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Tiques nervosos aumentaram em crianças e jovens durante a pandemia

Além da predisposição genética, as causas relacionadas são o comportamento estimulado nas redes sociais, e o estresse e ansiedade gerados pela pandemia

Crédito: Freepik

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É bastante comum que crianças com idade entre 5 e 7 anos desenvolvam tiques nervosos, que são movimentos involuntários do corpo e da fala. Geralmente, os tiques desaparecem na adolescência. Quando isso não acontece, é importante investigar a causa para fazer um tratamento.

Porém, com a chegada da pandemia, a comunidade médica tem notado um aumento nos casos de tiques em crianças e adolescentes, e acreditam que a causa está relacionada com o estresse e a ansiedade da pandemia, e também com o aumento do uso das redes sociais, especialmente do TikTok.

A doença sociogênica em massa

Em um artigo publicado no periódico BMJ, no dia 6 de março, os autores mencionam que os tiques relatados atualmente podem ser um subtipo da Síndrome de Tourette que provoca tiques mais variados e difíceis de controlar.

Um dos casos relatados no artigo é de uma menina de 14 anos que, em novembro de 2020, começou a ter tiques com movimentos involuntários da cabeça, das mãos e emissão de ruídos. Os médicos explicaram que essa jovem já possuía alguns traços de Transtorno do Espectro Autista, então não poderiam chegar tão facilmente à causa dos tiques.

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No entanto, a paciente relatou aos médicos que costumava assistir no TikTok vídeos de pessoas com a Síndrome de Tourette. Esse interesse pelos tiques dos outros pode ter gerado nessa menina – e em vários outros adolescentes, a chamada doença sociogênica em massa, que é quando os comportamentos, emoções ou condições se espalham espontaneamente dentro de um grupo.

Essa hipótese foi levantada em outro estudo publicado no periódico Movement Disorders, servindo como um alerta aos pais sobre o quanto o meio social pode interferir – de forma positiva ou negativa – no comportamento de seus filhos.

Claro, não se pode afirmar que todos os novos casos de tiques em crianças e adolescentes estejam acontecendo porque eles assistem a pessoas com tiques nas redes sociais. No entanto, essa possibilidade existe na forma de um incentivo ao início dos sintomas, junto com outros fatores de risco, como predisposição genética aos tiques, estresse e ansiedade.

Esses artigos sobre o tema ainda não são conclusivos, mas são bem importantes para que a comunidade médica comece a ter mais informações e estudos de casos a respeito. É assim que novas descobertas surgem, bem como suas prevenções e tratamentos.

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