Fonte: João Marcos Rosa/Hakai Magazine

Descoberta de uma Nova Espécie de Tamanduá no Brasil

Pesquisadora brasileira pode ter encontrado o oitavo tipo de tamanduá-seda

Publicidade

Tamanduás-de-seda: Os Menores e Mais Antigos Bichinhos

Os tamanduás-seda são os menores e mais antigos membros da família dos tamanduás. Esses pequenos mamíferos peludos evoluíram entre 30 e 40 milhões de anos atrás. Solitários e noturnos, habitam as copas das florestas tropicais e manguezais, desde o sul do México até a Bolívia.

Quando não estão se deliciando com formigas e cupins, eles passam boa parte de sua vida de dois anos dormindo. Acreditava-se que todos pertenciam à mesma espécie, até que uma análise de DNA revelou sete espécies distintas em 2017.

A Pesquisadora Flávia Miranda e Sua Incrível Descoberta

Flávia Miranda, pesquisadora em medicina da conservação, sempre suspeitou da existência de mais de uma espécie. Ela notou diferenças na coloração do pelo de populações em diferentes regiões.

Em 2017, Miranda publicou uma análise do DNA de tamanduás-de-seda de todo o continente americano, revelando sete espécies distintas. Agora, ela investiga a possibilidade de uma oitava espécie no Delta do Parnaíba, a 280 km de São Luís.

Publicidade

“Sempre tive a sensação de que havia mais de uma espécie. Eu notava diferenças na cor do pelo de populações em diferentes regiões.” – Flávia Miranda

Uma População Isolada e Antiga

A população do Delta do Parnaíba está isolada, longe de seus parentes mais próximos na Bacia Amazônica e na Mata Atlântica. Miranda acredita que eles são um remanescente de quando a Amazônia se estendia até o delta, há 11 mil anos.

Suas análises genéticas iniciais indicam que essa população vem divergindo das outras há cerca de 2 milhões de anos. No entanto, características físicas precisam ser analisadas para confirmar se é realmente uma nova espécie.

Miranda e seu assistente Alexandre Martins continuam coletando amostras de sangue e medidas dos animais nos manguezais, buscando essas evidências.

Um Trabalho de Conservação Comunitária

Os manguezais densos do Delta do Parnaíba dificultam a contagem exata da população de tamanduás. Porém, desde 2009, ficou claro que o local não é um refúgio seguro para eles.

Publicidade

A comunidade local coleta mangues para construção e permite que o gado paste e pise nos brotos. Em 2011, Miranda começou um projeto de reflorestamento comunitário.

Veja também: A Heroína que Salvou a Majestosa Arara Azul

Os moradores cultivam mudas em viveiros e replantam nas áreas protegidas do gado. Essas ações não só restauram os manguezais, mas também beneficiam os tamanduás e outras espécies.

Publicidade

“Nossa sobrevivência é ameaçada por mudanças climáticas, elevação do nível do mar e tempestades. Os manguezais são nossa melhor defesa, e trabalhamos duro para restaurá-los.” – Paulinho Morro do Meio, colaborador de Miranda

Fonte: Karina Molina/Hakai Magazine

Mais Populações Misteriosas a Serem Descobertas?

Para Miranda, o Delta do Parnaíba despertou um interesse maior em possíveis populações desconhecidas de tamanduás-de-seda. Ela acredita que podem existir “elos perdidos” habitando as florestas secas entre o delta e as distantes florestas tropicais.

Tabela Resumo:

Espécie Tamanduá-seda
Tamanho Menor tamanduá
Origem 30-40 milhões de anos
Hábitos Solitário, noturno
Habitat Florestas tropicais e manguezais
Alimentação Formigas e cupins
Espécies conhecidas 7 espécies distintas
Nova descoberta? Possível 8ª espécie no Delta do Parnaíba
Ameaças Desmatamento, pecuária, mudanças climáticas
Conservação Reflorestamento comunitário dos manguezais

Em resumo, essa pode ser uma descoberta emocionante que destaca a importância da pesquisa e conservação de espécies pouco estudadas, bem como do envolvimento comunitário nesse processo.

PODE GOSTAR TAMBÉM