Pradyumna e charlotte
Crédito: Facebook Dr P.K Mahanandia

A história de amor entre um indiano pobre e uma aristocrata sueca

As histórias de contos de fada existem porque podem mesmo se tornar realidade

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Se você está vivendo um romance que considera impossível, e está precisando de uma bela inspiração para acreditar no verdadeiro amor, com certeza essa história vai ficar na sua memória. Ela é a prova de que nem a distância territorial, nem a distância de classes sociais é capaz de separar um casal apaixonado e determinado a ficar junto.

A previsão do futuro

Na Índia, quando nasce uma criança, é costume consultar um astrólogo para saber sobre o futuro dela. Quando o pequeno Pradyumna Kumar Mahanandia veio ao mundo, sua mãe consultou um astrólogo e soube que, mesmo sendo parte da classe mais baixa da sociedade indiana, seu filho iria se casar com uma jovem estrangeira rica, do signo de touro, que tocaria flauta e seria proprietária de muitos hectares de uma floresta distante.

Essa previsão do astrólogo foi bem detalhada, embora estranha, pois ia contra as tradições. Mesmo assim, quando Pradyumna cresceu, sua mãe lhe disse o que o destino reservava para ele. O jovem achou um pouco duvidoso, pois de fato eram duas vidas muito diferentes que iriam se juntar, e não fazia ideia de como esse encontro poderia acontecer. Mas, ele seguiu seu caminho.

A vida difícil não impediu o encontro de almas

Crédito: Facebook Dr P.K Mahanandia

Desde pequeno Pradyumna levou uma vida difícil. Ele era um “intocável”, ou seja, pertencia à casta mais inferior da sua sociedade. “Me tratavam pior do que cachorro e do que o gado. Quando passava pela igreja, as pessoas jogavam pedras em mim”, diz ele.

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Quando ficou mais velho, Pradyumna aprendeu a desenhar e fazia retratos das pessoas nas ruas da capital Nova Dheli. Foi nessa época, e por causa dessa atividade, que um dia ele conheceu a jovem Charlotte Von Schevin, uma turista sueca.

Como ela vinha de longe e parecia ser rica, ele logo se lembrou da previsão que o astrólogo fez para o seu futuro. Então, enquanto desenhava Charlotte, fez algumas perguntas e confirmou: ela era do signo de touro, tocava flauta e piano, e sua família era dona de terras em uma floresta na Suécia.

Naquele momento, Pradyumna não teve dúvidas. Ele estava diante da sua futura esposa, e não quis esconder dela essa informação. Afinal, quando é que se reencontrariam? Então, ele disse: “Tudo está coincidindo! Você está destinada a ser minha esposa”.

O começo do relacionamento

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Depois de fazer aquela confissão à jovem Charlotte, Pradyumna teve uma resposta positiva da moça, pois havia sido muito convincente no que disse. Eles então começaram um relacionamento, e mais tarde se casaram na Índia, seguindo as tradições da família de Pradyumna.

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A separação

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Mesmo muito apaixonados, chegou um momento em que Charlotte precisou voltar para a Suécia, e precisava ir sozinha. Então, eles teriam que suportar algum tempo de separação. Naquela época, nos anos 1970, a única forma de se comunicarem era por meio de cartas, e assim eles fizeram ao longo de 16 meses.

Mas a saudade era muito grande. Pradyumna estava decidido a reencontrar sua amada. Ele vendeu o pouco que tinha, e mesmo assim não era dinheiro o suficiente para comprar uma passagem. Então, ele decidiu comprar uma bicicleta por 60 rúpias e fazer uma longa viagem até a Suécia, com apenas 200 rúpias no bolso.

Uma longa viagem

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Pradyumna sabia que sua viagem seria muito longa, e que poderia encontrar várias dificuldades no caminho. Mas, ele já tinha uma vida difícil, precisava batalhar todos os dias, então certamente aquele longo trajeto valeria à pena para reencontrar seu grande amor.

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Ele partiu no dia 22 de janeiro de 1977 em uma jornada de mais ou menos 4 meses, da Índia até a Suécia. Pradyumna percorria 70 quilômetros por dia. Quando chegou ao seu destino, foram mais de 10 mil quilômetros.

“Eu estava muito cansado, minhas pernas doíam, mas a ideia do encontro com Charlotte me faziam continuar. A arte me salvou: eu desenhei retratos de pessoas, e algumas me deram dinheiro, outras alimentos, enquanto outras ajudaram com alojamento”.

Naquela época era mais fácil conseguir entrar em um país estrangeiro, pois quase sempre os vistos eram dispensáveis. Mas, para Pradyumna não seria tão fácil. Quando chegou na fronteira, o serviço de imigração não quis deixá-lo entrar. Ele contou sua história de amor, mas ninguém acreditou, e ele chegou a pensar que a viagem tinha sido em vão.

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Mas, ele estava determinado a reencontrar Charlotte. Forneceu o nome completo da esposa aos oficiais, e eles entraram em contato com ela, que confirmou toda a história. Como a jovem era parte da alta sociedade sueca, conseguiu que deixassem Pradyumna entrar no país.

Quando foi perguntado, em uma entrevista, se atualmente seria possível fazer uma viagem como essa, devido a quantidade de pessoas pobres que migram para outros países, ele respondeu sem hesitar:

“Sim, tudo é possível quando você tem a vontade, tudo depende de como você raciocina. Não há dúvida de que seria algo difícil de fazer, mas é possível. O medo e a dúvida são nossos principais inimigos. São eles que tornam a vida mais complicada”.

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O reencontro

Crédito: Facebook Dr P.K Mahanandia

Pradyumna chegou em Borås, na Suécia, em 28 de maio de 1977. Ele e sua amada finalmente estavam juntos outra vez.

“Nós não conseguíamos nem conversar, simplesmente choramos de alegria nos braços um do outro.”

Crédito: Facebook Dr P.K Mahanandia

A família de Charlotte resolveu que iria abrir uma exceção aos costumes em nome da felicidade da filha e de todo o esforço de Pradyumna que comprovou estar realmente apaixonado e obstinado a viver esse amor.

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Eles então se casaram novamente, em 1979, dentro das leis da Suécia, e por lá viveram as décadas seguintes juntos.

Um amor com mais de 40 anos

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Pradyumna e Charlotte realmente se amavam muito, pois o relacionamento perdurou. Depois de mais de 40 anos de união, o indiano ainda se surpreende com a felicidade que conquistou. Talvez, no mundo atual, esse encontro de almas não tivesse acontecido, pois a forma com que as pessoas se comunicam é diferente. Mesmo assim, só o que se pode fazer é ter um objetivo e fazer o possível para alcançá-lo: “O destino é aquilo em que você acredita”.

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