tarcisio meira fala sobre morte
Crédito: Reprodução Veja

Tarcísio Meira, aos 84 anos, fala abertamente sobre a morte

Em entrevista, o artista abre o coração, fala que tem medo da morte e que os autores de novelas esquecem que as famílias também têm idosos

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Falar  abertamente sobre a morte pode assustar muita gente, mas Tarcísio Meira o faz com delicadeza e sinceridade. Certamente você já ouviu falar ou até mesmo acompanhou sua carreira, mas ultimamente ele anda afastado da telinha. Veja o que ele tem a dizer sobre isso e o que a morte representa para ele.

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Ator fala sobre a morte

Em um palco adaptado, ele sobe dramaticamente em sua cadeira de rodas. Seu personagem, um ator shakespeariano que conversa com o camareiro sobre a vida e a morte. Assim como Chaplin interpretou Cirano De Bergerac em Luzes da Ribalta, Tarcísio expressa sua realidade através de um personagem nos palcos da vida.

Atualmente em cartaz no Teatro Faap, em São Paulo, o ator está estrelando a peça “O Camareiro”, no auge dos seus 84 anos. Sem contar com nenhum tipo de incentivo financeiro, ele voltou com a peça que tinha sido encerrada em 2005. Isso porque achou que tinha muita gente ainda poderia  ouvir e aproveitar a mesma.

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Galã e responsável por personagens icônicos da televisão brasileira, Tarcísio começou a fazer novelas na Globo na década de 60. Ele ainda tem contrato com a emissora, mas não tem atuado como gostaria. Segundo ele, os autores são jovens e escrevem para jovens. Se esqueceram que existem idosos nas famílias brasileira e que eles são grande parte do público.

Vida e morte

A peça “O Camareiro” é centrada no drama de um ator idoso, que está à beira da morte. Questionado em uma entrevista se a ideia o assustava, ele disse que sim, “a ideia de morrer não é agradável”. Ele diz que ela está perto e, quem sabe, possa deixar um vazio em alguns corações.

Esse vazio é o que ele vem sentindo cada vez mais, à medida em que vai perdendo seus companheiros de jornada. Ainda casado com seu grande amor de mais de meio século, a atriz Glória Menezes, ele vai se despedindo dos amigos antigos. Ele narra a experiência de ter encontrado o diretor de teatro Antunes Filho e falado que eram sobreviventes. Infelizmente, ele faleceu pouco depois.

Na peça, ele contracena em uma cadeira de rodas, mas isso não faz parte do seu personagem. É o próprio Tarcísio que precisa dela, por questões de saúde. Isso porque ele operou o menisco por 3 vezes, mas ainda sente dores ao ficar de pé. Questionado sobre isso, ele diz que “talvez fosse mais educado atender o público de pé. Mas, me perdoem, estou cansado demais para isso”.

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Um ator fenomenal, que no auge dos seus 84 continua na ativa, da forma que é possível. Ele percebe que a televisão está com um apelo mais focado nos jovens e esquecendo dos idosos. Ironicamente, eles são grande parte da sua audiência e certamente gostariam de ver seus ídolos na telinha novamente.

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