A memória afetiva é realmente incrível. Mesmo depois de adulto, quando você já mora na sua própria casa há anos, seu corpo é capaz de se sentir abraçado pela sua mãe quando você ouve a voz dela por telefone. Claro, tudo vai depender do tipo de relação que foi criada entre vocês desde que você era um bebê. Quando mais amor e atenção ela lhe deu, mais confortável você vai se sentir ao ouvi-la falar.
Quem traz essa ideia é uma pesquisa que foi feita pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. A pesquisa consistiu em reunir 60 meninas, com idade de 7 a 12 anos. Essas meninas foram submetidas a situações de estresse que estavam sendo monitoradas.
Logo depois, na intenção de promover um alívio da sensação desgastante, essas meninas eram colocadas para falar com suas mães por telefone. O que os pesquisadores perceberam foi que, de fato, os ouvidos enviavam ao cérebro estímulos semelhantes aos que o corpo enviaria quando se recebe um abraço da mãe.
Para fazer essa comparação, as meninas também fizeram outro teste. Elas estavam prestes a passarem por testes de aritmética em público, o que costuma ser uma situação de certa tensão para crianças.
Então, antes do teste, elas foram divididas em 3 grupos: o primeiro grupo recebeu uma ligação da mãe; o segundo recebeu um toque físico da mãe; o terceiro assistiu a um filme emocionalmente neutro. Tudo isso enquanto o cérebro das meninas estava sendo monitorado.
O resultado apontou que os dois primeiros grupos tiveram um aumento idêntico no nível de ocitocina, o “sedativo natural” associado à empatia e capaz de aliviar os efeitos do cortisol, que é o hormônio do estresse. Mas no terceiro grupo, não houve aumento no nível desse hormônio.
Para que esse efeito seja possível em qualquer idade, a relação com a mãe deve continuar sendo próxima, mesmo que a distância, e baseada em muito amor, carinho e respeito mútuos.
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