Estar no controle pode não ser tão fácil quanto muitas pessoas imaginam. Até mesmo a crença de que elas podem controlar seus desejos é um fator motivador para que venha a agir contra o que acredita. São duas as causas principais: a ilusão de autocontrole e a lacuna de empatia quente-fria.
Ilusão de autocontrole
Um teste feito pelo professor e pesquisador Loran Nordgren mostrou que “as pessoas acreditam que têm mais controle do que realmente possuem“. Nele, a equipe pediu para os participantes dizerem o quanto sentiam confiança na sua capacidade de resistir a tentações, todos fumantes. Em seguida, assistiram a um vídeo antitabagista em uma sala com cigarros à disposição.
Como o grupo acreditava mais em seu autocontrole, se arriscava mais e não tinha estratégias para lidar com o desejo. Para o pesquisador, “a chave é simplesmente evitar quaisquer situações em que os vícios e outras fraquezas prosperem e, o mais importante, que os indivíduos mantenham uma visão humilde de sua força de vontade”.
Lacuna de empatia quente-fria
Outro fator que pode impactar no cair em tentação é a lacuna de empatia quente-fria. Esse nome complicado nada mais é do que o famoso “juntar a fome com a vontade de comer”. Ou seja: há momentos em que resistir é mais fácil e outros que não são tão simples assim, quando a pessoa está mais impulsiva.
Então, quem está em estado frio – sem tensão, fome, raiva, excitação etc – vai superestimar sua capacidade de se controlar, podendo cair mais facilmente em tentação. Já quem está em estado quente, com esses sentimentos mais aflorados, tem consciência da situação e se antecipa aos eventos.
O ideal é encontrar essa lacuna entre ambos, conhecendo a si e seus limites, analisando sempre muito bem antes de tomar decisões. Nordgren conclui com uma colocação bem interessante: é preciso “pensar duas vezes antes de julgar aqueles que são vítimas da tentação, porque a maioria das pessoas superestima sua capacidade de controlar seus próprios impulsos“.

