pai e filha se afogam ao tentar atravessar a fronteira
Crédito: Arquivo Pessoal

Drama migratório no México: pai e filha morrem afogados na fronteira

A travessia do rio Bravo parece uma solução, mas é uma perigosa armadilha que muitos resolvem enfrentar

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Por conta das dificuldades que passavam vivendo em El Salvador, na América Central, um jovem casal com sua pequena filha estava em busca de uma oportunidade de vida melhor nos Estados Unidos. Essa é uma velha história de muitos, mas que nem sempre acaba bem.

Quando o casal e a filha partiram de El Salvador e chegaram a Matamoros, no México, se depararam com uma grande fila e muitas burocracias que os obrigariam a esperar um bom tempo em um acampamento de imigrantes até que tivessem a chance de chegar aos Estados Unidos.

Então, motivados por essa demora, que é comum na Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA, eles ouviram falar que aqueles que atravessassem o rio Bravo recebiam asilo do outro lado, que é onde fica o estado do Texas, nos Estados Unidos. Pareceu uma chance tentadora de resolver seus problemas e alcançarem de uma vez por todas seu maior objetivo.

De acordo com os relatos da mãe, que sobreviveu, seu marido Óscar pegou a filha Valéria e foi com ela atravessar o rio Bravo. Ele deixou a filha pequena, de apenas 1 ano e 11 meses, na margem do lado do Texas para voltar e ajudar a esposa a atravessar.

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Porém, a criança era muito pequena para entender que deveria ficar esperando. Então, Valéria se jogou na água como se quisesse brincar, e o pai voltou às pressas para tentar resgatá-la, mas ambos foram levados pela correnteza.

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Uma atitude desesperada que terminou em tragédia

Crédito: Divulgação

Quando a mãe viu que seu marido e sua filha estavam sendo levados, não conteve os gritos de desespero. Logo, pessoas que passavam pelo local ouviram e chamaram as autoridades de Matamoros.

Durante toda aquela tarde de domingo foi feita uma operação de busca, mas sem sucesso. Na segunda-feira pela manhã os agentes encontraram os dois corpos sem vida, de pai e filha unidos pela camiseta dele, a uns 500 metros da zona onde haviam se perdido.

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Quando a família partiu de El Salvador, em abril de 2019, chegou ao México, atravessou a fronteira e recebeu um visto humanitário para residir de forma legal no país até que conseguissem sua entrada nos Estados Unidos. Porém, eles não quiseram aguardar.

Depois do ocorrido, os familiares do casal que estavam em El Salvador pediram ajuda ao presidente Nayib Bukele para repatriar os corpos ao seu país.

O pedido foi prontamente atendido: “nos unimos à dor por essa perda irreparável. Nenhum salvadorenho deveria se ver na necessidade de deixar seu país devido à falta de oportunidades. Pedimos que nos envie uma mensagem privada para iniciar a repatriação”.

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Esta família é apenas um exemplo de tantos que continuam a acontecer na região, onde há pelo menos 1 caso de morte por mês ao tentar atravessar o rio.

Em 2018 estima-se que foram 283 mortes por este mesmo motivo, tudo por conta do sistema migratório mexicano que está com colapso. As famílias não aguentam passar tanto tempo nos acampamentos para imigrantes e acabam arriscando a vida em busca de uma solução por um futuro melhor.

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