filho autista e pai se formam em direito
Crédito: Acervo pessoal/Lucas Weberlin

Filho autista e pai se formam juntos em direito: “A gente evolui como pessoa e como sociedade através da convivência e inclusão”

Lucas decidiu seguir os passos da mãe, e o pai resolveu acompanhá-lo para oferecer todo o apoio possível

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Quando tinha 12 anos de idade, Lucas Weberling foi diagnosticado com Síndrome de Asperger, um dos tipos de autismo. Logo que recebeu o diagnóstico, a família tratou de iniciar os tratamentos possíveis para que Lucas tivesse um bom desenvolvimento em todos os aspectos da vida.

Durante a época da escola, como infelizmente era de se esperar, Lucas não foi poupado do bullying e do preconceito por parte dos colegas. Mas, quando ingressou no ensino médio, as coisas começaram a melhorar.

O jovem venceu todas as dificuldades impostas pela sociedade, sempre contando com o apoio dos pais e dos irmãos mais novos. Quando concluiu a escola, aos 16 anos, o jovem decidiu que queria seguir a profissão da mãe, que é advogada.

Os pais de Lucas sabiam que ingressar na faculdade era algo que o filho certamente poderia fazer com sucesso, mas se preocuparam com a receptividade das pessoas. Então, decidiram que iriam acompanhar o jovem durante essa trajetória.

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Como a mãe já tinha feito o curso, foi Luis Felipe, pai de Lucas, que trabalhava como técnico industrial, quem resolveu ingressar no mesmo curso ao lado do filho. Em 2016 eles começaram a cursar direito juntos.

“No primeiro dia de aula, eu estava tremendo. Estava muito ansioso para saber como seriam as coisas, como lidar com isso. Era tudo muito novo para todo mundo. No início foi muito difícil”, disse o pai.

Como é de praxe, no primeiro dia a professora chamou os alunos à frente da classe para se apresentarem. Quando chegou a vez de Lucas, ele fez questão de dizer que era autista e que esperava contar com o apoio de todos.

“A professora chamou todo mundo na frente da sala para se apresentar e eu falei o meu nome, disse que era autista, decidi fazer o curso de direito e que contava com a ajuda de todos. A ajuda é fundamental e não digo só para um autista. Com a ajuda, a gente faz um obstáculo que parece grande ficar pequeno”, declarou o jovem.

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Lucas não viu problema algum em estar sempre com o pai na sala de aula da universidade. Ele acha importante poder contar com o apoio da família para superar qualquer obstáculo.

“Não existe uma barreira que ele [o autista] não pode alcançar. Se ajudarem e tiverem alguém para acreditar nele, ele pode mudar o mundo. Sinceramente, eu acho que é isso que o mundo está precisando: de mais pessoas como nós. De pessoas que acreditam nas pessoas, que fazem acreditar que o mundo, apesar de ser gigante, se torna pequeno pelo tanto de pessoas que vão te ajudando ao longo da vida. Se você tiver isso, acho que consegue tudo”, revelou Lucas.

Depois de 4 anos de muito estudo, finalmente Lucas e Luis Felipe cumpriram seu objetivo: os dois terminaram o curso de direito e agora esperam ansiosos pela formatura, que acontecerá em fevereiro de 2021.

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