais, em dez anos. Já em toda a história, foram 143 diagnósticos, com somente 4 sobreviventes. Em 2018, pessoas foram diagnosticadas com a ameba nos Estados Unidos, na Argentina e na Espanha, todas terminadas em morte do paciente.

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O que é a meningoencefalite amebiana primária

Crédito: Freepik

A meningoencefalite amebiana primária é decorrente da contaminação por um tipo específico de ameba – a Naegleria fowleri – que se reproduz em águas mornas e com baixa movimentação.

Essa ameba que “come cérebro” é microscópica, tendo apenas 8 micrômetros, o que equivale a 0,06% de um fio de cabelo. Elas se reproduzem assexuadamente, através da divisão celular, podendo ficar inativas quando não encontram um ambiente adequado, voltando à ativa quando o meio está propício.

Ela entra pelo nariz humano, se locomove e se alimenta pelo dutos, até chegar no cérebro e infectar o sistema nervoso central. Ela vai desde a base do cérebro até o tronco cerebral. É comendo o tecido cerebral que ela obtém energia para se locomover por todo o cérebro.

Isso causa sérios danos ao mesmo, através de uma inflamação generalizada, matando em, no máximo, 12 dias. O que se sabe é que ela é contraída em água doce, preferencialmente aquecida, podendo contaminar lagos, água de torneira aquecida e até mesmo piscinas mal cuidadas.

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Por que as bactérias se alimentam dos cérebros?

Não é que elas tenham uma tendência zumbi, mas elas são atraídas acidentalmente para o cérebro humano, por isso o nome de ameba que “come cérebro” ou, em inglês, brain-eating amoeba.

Em seu habitat natural, a N. Fowleri se alimenta de bactérias que se desenvolvem no fundo de lagos, poças de lama e afins. Quando entram em contato com a pele humana, elas não são uma preocupação, nem mesmo se forem ingeridas.

O problema é a membrana do nariz, que as atrai, dada a ligação mais direta com o cérebro, através do nervo olfativo. O cérebro exala um aroma de substâncias químicas, utilizadas pelos neurônios para a comunicação entre eles.

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Elas entram pelas membranas do nariz, encontram o nervo olfativo e começam sua jornada no lobo frontal do cérebro, alimentando-se do mesmo.

Onde eu estaria mais em risco?

Crédito: Pixabay

Estudos sugerem que a incidência da ameba que “come cérebro” é maior do que se imagina, porém a taxa de contaminação é pequena.

Ela pode ser encontrada mais facilmente nesses locais:

  • Lagos de água morna;
  • Poços em cavernas;
  • Poças de lama;
  • Rios cujo o fluxo seja mais lento, com temperatura elevada;
  • Piscinas não tratadas;
  • Água de poço;
  • Fontes termais;
  • Águas próximas à usinas hidrelétricas;
  • Aquários;
  • Solo úmido.

Os países onde foram identificados casos da doença incluem o Brasil, Estados Unidos, Espanha, Argentina e Austrália.

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Quais são os sintomas da infecção?

Os sintomas são parecidos com o da meningite comum:

  • Febre alta e repentina;
  • Náuseas;
  • Dores de cabeça;
  • Rigidez no pescoço;
  • Confusão mental;
  • Alucinações;
  • Convulções.

Se você perceber estes sinais e tiver ido a alguma área de risco, com as características já descritas, é recomendável procurar um médico.

O que devo fazer se achar que estou infectado?

O primeiro passo é procurar um médico imediatamente. Conte o histórico, os sintomas, onde esteve e aproveite para relatar a possibilidade de ser uma infecção por N. Fowleri. As chances de que não seja são muito maiores, já que é uma doença extremamente rara, mas não custa eliminar a possibilidade.

O diagnóstico é feito através de tomografia computadorizadas, ressonância magnética, eletroencefalograma e exames de sangue em busca de antígenos à doença.

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Como posso me proteger e a minha família?

Evite mergulhar a cabeça em locais onde há a possibilidade de contaminação. Se não tiver jeito, tampe o nariz com os dedos ou protetores específicos.

Ao realizar esportes aquáticos em regiões de risco, como vela ou jet sky, use protetores nasais enquanto estiver em contato com a água.

Em fontes termais e outros relacionados, não mergulhe a cabeça, a não ser com protetores.

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Lembre-se de que a ameba que “come cérebro” é dificilmente a causadora de mortes no verão. Há mais riscos de afogamento do que de contrair a doença.

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