Dizem que ser avós é como ser pais com açúcar. Os avós, que já criaram seus filhos, agora não têm mais as responsabilidades principais com os netos. Eles cumprem o papel do acolhimento cheio de amor, da contação de histórias longas e detalhadas, da paciência sem fim e do perdão fácil pelas travessuras dos netos.
Mas, e quando o pai abandona e o avô cria? Essa é uma situação muito comum, e que acaba por ser uma bênção para muitos. Quando a criança vem ao mundo e o pai não está pronto para assumir, deixando essa responsabilidade nas mãos do avô, essa criança está destinada a ter uma criação bem diferente, o que pode ser um grande presente.
Aquele avô, que já foi pai, traz consigo a carga da experiência. Se ele tiver sido um bom pai, vai saber exatamente o que fazer para acertar de novo. Se tiver sido um pai com muitos defeitos, terá agora uma chance de se redimir.
O avô vai olhar para seu neto e saber que, a partir daquele momento, será a figura paterna para ele. Vai ensinar as primeiras palavras, os primeiros passos, e ajudar o pequeno a se levantar dos primeiros tombos.
Vai ser aquele homem que seu, agora filho, vai olhar como se fosse um gigante, ainda que seja um cara baixinho. Será a representação de sabedoria; aquele que responde todos os por quês; aquele que explica sobre o mundo com a tranquilidade de quem sabe o que o futuro reserva.
Ser um avô/pai pode ser uma experiência fantástica para as duas partes. Ambos terão a oportunidade de abraçar e beijar um ao outro todos os dias, com o sentimento mais puro. Ambos receberão olhares sinceros e profundos, e terão aquela sensação de pertencimento que faz tão bem para o coração.
O avô vai ensinar ao neto sobre as lições mais importantes da vida, sabendo que as experiências precisam ser vividas para que se aprenda algo com elas. Ele vai deixar o neto errar para depois mostrar o caminho certo.
Vai estar sempre lá para quando o neto precisar de um colo. Vai também saber o valor da responsabilidade e ser uma figura essencial na formação do caráter da sua criança. Vai ensinar, sobretudo, a ser humano: amar, respeitar, compreender e ter paciência.
Pois a vida se vive um dia de cada vez, e ninguém melhor do que o avô para saber disso. E é só assim que se aprender a refletir, a considerar e a perdoar aquele outro homem, que deixou para trás a oportunidade de viver a melhor experiência de sua vida: ser pai.