Ortosonia
Crédito: Freepik

Ortosonia: quando dormir bem vira obsessão

Tudo o que fazemos e todas as nossas preocupações devem ter um equilíbrio para não nos tirar o sono, literalmente.

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Como é gostoso acordar depois de uma boa noite de sono reparador! Dormir bem é mais do que bom, é necessário para a saúde. Muitas pessoas estão levando essa necessidade tão a sério que desenvolveram ortosonia: a obsessão por ter noites de sono perfeitas.

Ortosonia: tem como ficar viciado em dormir bem?

Você pode até fazer piada, dizendo que é muito fácil ficar viciado em dormir bem. Mas, no caso das pessoas com ortosonia, não é uma coisa boa. Essa condição é caracterizada pela obsessão em controlar a qualidade do sono que teve na noite anterior.

O gatilho que disparou a ortosonia foi a chegada de tecnologias, como os relógios smartwatch e aplicativos que fazem o monitoramento do sono.

Essas ferramentas permitem a você acompanhar, diariamente, dados sobre as noites dormidas, como tempo de sono “leve” e “profundo” e a média de frequência cardíaca durante a noite.

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A ideia é que as tecnologias tragam melhorias na qualidade de vida, ajudando o usuário a regular melhor suas horas dormidas e a qualidade do sono. Mas pode virar uma fonte de estresse e ansiedade quando o usuário começa a se importar excessivamente em controlar o dados e resultados.

Assim, acontece o efeito contrário: por tentar organizar a rotina meticulosamente para garantir que vai conseguir dormir bem, a pessoa passa o dia preocupada e acaba dormindo mal por causa disso.

Se transforma em um ciclo vicioso de preocupação, noites mal dormidas e mais preocupação. Isso não faz bem a ninguém, mas é difícil perceber o que está acontecendo quando você é o personagem principal da história.

Sinais de ortosonia

  • Acordar e olhar imediatamente o aplicativo de monitoramento de sono;
  • Analisar se os dados foram bons e se preocupar se não foram;
  • Ter “metas” para o sono, como conseguir dormir 8 horas por noite e se sentir mal cada vez que não consegue;
  • Acordar se sentindo cansado e ficar preocupado com isso porque não é o ideal;
  • Não conseguir dormir profundamente ou acordar muitas vezes durante a noite;
  • Mudar sua rotina de forma menos eficiente para tentar atingir a meta do sono perfeito.

Como evitar esse distúrbio?

Os aplicativos de monitoramento do sono e de outros aspectos da saúde são ótimos aliados para melhorar certos hábitos. Mas, não pode virar obsessão. Dormir bem é algo natural e não se pode confiar a saúde apenas a um aplicativo.

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O uso equilibrado das tecnologias de monitoramento é quando você olha o aplicativo uma vez por dia e entende que existem muitas variáveis além dos resultados apresentados.

Talvez, você dormiu mal na noite passada porque o dia anterior foi estressante por outros motivos ou você comeu demais perto da hora de dormir, são coisas que acontecem.

Cada dia é diferente do outro, muitos imprevistos surgem, e não faz sentido perder a tranquilidade com números de um aplicativo.

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Um estudo publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine relatou o caso de uma paciente de 27 anos que chegou à clínica reclamando que não se sentia renovada com suas noites de sono, por mais que dormisse.

O aplicativo mostrava que ela não completava muitos ciclos de sono profundo, necessário para o descanso do corpo.

A paciente foi levada para dormir uma noite no laboratório e a polissonografia – teste que acompanha as ondas cerebrais e o coração durante o sono – deu resultados normais.

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Segundo os pesquisadores, estudos anteriores mostram que as tecnologias atuais de rastreamento de sono têm pouca comprovação científica. Nos experimentos, alguns monitores chegam a confundir os padrões do sono leve com uma pessoa que está lendo na cama.

Portanto, o melhor a fazer é manter uma relação saudável com esses aplicativos, ou seja, sem confiar demais nos dados. É mais importante dar preferência para bons hábitos que ajudam a dormir bem e acordar se sentindo melhor, ainda que o aplicativo aponte “falhas” no seu sono.

Aproveite e veja: Higiene do sono: como fazer e o que a falta pode causar

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