A Agência Espacial Europeia está realizando testes em homens que aceitaram a proposta de ganhar dinheiro deitado por dois meses.
Esquisito? Sim! Mas, o motivo é bastante válido, já que eles precisam de voluntários para estudar medidas que possam neutralizar as mudanças que o corpo humano experimenta no espaço.
Então, a princípio, a ideia de ganhar dinheiro deitado pode parecer muito fácil, só que deve ser bastante cansativo na verdade. Até porque não basta ficar deitado como quiser, há exigências a cumprir.
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Mas, pela quantia de 18 mil Euros, equivalente a quase 100 mil Reais, 12 homens com idade entre 20 e 45 anos aceitaram o desafio. São 88 dias de testes para avaliar o comportamento do corpo deles a determinadas situações que se experimenta no espaço.
Além do foco principal do estudo, os pesquisadores vão aproveitar os resultados para melhoria da qualidade de vida de idosos e pessoas com mobilidade reduzida aqui na Terra.
Então, sobre o estudo para ganhar dinheiro deitado, estes 12 homens selecionados precisam ser mantidos em camas inclinadas 6 graus abaixo da horizontal com os pés para cima.
Para as refeições, banhos e pausas para o banheiro, eles são tirados dessa posição, mas, com um ombro mantido no colchão o tempo todo.
Outra atividade importante para o estudo é a pedalada, que eles também fazem na posição deitada em um equipamento especialmente desenvolvido para essa finalidade.
Mas, por que ficar deitado em uma cama inclinada 6 graus abaixo da horizontal com os pés para cima?
É que, nessa posição, o sangue flui para a cabeça e os músculos vão sendo perdido por falta de uso, então, os pesquisadores estão monitorando como os corpos dos participantes reagem a essa alteração de posição e falta de movimentos.
Com isso, eles pretendem conseguir combater alguns dos aspectos negativos da vida no espaço, já que, durante as missões espaciais, os corpos dos astronautas passam por muitas mudanças devido à falta de gravidade.
O estudo ganhou o nome de BRACE (Bed Rest with Artificial gravity and Cycling Exercise) e é o primeiro a investigar como o ciclismo poderia neutralizar as mudanças que o corpo humano experimenta no espaço.
O ciclismo já é praticado pelos astronautas durante as missões. Eles pedalam cerca de 2 horas por dia, mas, ainda é possível otimizar o resultado dessa prática.
“Encorajamos os voluntários a atingir seu esforço máximo na bicicleta e, em seguida, comparar o impacto com aqueles que não estão pedalando”, disse Rebecca Billette, chefe de pesquisa clínica do Instituto de Medicina e Fisiologia Espacial MEDES, em Toulouse, França.
“Esperamos entender o valor agregado da gravidade artificial à rotina de condicionamento físico que os astronautas seguem na Estação Espacial Internacional”, disse Angelique Van Ombergen, da ESA para ciências da vida na Human and Robotic Exploration.
O estudo vai até julho de 2023 e outro irá de janeiro a abril de 2024. Você toparia participar?
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