sangue do cordao umbilical pode ser usado para reparar fissura palatina
Crédito: Pixnio

Sangue do cordão umbilical pode ser usado para reparar fenda palatina

Cientistas podem ter descoberto uma nova solução para esse defeito facial comum, que acontece durante a gestação

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Cientistas colombianos conseguiram um grande feito na área médica. Eles descobriram que o sangue do cordão umbilical pode ser usado para reparar fenda palatina. Esse problema é relativamente comum e é caracterizado por uma fenda no céu da boca. É durante a gestação que essa má formação acontece.

Entenda o estudo

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Crédito: Facebook/Operação Sorriso

A pesquisa sobre o uso do sangue do cordão umbilical para corrigir a fenda palatina foi realizada em Bogotá, Colômbia. Cientistas do Hospital De San Jose aplicaram o tratamento em 9 crianças durante 10 anos, e a pesquisa obteve ótimos resultados. Os resultados foram publicados na revista científica Journal of Craniofacial Surgery.

Os cientistas que desenvolveram o estudo foram encorajados pelo poder regenerativo das células tronco presentes no cordão umbilical. Com isso eles procuraram meios de usá-las em cirurgias tradicionais de correção de fenda palatina, possibilitando melhores resultados.

Eles conseguiram ótimos resultados injetando as células tronco no céu da boca dos pacientes, desenvolvendo um novo osso do zero. Isso ocorre pois as células tronco têm a capacidade de se converter em osso ou tecido. Uma das pacientes chegou a crescer dentes de forma natural, sem a necessidade de implantes.

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sangue do cordão umbilical pode ser usado para reparar fenda palatina estudo
Crédito: Facebook/Operação Sorriso

Essa paciente foi diagnosticada com fenda palatina antes de nascer por meio de um ultrassom. No momento de seu nascimento, o sangue de seu cordão umbilical foi congelado para poder ser usado mais tarde. Ainda nos primeiros meses de vida, a paciente teve a mandíbula moldada por um aparelho. Além das injeções de células tronco, ela fez uma cirurgia simples para corrigir o lábio superior.

O procedimento da paciente foi bem-sucedido, as células tronco conseguiram formar o osso que faltava em sua mandíbula superior. Quando foi reexaminada aos cinco anos, os pesquisadores viram que o osso tinha boa espessura e seus dentes cresceram normalmente. Eles acreditam que a paciente não precisará de novas cirurgias no futuro.

O sucesso da pesquisa indica que o uso de células tronco pode diminuir o número de cirurgias que pessoas com fenda palatina e lábio leporino precisam ao longo da vida, sendo necessária somente uma. Os tratamentos que existem atualmente são mais invasivos, com cirurgias de enxerto ósseo. Essa cirurgia retira ossos do quadril ou outra parte do corpo para enxertar na boca. mas traz riscos ao paciente.

O que é e causas da fenda palatina

sangue do cordão umbilical pode ser usado para reparar fenda palatina antes e depois
Crédito: Facebook/Operação Sorriso

Segundo o Dr. Dráuzio Varella, existem diferenças entre a fissura labial (também chamada de lábioleporino) e a fenda palatina. A primeira é uma abertura que começa na lateral do lábio superior, dividindo-o em duas metades. Ela pode acontecer só no lábio ou estender-se até o sulco entre os dentes incisivo lateral e canino, atingir a gengiva, o maxilar superior e alcançar o nariz.

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Já a fenda palatina é uma abertura que pode atingir todo o céu da boca e a base do nariz, o que estabelece uma comunicação direta entre um e outro. As duas acontecem por conta de uma malformação durante a gestação.

Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a cada 650 nascimentos no Brasil, uma criança nasce com a fissura labiopalatal. Esse número cresce com a presença de tendência genética. Além disso, deficiências nutricionais, algumas doenças maternas durante a gestação, radiação, certos medicamento, álcool e fumo são considerados fatores de risco. O tratamento é feito por meio de cirurgia.

Se você tem fissura labial ou conhece alguém que sofre com essa deformidade, há uma organização médica voluntária chamada Operação Sorriso que faz os procedimentos corretivos gratuitamente em crianças e adultos. Presentes no Brasil desde 1997, ela leva equipes e toda a estrutura cirúrgica necessária para lugares remotos do país, principalmente Norte e Nordeste.

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