A fase da puberdade não é a fase mais fácil da vida para os seres humanos. Enfrentar essa fase da vida cedo é ainda pior. Isso foi o que aconteceu com o norte americano Patrick Burleigh, que, por conta de uma mutação genética rara, alcançou a puberdade com apenas 2 anos.
Conheça a história
Patrick Burleigh tem uma condição hereditária conhecida como puberdade precoce. Em seu caso, a condição é um tipo raro de mutação genética que é transmitido entre os homens de sua família por muitas gerações.
A sua condição é chamada de testotoxicose. Ela é causada por uma mutação no gene do receptor LH, que é responsável por ativar a ovulação, no caso das mulheres, e a produção de testosterona, no caso dos homens. A testotoxicose provoca a produção de testosterona muito cedo.
Essa é uma condição que afeta cerca de mil pessoas no mundo, ou seja, é realmente muito rara. Patrick conta que, quando ele tinha 3 anos, seus níveis de testosterona eram iguais aos de um adolescente de 14 anos.
Seus pais foram em busca de ajuda médica para cuidar de sua condição genética. À princípio, a mãe dele entrou em contato com cientistas que estavam fazendo um estudo sobre essa condição e Patrick, a partir daí, teve de começar a passar uma semana por semestre no hospital para fazer exames.
Ele conta que “eles faziam uma série de exames. Mediam meus testículos para saber minha idade fisiológica. Era incômodo, mas me acostumei. Só me deitava na maca e deixava me examinarem. Ser diferente e estar constantemente sendo analisado, fosse no hospital ou no mundo real, tornou-se algo comum. Eles testavam coquetéis de drogas e só conseguiram encontrar um que funcionasse bem quando tinha 8 ou 9 anos”.
Em seguida, o processo acelerado de hormônios de Patrick ficaram mais lentos e normalizados. Algum tempo depois, os médicos suspenderam os medicamentos e os homônimos acumulados tomaram conta do menino.
Patrick conta que se envolveu em muitos problemas. Passou por expulsões nas escolas, problemas com drogas e até foi preso, mas tudo melhorou quando ele completou 14 anos.
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Nessa idade, seus hormônios começaram a normalizar novamente e ele se sentia mais confortável em meio às pessoas à sua volta. Apesar de ter uma adolescência “normal”, ele escondia tudo que envolvia sua condição genética até finalizar a universidade.
Ele se tornou escritor e sua profissão acabou lhe obrigando a voltar ao seu passado. Assim, ele compartilhou sua história com seus amigos próximos, namorada e também outras pessoas. Ele conta: “fiquei surpreso. As pessoas reagiam com compaixão, demonstravam interesse e foi uma catarse falar sobre o assunto, senti como se fosse um processo de cura. Foi bom parar de me esconder”.
Hoje em dia, Patrick é pai de um menino. Ele é um dos motivos do qual Patrick começou a ser mais aberto em relação à condição que sofreu. Por isso, ele e sua esposa fizeram fertilização in vitro e tinham planos de examinar os embriões para eliminar os que tivessem a mesma mutação genética que ele teve.
Assim, a opinião deles mudou depois de uma ligação muito emocional de seu pai. Patrick e a esposa então decidiram que não fariam os exames e que iriam amar o filho do jeito que ele viesse ao mundo. No fim das contas, seu filho não herdou a condição genética do pai e hoje tem 4 anos.