Mãe é acusada de abuso infantil por submeter filha a tratamentos desnecessários
Crédito: Reprodução Daily Mail

Mãe é acusada de abuso infantil por submeter filha a tratamentos desnecessários

O caso não é o primeiro, mas ainda assim é chocante

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Existe um transtorno mental chamado Síndrome de Münchausen que é uma forma de abuso infantil na qual os pais inventam que o filho é doente ou causam doenças no filho com o objetivo de obter compaixão e atenção médica.

Há diversos casos pelo mundo, e um deles é o da norte-americana Sophie Hartman, de 31 anos, acusada de inventar um diagnóstico de Hemiplegia Alternada da Infância para sua filha adotiva de 6 anos, desde que ela tinha 2 anos de idade.

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Sophie disse que trabalhou como missionária na África e adotou duas meninas da Zâmbia. As acusações contra ela surgiram quando médicos do Hospital Infantil de Seattle notificaram o Departamento de Crianças e Jovens, em fevereiro de 2021, por desconfiarem das atitudes da mãe.

A menina já tinha passado por mais de 470 consultas médicas desde 2016, teve um tubo implantado cirurgicamente em julho de 2017 para alimentos, líquidos e medicamentos diretamente em seu estômago e outro em seus intestinos, em dezembro de 2018, para ajudar na evacuação. Sophie forçava a filha a usar aparelhos ortopédicos e cadeira de rodas, mesmo sabendo que ela não precisava.

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Acreditando que a pequena estava correndo risco de vida com Sophie, as autoridades levaram a menina para ficar em observação no hospital infantil por 16 dias. Durante esse tempo, os médicos confirmaram: “em nenhum momento durante sua internação houve qualquer descoberta ou sintoma relatado para apoiar qualquer um de seus diagnósticos anteriores. Todas as evidências disponíveis obtidas durante o curso de sua internação sugerem que é uma criança saudável de 6 anos de idade que continuaria a se beneficiar da redução do apoio médico e da normalização de sua experiência de infância”.

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Sophie continuou alegando que a filha era mesmo doente, que sofria com graves convulsões, mas esse sintoma nunca foi presenciado por ninguém além dela. Como é habitual das pessoas com a Síndrome de Münchausen, Sophie criou página nas redes sociais e vários eventos de arrecadação de fundos ao longo dos anos.

Na página, ela relatava a gravidade do suposto estado de saúde da menina: “os médicos, mesmo os melhores pediatras, não sabem o que fazer e não têm opções de tratamento. Ela precisa de oxigênio porque sua respiração fica mais lenta. Ela depende do tubo de alimentação, pois não consegue comer”.

O caso ainda não foi resolvido, mas o advogado de Sophie disse que todas as acusações contra ela são falsas, dizendo que o médico que fez a acusação não é especialista na doença diagnosticada.

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Também foi relatado pela defesa de Sophie que o diagnóstico da menina foi feito por mais de um médico: “Esse registro inclui exames médicos independentes por vários médicos, observação direta da criança por médicos e enfermeiras na Duke e no Hospital Infantil de Seattle, resultados de testes padronizados, fitas de vídeo dos sintomas da criança, ressonância magnética, EEG e outros testes de diagnóstico. O promotor público do condado de King tem os registros médicos de Duke, bem como os registros do Hospital Infantil de Seattle, apoiando amplamente o diagnóstico e os relatórios consistentes da Sra. Hartman”.

O caso que virou documentário

Além desse, um dos casos mais famosos da Síndrome de Münchausen chegou a virar um documentário depois da grande repercussão pelo seu desfecho.

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A mulher que supostamente tinha esse transtorno era Dee Dee Rose Blanchard, mãe de Gypsy, uma menina que, segundo Dee Dee, tinha anomalias cromossômicas, distrofia muscular, epilepsia, asma severa, apneia do sono e muitos outros problemas de saúde.

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Por causa da situação da filha, Dee Dee dedicava 24 horas do dia ao cuidados que Gypsy precisava. A história ganhou comoção popular e a família passou a receber diversas doações para melhorar a qualidade de vida da menina doente.

Porém, em junho de 2015, essa história que já durava anos teve um desfecho que surpreendeu a todos. Uma mensagem bem estranha surgiu no perfil de Dee Dee: “A vadia morreu!”

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Depois disso, o corpo de Dee Dee foi encontrado em seu quarto, com múltiplos cortes e já em decomposição. Gypsy estava desaparecida e investigações foram iniciadas para descobrir o que tinha acontecido.

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Uma amiga próxima de Gypsy procurou a família para contar o que sabia: a menina tinha um namorado secreto que conheceu pela internet através de uma conta falsa, pois Dee Dee não aprovava que ela tivesse relacionamentos.

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O namorado era Nicholas Godejohn, de 24 anos, que morava no estado de Wisconsin. Quando a polícia bateu na porta de Nicholas, o jovem se rendeu e eles encontraram Gypsy parecendo outra pessoa, bem diferente daquela menina cheia de doenças, careca e de cadeira de rodas.

Segundo o pai de Gypsy, ela nasceu saudável e foi a mãe que se convenceu que a menina era doente e precisava de cuidados especiais.

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Foi aí que a verdade assustadora foi descoberta. Durante anos, Gypsy foi forçada a tomar diversos remédios, a usar cadeira de rodas, ser internada, usar tubos de oxigênio, raspar o cabelo e fingir que era mesmo doente diante dos outros.

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Apesar de ter uma motivação compreensível para o crime, já que Gypsy sequer sabia a própria idade e tinha algumas sequelas pelo uso excessivo de remédios, ela e o namorado foram julgados e condenados. Ela pegou 10 anos de prisão por homicídio e ele pegou prisão perpétua por ter cometido, de fato, o crime.

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