Seu filho pequeno é muito quieto fora de casa, não se comunica com pessoas que não sejam bem conhecidas, se isola em ambientes novos e tem grande dificuldade de fazer amigos? Existe a possibilidade de ele ter mutismo seletivo, que muitas vezes é negligenciado, pois os pais julgam que o filho é muito tímido ou introvertido.
O que é mutismo seletivo?
Essa é uma desordem psicológica que afeta crianças dos 2 aos 5 anos, principalmente meninas. A criança com mutismo seletivo se comunica muito bem com as pessoas com quem tem intimidade, como os pais, irmãos, amigos que frequentam sua casa e alguns parentes próximos.
No entanto, apresentam dificuldade de fala e comunicação não verbal quando estão com pessoas diferentes, colegas de turma, professores ou parentes menos próximos.
Geralmente o diagnóstico ocorre por volta dos 3 anos, fase em que a criança já consegue falar de forma desenvolvida e deveria estar aberta e curiosa para o mundo, mas acaba apresentando dificuldade em certas atividades sociais.
Características do mutismo seletivo
Quando a criança com mutismo seletivo está com pessoas estranhas ou em ambientes onde se sente insegura, como se estivesse sendo observada, ela se fecha. É como se uma trava fosse acionada. Essa criança pode apresentar algumas ou todas as seguintes características:
- Não interagir com outras crianças e professores;
- Não conseguir se comunicar normalmente;
- Preferir ficar sozinha;
- Ter dificuldade para fazer tarefas simples, como se alimentar ou ir ao banheiro sozinha.
Causas do mutismo seletivo
Diferentes situações podem desencadear o mutismo seletivo, como uma experiência negativa ou traumatizante, que fez a criança se sentir muito exposta, humilhada ou com medo; entrar em uma escola nova; viver em um ambiente familiar muito protetor ou autoritário que a faça se sentir intimidada, desencorajada ou submissa quando precisa enfrentar pessoas e ambientes desconhecidos.
É mais comum que o mutismo seletivo se manifeste em crianças com histórico genético de transtornos emocionais ou de comportamento, ou seja, quando os pais apresentam alguma desordem psicológica também.
Além disso, o mutismo seletivo pode ser uma extensão dos traços da personalidade da criança, como vergonha, preocupação, seriedade e medo do apego. Não são traços ensinados em casa, mas que a criança já traz consigo desde o nascimento.
Tem tratamento?
Muitos pais tentam “corrigir” os filhos em casa, obrigando-os a interagir com desconhecidos, ficarem sozinhos em ambientes estranhos, dizendo aos outros que o filho é muito tímido, mau humorado, quieto, sério e chato. Com isso, pioram a situação, fazendo a criança se sentir humilhada e triste.
Ao perceber que o filho apresenta característica de mutismo seletivo, os pais devem levá-lo a um psicólogo ou psiquiatra para que o profissional faça o correto diagnóstico.
O tratamento é feito com sessões de psicoterapia, onde o psicólogo ou médico irá aplicar estratégias para estimular a comunicação e o conforto da criança em ambientes estranhos. As pessoas que vivem na mesma casa com a criança serão orientadas a ajudá-la, estimulando seu comportamento mais sociável.
Se, mesmo após o tratamento com psicoterapia e as mudanças no comportamento familiar orientadas pelo profissional, não houver resultado, o médico psiquiatra poderá recomendar o uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina, medicamentos que atuam a nível cerebral.
Atenção: As dicas desse artigo não substituem a consulta ao médico. Lembre-se que cada organismo é único e pode reagir de forma diferente ao mencionado.
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