nostalgia
Crédito: Freepik

Veja como nossas memórias afetivas despertam a nostalgia

O que faz você sentir saudades do passado?

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Nos dicionários da língua portuguesa, a palavra nostalgia é definida como uma “tristeza profunda” ou “estado melancólico pela falta de algo ou alguém”. Mas, no vocabulário popular, usamos essa palavra para falar de boas memórias do passado.

É bem interessante entender o que faz a gente sentir a “boa nostalgia” e ter saudades de momentos da infância e adolescência quando vamos a certos lugares, ouvimos certas músicas, vemos determinados filmes ou desenhos, ou quando sentimos alguns cheiros e sabores.

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O que desperta esse sentimento nostálgico são as memórias afetivas, que na explicação da psicóloga Thalita Cavalcante Freire, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, estão diretamente ligadas a essa sensação de bem-estar e saudade.

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“Por se tratar de uma memória sensorial, temos diversas maneiras de relembrar com carinho de algum momento que nos marcou positivamente. São momentos que marcaram a nossa infância e adolescência, trazendo as mesmas sensações e sentimentos em um tom de nostalgia ao lembrarmos, já na fase adulta, de uma música, um cheiro, um objeto ou um lugar”, explicou Thalita ao UOL Equilíbrio.

Como funciona a memória afetiva que desperta a nostalgia?

Ainda de acordo com Thalita, a memória afetiva funciona por meio de gatilhos emocionais, que são reativados ao longo da vida adulta em nosso inconsciente quando nos deparamos com situações já conhecidas.

“Um dos gatilhos emocionais mais conhecidos é a comida de mãe que tem um ‘gostinho de infância’, ou o quintal da casa dos avós, a rua que costumava jogar bola ou passar horas conversando com os amigos na calçada, o cheiro de um perfume e tantos outros momentos que foram armazenados como positivos”, explicou a psicóloga.

O nosso cérebro tende a guardar as boas memórias

É claro que o cérebro também armazena uma série de memórias negativas, principalmente quando são traumáticas. Elas servem como uma proteção para nos lembramos de evitar que aquelas situações ruins voltem a acontecer – embora nem sempre funcione.

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Em todo caso, o cérebro tem uma maior tendência a guardar as boas memórias. “Quando nosso cérebro identifica que aquele momento nos fez bem e trouxe uma boa sensação, é armazenado automaticamente e será liberado para reviver, de alguma forma, o momento no qual a memória afetiva inicial foi criada”, explica Thalita.

Além do benefício da boa nostalgia, que nos faz sentir alegria, as memórias afetivas podem ajudar na concentração e a melhorar suas próprias metas e objetivos, se usadas de maneira adequada.

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De acordo com Diogo Haddad Santos, neurologista do Hospital Nove de Julho, também entrevistado pelo UOL Equilíbrio, “existem muitos fatores que podem influenciar a forma como as memórias são recuperadas, como o tipo de informação que está sendo usada e as dicas de recuperação que estão presentes. O ser humano possui uma cadeia tão grande e complexa de informações emocionais que pode apresentar em diferentes áreas cerebrais medo, alegria, tristeza, excitação, tédio, nostalgia, romance e adoração a partir de uma única informação”.

Então, precisamos estar equilibrados para que a nostalgia das memórias afetivas sejam positivas e nos tragam benefícios.

Finalizando, a psicóloga Thalita Cavalcante Freire diz que é preciso ter consciência dos reais sentimentos que tais memórias são capazes de despertar. “Se uma pessoa não tiver o lado emocional mais estruturado, pode se frustrar e entristecer mais facilmente. Mas em relação à saúde, tudo que envolva nosso bem emocional é um benefício”.

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Fonte: UOL Equilíbrio

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