filho deficiente
Foto: Reprodução Arquivo Pessoal

Mãe se forma junto com filho deficiente para apoiá-lo

O filho deficiente físico e visual de Eliana agora é psicólogo, e ela também.

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Eliana Fátima tem 46 anos e três filhos. Um deles é Hiury Ariel, um filho deficiente físico e visual, que sempre foi incentivado a estudar e realizar seus sonhos.

Quando Hiury era criança novo, ele dizia que queria cursar Direito. Mas, quando estava no último ano do Ensino Médio, mudou sua preferência para Psicologia.

A mãe, Eliana, já havia cursado 3 períodos de Psicologia e parou para cuidar dos filhos. Então, quando Hiury expressou sua vontade pelo curso, ela não hesitou: “Se você for fazer Psicologia eu faço com você”, disse ela, na época.

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Primeiro, Eliana procurou a faculdade, em Anápolis (GO), e decidiu fazer um teste de 15 dias para ver se o filho, hoje com 24 anos, se adaptaria, devido às suas limitações.

Bem, ele se adaptou. Mas, a rotina deles não foi nada fácil durante os 5 anos de curso. A família mora em Vianópolis.

Eliana precisava viajar com o filho deficiente durante 4 horas de ônibus todos os dias para estudar: duas para ir e duas para voltar para casa.

“O obstáculo maior era a ida e volta, eram muitas horas, às vezes o ônibus estragava na estrada ou quando chovia alagava na porta da faculdade e não conseguia descer com o Hiury”, conta a mãe.

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Foram três anos de aulas presenciais e mais dois anos de aulas online. Eles ainda tiveram que fazer estágio. Entravam na clínica às 13h e saíam às 17h. Depois, iam para a faculdade.

“O Hiury ficava muito sentado, por isso eu levava um colchonete para ele ficar deitado pra descansar um pouco”, lembra Eliana.

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Apesar dos obstáculos, Hiury sempre gostou de estudar. Nota para ele, segundo Eliana, só vale se for 9 ou 10.

“Tinha dias que eu não queria ir pra aula e ele me questionava dizendo: ‘Está morrendo? Se não está morrendo, nós vamos. Ele não gostava quando tinha feriado e quando chegava fim de semana”, diz ela.

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Quando a pandemia chegou, foi um baque para Hiury, que entrou em depressão porque não podia mais ir à faculdade, e quase pensou em desistir. Mas, dessa vez foi Eliana quem deu força ao filho. “Vai passar, vai passar. Nós já fizemos três anos”, dizia para Hiury.

Juntos, esta mãe e seu filho deficiente foram muito determinados e alcançaram a conquista.

A formatura, no dia 31 de agosto, deixou toda a família orgulhosa, além de inspirar outras pessoas para que não desistam dos seus sonhos.

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“Esse momento foi muito emocionante para nós. Eu pensei em desistir, mas continuei pelo meu filho”, destacou Eliana.

O mais novo psicólogo de Vianópolis já pensa nos benefícios que pode levar para os seus conterrâneos.

“Foi muito bom fazer a faculdade porque eu sabia que ia contribuir para a minha cidade. A formatura foi uma vitória, de um período que não foi fácil, com pandemia e a distância. Foi uma luta”, desabafou Hiury.

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Hiury quer fazer uma especialização em Psicologia do Esporte. Já Eliana planeja montar sua clínica para atendimento.

“Eu destaco o apoio da família, principalmente meu marido e minha filha que cuidou do caçula porque na época eu ainda amamentava. Os motoristas de ônibus e os colegas da turma também ajudavam”, concluiu a mãe.

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Fonte: O Popular

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