adoção de gêmeas separadas na maternidade 3
Reprodução/TV Subaé

Gêmeas separadas na maternidade se reencontram dois anos depois ao serem adotadas pela mesma família

O casal sabia que o desenvolvimento das crianças seria melhor se elas pudessem estar sempre juntas

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A assistente social Ana Cristina Almeida e o técnico de automação industrial Júlio Ramos pretendiam ter filhos no futuro. Mas parece que a vida resolveu adiantar esse presente ao casal, que ganhou não uma, mas três crianças para formar uma família.

Tudo começou quando Ana estava trabalhando no Hospital da Criança em sua cidade, Feira de Santana, na Bahia. Lá ela conheceu a pequena Alice, que foi abandonada pelos pais porque nasceu com má formação da laringe e da traqueia. Com apenas 27 dias de vida, ela foi encaminhada para o Hospital, longe da sua irmã gêmea, Aline, que ficou com a família porque não tinha problemas de saúde.

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“Alice sempre foi uma criança muito apaixonante, muito querida por todos. Eu sempre falava dela para minha família. Na minha casa todo mundo já conhecia Alice, a gente já orava por ela antes de iniciar o processo de adoção. Quando ela chegou [em casa], sempre pareceu que ela era nossa”, conta Ana Cristina.

Júlio, marido de Ana, ficou surpreso quando ela começou a falar sobre adotar Alice. Eles queriam ter filhos, e essa ideia da adoção surgiu naturalmente, então eles resolveram abraçar a causa e dar início aos processos.

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“Não era uma ideia presente, imediata de ter filhos, mas nós queríamos. Eu já conhecia Alice das histórias que ela [Ana Cristina] contava, do carinho que elas desenvolveram no hospital. Quando ela me contou que era sério, a gente buscou o apoio da família, conversamos, todo mundo foi a favor, conheceu a história de Alice e a gente se sentiu seguro para seguir”, diz Júlio.

Ana e Júlio já sabiam que Alice tinha uma irmã gêmea, mas não tinham ideia de onde estava a criança, pois a família biológica era nômade.

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“A gente já sabia que tinha Aline [uma das crianças], mas por ela ser saudável ela ficou com a família. Como eles [familiares] eram nômades a gente não sabia onde eles estavam. Quando concluímos a guarda provisória [de Alice], foi sinalizado, tanto pelo Conselho Tutelar quanto pela Justiça, que se ela fosse encontrada e em situação em que precisasse ser institucionalizada, que a gente seria a primeira família a ser contatada porque o interesse da Justiça é manter as irmãs juntas”, conta Ana.

Para a surpresa de todos, após 2 anos, Aline também foi colocada para adoção por sua família biológica. Então, em setembro de 2019, mais uma notícia mexeu com essa família: Ana descobriu que estava grávida de Pedro. Foi nesse mesmo período que ela ficou sabendo, por meio do Conselho Tutelar, que Aline, irmã de Alice, tinha sido encontrada e estava em um abrigo em Teixeira de Freitas, no sul da Bahia.

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Júlio e Ana já sabiam o que fazer. Eles estavam prestes a ter uma família com 3 filhos e muitas novidades, e estavam de coração aberto para todas as experiências que estavam vivendo. Eles buscaram a pequena Aline e, no dia 13 de julho de 2020, as gêmeas puderam se reencontrar.

“Foi bonito ver que mesmo esses dois anos de separação não quebrou esse laço que existia entre elas duas, de família, de sangue. Foi lindo, inexplicável. Nada que eu disser vai descrever o momento [do encontro]”, relembra Ana.

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O casal mudou por completo sua vida com a chegada das 3 crianças, mas conta com a ajuda de amigos e familiares para os momentos mais desafiadores.

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“A gente, às vezes, acha que está fazendo um benefício para elas, quando na verdade o benefício é nosso. A gente se sente muito feliz de poder participar do processo. No começo, tivemos preocupação com relação a poder proporcionar a qualidade que elas precisam, todo pai quer dar melhor escola, melhor residência, o melhor ambiente familiar, mas a gente percebe, depois de um tempo, que as crianças precisam de presença, atenção. O que percebo hoje, que me faz feliz como pai, é sentir a segurança delas olhando para mim. Isso é fenomenal”, conclui Júlio.

Reportagem: G1

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