filho mais difícil
Crédito: Freepik

Filho mais difícil é aquele mais parecido com você

Psicóloga fala sobre a relação entre os pais e aquele filho que dá mais trabalho e dá dicas de como melhorar o dia a dia

Publicidade

Já reparou que sempre tem aquele filho mais difícil entre todos? Ele consegue responder e agir exatamente daquela forma mais irritante para você. Agora diga, ele é o mais parecido com você, certo? Veja o que a psicóloga tem a dizer sobre isso e como melhorar a relação.

Veja também: como ensinar os filhos a usar a internet com segurança

Filho difícil?

Claro que em toda família se tem discussões, mas e quando acontece de ter aqueles dois que não se batem? Isso acontece mais do que você imagina e acaba deixando os envolvidos muito chateados. E você sabe a causa disso? Não é porque vocês têm opiniões divergentes, pelo contrário, é porque são muito parecidos.

De acordo com a psicóloga Marta Segrelles, que faz parte do Colégio Oficial de Psicólogos de Cataluña, na Espanha, a causa dessas brigas é a projeção. Quando um filho é mais parecido com seu pai ou mãe (fisicamente ou não), há uma grande chance desse responsável projetar seus medos, frustrações e experiências no menor.

Publicidade

O que é projeção?

De acordo com a teoria de Freud, a projeção é um mecanismo de defesa do ego, ou seja, uma forma que a pessoa tem para se proteger dos próprios pensamentos e sentimentos reais. Dessa forma, acaba atribuindo ao outro, sentimentos, pensamentos ou impulsos que para ele, não são aceitáveis.

Por exemplo, coisas que a pessoa faz com frequência e não deveria. Ao invés de processar a própria falha, vê o outro fazendo ou pensando em fazer (mesmo que somente na sua mente), e atribui um sentimento de raiva. Em outras palavras, pais que ficam muito tempo no celular e brigam ou implicam com seus filhos por isso.

Outro ponto a se observar são as vontades não realizadas e impulsos contidos. Como aquela vontade de ficar de bobeira, mas que o trabalho não permite. Ao ver os filhos de pernas para cima, jogando ou lendo, vai imediatamente brigar, pois não entende ou controla a própria raiva. Isso porque gostaria de estar no lugar dele e não pode.

Claro que é um processo inconsciente e os pais não fazem de propósito. Por outro lado, os filhos são uma construção social, então eles podem sim aprender a pior forma de responder. Sabe aquele olhar ou tom de voz que seu filho faz e que irrita profundamente? Com quem será que ele aprendeu?

Publicidade

Como melhorar?

Para poder melhorar o relacionamento, é fundamental que se procure, primeiro, compreender quais são os gatilhos mentais que estimulam a briga. É um olhar, um tom de voz, um gesto ou um ato? Ao sentir a vontade de responder, brigar, pare, se afaste e preste atenção ao último diálogo. O que foi que te aborreceu tanto? Por que?

Descobrindo o seu gatilho, fica mais fácil controlar a reação e ajudar a lidar melhor com o processo. Para que isso funcione, tente seguir essas dicas:

  • Tenha empatia e se coloque no lugar do seu filho. O que ele fez o dia todo, antes de ficar no vídeo game? Será que ele realmente é o responsável pela bagunça?
  • Seja o exemplo, utilizando uma linguagem respeitosa. Você não precisa ser agressivo para ter autoridade. A palavra certa no tom adequado pode dar um resultado muito melhor;
  • Não entre no bate-boca. Se começar, se afaste e pense em como solucionar. Lembrando que o respeito é uma via de mão dupla;
  • Aceite o diferente! Seu filho pode ser parecido com você, mas de forma alguma é sua cópia;
  • Não suponha, pergunte. Se desconfia de alguma coisa, não fique dando indiretas, chegue junto e tenha uma conversa franca.

Se achar que é necessário, pode contar com o apoio de um psicólogo especializado em relações familiares para te apoiar. Isso ajuda a manter a conversa em um tom mais neutro e direcionar os esforços para que todos alcancem os melhores resultados, juntos.

Publicidade

PODE GOSTAR TAMBÉM