regiões mais pobres de SP têm mais risco de morte por covid
Crédito: Divulgação Fantástico

Em bairros mais pobres de SP, risco de morrer por covid-19 é 10 vezes maior

Enquanto os idosos são os mais afetados nas áreas nobres, nas regiões pobres as pessoas a partir dos 40 anos já correm grande risco

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De acordo com os dados divulgados pela Prefeitura de São Paulo no dia 28 de abril, o risco de morte por covid-19 é 10 vezes maior nos bairros com piores condições sociais. De fato, por conta da dificuldade que estas pessoas encontram para se protegerem da forma recomendada contra o coronavírus, esses dados fazem todo o sentido.

Mas é necessário realizar análises para obter dados reais antes de fazer qualquer divulgação. Então, a prefeitura de São Paulo fez uma distribuição dos distritos da cidade em três grupos, que foram: áreas de inclusão social, áreas de exclusão nível 1 e áreas de exclusão nível 2.

Para a formação destes grupos, foram considerados indicadores como desenvolvimento humano, qualidade de vida, autonomia e equidade, considerando uma classificação de inclusão ou exclusão social criada pelo Núcleo de Seguridade Social da PUC-SP em 1991.

Áreas mais pobres têm mais risco de morte

O resultado foi que o risco de morte por covid-19 é maior nas áreas com os piores indicadores, e isso inclui todas as pessoas com idade acima de 30 anos. Mas as pessoas com idade entre 40 e 44 anos têm um risco ainda maior. De forma mais específica, estas pessoas têm 10 vezes mais risco de morrer por covid-19 do que aqueles que residem em regiões com inclusão social.

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Isso não quer dizer que as pessoas mais velhas, acima dos 60 anos, não estejam sofrendo por viverem em regiões menos privilegiadas. Na região chamada de “exclusão nível 1”, 90% das mortes é de pessoas a partir dos 50 anos. Na região chamada de “exclusão nível 2”, 90% das mortes é de pessoas a partir dos 40 anos.

Nas áreas nobres os idosos são mais afetados

Nas regiões mais nobres da cidade, o risco de morte é maior para as pessoas acima de 60 anos. Os distritos com maior proporção de morte de idosos são Campo Limpo, Itaim Paulista, Parelheiros e São Miguel Paulista. Já os distritos com menor proporção de mortes de idosos são Vila Mariana, Pinheiros e Santo Amaro.

Até o momento, o Morumbi, na Zona Sul, é a região com maior número de casos confirmados, enquanto a Brasilândia, na Zona Norte, é a região com maior número de mortes e suspeitas.

Esse estudo apenas comprova uma realidade que todos já conhecem, pautada pela desigualdade social e a falta de recursos para que as pessoas mais pobres consigam se proteger ou que tenham acesso a tratamento em caso de suspeita ou confirmação da doença.

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