vacina russa covid
Crédito: Freepik

Rússia registra primeira vacina contra covid do mundo

A corrida pela vacina está movimentando os pesquisadores do mundo, mas é preciso cautela

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Todo mundo está comentando sobre a vacina russa contra o coronavírus. Não somente porque ela é aguardada com ansiedade, mas também por causa da falta de confiança nos seus resultados. Entenda o que está acontecendo e quais podem ser os próximos passos.

O que se sabe sobre a vacina até agora

Batizada como Sputnik V, como uma referência à corrida espacial contra os EUA, iniciada na década de 50, a vacina russa contra o coronavírus está cercada de críticas e esperança. Feita a partir do adenovírus humano, que é inoculado com uma proteína do coronavírus, ela tem como objetivo criar resistência a ela. Consequentemente, não conseguirá se prender à célula do corpo e injetar o material genético, tornando-se inativo.

Seus testes foram realizados sem divulgação para a comunidade científica, mas o governo russo afirma que já passaram pela fase 1 (de testes em animais) e finalizaram a fase 2 no início de agosto. O Instituto Gamaleya, que está desenvolvendo a vacina, afirmou que ela deve estar pronta até o dia 10 de setembro. Porém, isso pode não ser possível, de acordo com o critério científico para a liberação de um produto como esse.

Pode-se confiar nela?

Com um processo de desenvolvimento muito mais rápido, ela pode não ser tão segura quanto outras, que seguem o padrão para desenvolvimento de vacinas. Em resumo, ela precisa passar por 4 fases: a primeira com testes laboratoriais, a segunda em animais, a terceira com um grupo menor de humanos e a última com um grupo maior e menor controle. Isso leva muitos meses para se poder ter resultados confiáveis.

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Porém, em um curto período de tempo, os pesquisadores russos já estão afirmando que não apenas funciona, como vão aplicar em massa na população. De acordo com Átila Iamarino, especialista brasileiro que participou do desenvolvimento da vacina contra H1N1, a versão russa “não tem resultado, o tempo não bate e ela não segue boas práticas. Não é registrada, não publicaram artigos ou testes, nem mostraram que é segura“. Veja o que ele diz em vídeo:

 

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Se ela funcionar, quando estará disponível

De acordo com uma reportagem do portal G1, a vice-primeira-ministra russa Tatiana Golikova afirmou que já em agosto a vacina está sendo testada em larga escala e a produção em larga escala está prevista para setembro de 2020. Eles aplicarão primeiro em médicos, professores e militares.

Porém, de acordo com as afirmações de Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), mesmo que a Rússia consiga fazer a vacina, ela dificilmente será aprovada por agências internacionais de saúde, dada a sua falta de evidências científicas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que normalmente são precisos anos para o desenvolvimento de uma vacina segura. Ou seja, o que se pode fazer é esperar e buscar os dados das pesquisas para ver se de fato as vacinas apresentadas são seguras eficazes contra o coronavírus.

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